Quem nunca ouviu falar (ou talvez você mesmo tenha o costume de dizer): “Vou à Casa de Deus”?
O que isso dá a entender?
Que casa de Deus é um local, um prédio, uma
construção que a maioria chama de “igreja”, não é verdade?
Porém, Casa
de Deus “eu sou” e não, “eu vou”.
Sendo o mais sucinto possível, precisamos entender o contexto
bíblico e a diferença entre Israel e Igreja.
O povo de Deus no Antigo
Testamento era um povo identificado com uma mesma origem, uma mesma
cultura, uma mesma etnia: Era “Israel”.
Após Jesus Cristo, as pessoas
que creem e vivem o Seu Evangelho são chamadas “Igreja”, e isso não
depende de cor, de etnia, de gênero ou de classe social. Igreja é
composta por todos aqueles que são discípulos de Jesus, como eu e você.
Pois bem, feita essa introdução, vamos ao assunto propriamente dito:
Deus lidava com “Israel” de forma diferente de como lida com a
Igreja, pois aquele povo tinha uma missão: trazer o Messias para a
história.
Até que isso se cumprisse, Deus se manifestou através de
arquétipos, de simbolizações (que Paulo chamou de “sombras” – Colossenses 2:17).
Sendo assim, mesmo antes de Jesus, Deus colocava conscientemente ou
inconscientemente na mente de Seu povo que tudo dependia do Messias, de
Jesus, do Cordeiro de Deus.
Dessa forma, praticamente tudo o que temos
antes de Cristo, tem um significado que aponta para Ele.
Quando a bíblia
fala de Adão e Eva sendo cobertos por uma pele de animal (Gênesis 3:21),
significa que para cobrir o pecado e a culpa da humanidade, há
necessidade de derramamento de sangue (crucificação); quando Deus
instrui o povo a sacrificar cordeiros (Levítico 4:29) é uma
simbolização da necessidade de um Cordeiro Eterno (Jesus) ser imolado
para a redenção dos homens; quando vemos o sangue de um cordeiro sendo
passado nas portas (Êxodo 12:7), significa que só o sangue do
Cordeiro de Deus é quem nos livra da morte eterna; quando notamos
sacerdotes e sumos sacerdotes, significa que precisamos de mediação (e
no nosso caso, nosso mediador é apenas Jesus Cristo - I Timóteo 2:5) para entrar em contato com Deus.
Em Israel, o sumo sacerdote (Hebreus 9:7) era um homem como nós, escolhido entre os sacerdotes; no Evangelho, o sumo sacerdote é Cristo (Hebreus 4:14) e nós todos somos sacerdotes (I Pedro 2:5), com livre acesso ao Pai.
E por aí vai...
Finalmente temos outra simbolização: o templo.
Deus fez uma
concessão para Israel e então construíram um templo (de Salomão, que
depois foi destruído, sendo erguido o templo de Herodes), que era às
vezes chamado de “Casa de Deus”.
Não falarei neste texto sobre o templo,
mas isso foi apenas para mostrar que quando o antigo Testamento fala em
“Casa de Deus”, refere-se a este templo ou, o que é mais comum, a
Israel de forma geral.
De qualquer forma, Casa de Deus (ou Casa do
Senhor) era um lugar determinado, que marcava a presença do Eterno (como
um “portal de acesso a Ele”), onde Ele recebia os sacrifícios dos
israelitas.
Na Nova Aliança os sacrifícios deixaram de ser animais e
passaram a ser espirituais, com uma vida em conformidade com o Evangelho
(Romanos 12:1).
Isso mesmo!
Também não é sacrifício físico, nem financeiro (embora defendido por muitas seitas).
Porém alguns insistem em dizer que Casa de Deus continua sendo um
espaço físico e ainda alegam que esse espaço é um prédio chamado
“igreja”, que tem uma placa/nome.
Isso é fruto de uma total
descontextualização e de má interpretação de textos das escrituras.
Muitos citam o Salmo 122, escrito por Davi: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor”.
Mas veja bem: primeiro que o salmo está no contexto da Antiga Aliança
(Israel) e não no da Igreja.
Segundo, que o templo foi construído após a
morte de Davi (no reinado de seu filho Salomão), ou seja, ele não
poderia estar falando do templo quando disse “Casa do Senhor”.
Ele se
referia claramente a Jerusalém (leia o salmo todo).
Quando lemos o Novo Testamento percebemos o seguinte:
- Nós somos templo do Espírito Santo e Ele habita em nós (I Coríntios 6:19).
- Deus não habita em templos feitos por mãos humanas (Atos 7:48-50).
- Casa é onde alguém mora.
No caso, “Casa de Deus” é o local em que Deus habita, certo?
Pois bem.
Diante dessas três afirmações acima, como podemos dizer
que o templo de tijolos, a “igreja” (prédio) que congregamos é a casa de
Deus?
Não importa o local onde você congrega com seus irmãos, mas
digamos que congregue em um templo religioso, com uma denominação e
tudo.
Esse local nada mais é do que um lugar, um abrigo, um prédio que
facilita a localização de todos e que permite que as pessoas possam se
reunir, no nome de Jesus, para passarem momentos juntos, orando,
meditando na Palavra, ensinando, aprendendo, cantando... Nada mais.
Jesus disse que onde estiverem dois ou três reunidos no nome dEle, ali
Ele estaria.
Veja bem: Ele disse “ONDE ESTIVEREM”.
Ou seja, não importa o lugar, tanto que ensinou justamente essa lição à mulher samaritana (João 4).
A casa do Senhor é onde Ele mora e se Ele habita em nós, quem é a casa
de Deus?
Nós!
Se estamos dentro de um templo religioso em nome de Jesus,
ali Ele está pelo fato de nós estarmos lá.
Quando sairmos, Ele não
estará “habitando” o local apenas por ser um local que “consagramos”
para oferecer cultos.
Ele é Deus de vivos e deixou claro que não habita
em templos construídos por homens!
Sei que alguns argumentarão: “Então como explicar Mateus 21:13 (e outras referências nos evangelhos segundo Marcos e Lucas), se o próprio Jesus chamou o templo de casa de Deus?”
Vamos ao versículo:
“E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; mas vós a tendes convertido em covil de ladrões.”
Jesus ficou indignado com o comércio que os judeus estavam fazendo
no templo e, derrubando as mesas, fez uma referência ao texto de Isaías 56:7.
Vejam que Jesus não diz que o templo (ou Israel) continuaria sendo “a minha casa”.
Ele começa dizendo: “Está escrito”,
ou seja, aquelas palavras eram citações das escrituras e não, palavras
dEle.
Mas então por que Ele citou? Porque Ele estava corrigindo judeus,
que viviam sob a Lei (a Nova Aliança entrou em vigor após a morte de
Cristo).
Era como se Ele chamasse os judeus de mentirosos e de
hipócritas, pois diziam que seguiam as escrituras, mas não estavam
observando conteúdo delas.
O próprio Jesus em outro momento (João 2:19)
disse que o verdadeiro templo seria levantado em três dias
(referindo-se a Si mesmo, e não a um ambiente construído).
Alguma dúvida
que Deus é Deus de vivos e não de mortos?
Que ele habita em pessoas e
não em um prédio?
Alguém pode estar pensando: "Mas em I Timóteo 3:15 fala que Casa de Deus é um local e não, uma pessoa".
Este é um dos textos que mais geram confusão na mente das pessoas, pois
uma leitura desatenta ou uma dificuldade na interpretação de textos
pode gerar equívocos.
Mas não é difícil entender.
Repare que o apóstolo
Paulo, escrevendo a Timóteo, cita a casa de Deus como sendo um ambiente.
Porém veja bem: é um local não específico (não é um templo, nem uma
casa ou uma praça), ou seja, é bem genérico.
Pode ser qualquer lugar
onde nós estivermos reunidos e isso é comprovado quando vemos que ele
diz que a casa de Deus é a Igreja do Deus vivo.
Como sabemos, "Igreja"
no Novo Testamento tem justamente esse significado de "povo de Deus"
reunido, aquelas pessoas "chamadas para fora", independentemente do
lugar em que estejam (pode ser em um templo, em uma casa, em uma caverna
ou em uma ilha deserta...).
O local em que congregamos (por exemplo, um templo religioso, um
teatro, um barracão, uma sala, uma praça) nada mais é que um ponto de
encontro (não tem nada de santo ou de sagrado) para orarmos, para
falarmos do amor de Deus, para instruirmos e ajudarmos os novos na fé.
Jesus ensinou à mulher samaritana que adoração é na vida (em espírito e
em verdade) e não, em um lugar específico.
Mas concorde quando disserem a
você: “Respeite a Casa do Senhor”.
Isso realmente tem que
acontecer.
E como respeito a casa dEle?
Respeitando a si mesmo e ao seu
próximo, agindo sempre com responsabilidade, amor e misericórdia.
E
quando alguém lhe perguntar se você VAI à Casa de Deus, responda: "EU
SOU a Casa de Deus, pois Ele mora em meu coração, na minha consciência e
na minha vida."
“Não mais vivo eu, mas Cristo vive em mim” (Gálatas 2:20).
Autor: Wesley de Sousa Câmara
comentário.
Esse texto que acabo de postar, de autoria da "igreja viva" do Senhor e Salvador Jesus Cristo, Wesley de Sousa Câmara, considero uma das puras revelações do Espírito Santo para o esclarecimento e compreensão de pessoas que vivem em busca da verdade e conhecimento a respeito da definição da palavra "igreja", que tem sido usada por diversos manipuladores da fé alheia ao longo dos séculos.
Me desliguei completamente da instituição religiosa a qual servi por vários anos como obreiro do Senhor e Salvador Jesus Cristo, foi exatamente por ter atingido essa compreensão do amado irmão Wesley Câmara.
Assim como ele, desliguei-me da agremiação Batista, que, apesar das divergências, mantenho respeito tanto pela instituição,
quanto por todos que dela fazem parte.
Todos são meus irmãos em Cristo e
jamais haverá espaço para ressentimentos.
Porém quando há um conflito
de fé, ou melhor, uma incompatibilidade de crença, mais prudente é cada
um pregar o que julga ser a Palavra de Deus "no seu cantinho".
Assim,
muitos conflitos desnecessários são evitados.
Nesta instituição religiosa Batista, tenho muitos amigos e colegas pastores que prezo e respeito muito, pelo histórico de vida dos mesmos.
A partir do meu desligamento da instituição supra citada, não tornei-me membro de nenhuma outra instituição religiosa, até porque na minha compreensão isso não faz a mínima diferença, pois a
revelação de Deus em Cristo nunca será propriedade de um segmento
religioso.
A Igreja que Jesus ensina são pessoas e não uma instituição
humana, de forma que a participação ou não de alguém em um grupo
específico cristão religioso não o torna mais e nem menos seguidor de
Jesus.
Como não tenho afinidade de compreensão com nenhum outro grupo
institucionalizado no mundo, sigo na minha fé objetiva ao Senhor Deus Todo poderoso e em Jesus Cristo o Autor e Consumador da nossa fé.
Ocasionalmente, visito denominações religiosas para atender convites de colegas e amigos, sempre com respeito e cordialidade, deixando de lado as divergências e focando no que cremos em comum.
Que a mensagem desse texto possa trazer luz a quem se tornou "presa" e refém das inúmeras denominações religiosas, sejam elas de qualquer segmento, que tem servido de instrumento de manipulação da fé alheia, por indivíduos inescrupulosos e mercenários, que só pensam auferir para si, retorno material e financeiro para viverem uma vida nababesca aqui no mundo, e se libertem das garras dos mesmos em nome do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Valter Desiderio Barreto. Igreja viva do Deus vivo - Templo do Espírito Santo.
Sacerdote real do Senhor e Salvador Jesus Cristo conforme está escrito em I PEDRO 2: 9.