Advogado alegou que prisão do pastor faz parte de ‘conspirações para destruir sua imagem’.
Por Thauany Melo, g1 Goiás
O pastor Davi Passamani, preso em Goiânia, tinha aberto um novo local de culto em fevereiro após renunciar à presidência da igreja "A Casa" devido às investigações de crimes sexuais, segundo a delegada Amanda Menuci.
Passamani foi preso quando chegava para participar de um louvor no Jardim Goiás, na capital.
A defesa do pastor argumenta que a prisão faz parte de "conspirações para destruir sua imagem" (veja íntegra da nota no fim da reportagem).
LEIA TAMBÉM:
- Prisão de pastor Davi Passamani faz parte de ‘conspirações para destruir sua imagem’, diz defesa
- Pastor Davi Passamani foi preso quando chegava para participar de louvor, diz defesa
- Pastor Davi Passamani é preso em Goiânia suspeito por crimes sexuais, diz defesa
- Pastor Davi Passamani é denunciado por importunação sexual em outro caso; prints mostram conversa com fiel...
O pastor foi preso no início da noite de quinta-feira (4) por agentes da Delegacia Estadual de Atendimento Especializado à Mulher.
Segundo informações da Polícia Civil, o pedido de prisão preventiva foi feito após Passamani inaugurar a igreja.
A Polícia Civil disse que prisão preventiva foi considerada necessária porque o pastor representava um risco para a ordem pública, já que cometeu os crimes usando o cargo de pastor.
Prisão.
Pastor Davi Passamani — Foto: Reprodução/Instagram.
Passamani foi preso por agentes da Delegacia Estadual de Atendimento Especializado à Mulher suspeito de crimes sexuais na noite de quinta-feira (4).
A última vítima registrou boletim de ocorrência em 20 de dezembro de 2023, relatando que o líder religioso mandou mensagens falando sobre sexo e chegou a descrever fantasias eróticas.
O que diz a defesa do pastor?
O advogado Leandro Silva, que atua na defesa do religioso, alega que a prisão do pastor Davi Passamani faz parte de "conspirações para destruir sua imagem".
O advogado informou que em um "momento estratégico" seus conspiradores serão representados e terão os nomes divulgados.
"Tudo não passa de uma conspiração para destruição de sua imagem e investida ilegítima de seu patrimônio, ruína financeira, bem como o impedimento de qualquer prática religiosa", argumentou o advogado.
A defesa afirmou ainda que foi informada verbalmente pela polícia que o motivo da prisão seria a presença de Passamani em louvores, porque isso representaria risco à sociedade e ocorrência de possíveis novas vítimas.
O advogado detalhou que o inquérito policial de 2023 relacionado à prisão tem informações “vazias, lacunosas e genéricas”.
"Embora esgotado o prazo de 30 dias para a conclusão [do inquérito], a autoridade policial foi omissa e não o concluiu, provavelmente, aguardando o momento oportuno para o espetáculo público [...]
Ressalte-se que Davi Passamani nunca foi condenado criminalmente por tipo penal de assédio sexual e a defesa nega tais acusações", completa a nota da defesa.
Ao g1, o advogado informou ainda que desconhece ordem judicial que impeça Passamani de exercer a prática religiosa e tomará providências para a soltura (leia nota completa no fim da reportagem).
Histórico de denúncias
Em março de 2020, uma jovem de 20 anos usou as redes sociais para denunciar Passamani por importunação sexual.
A denúncia foi formalizada na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Goiânia, que apurou o relato e encaminhou o inquérito ao Ministério Público.
De acordo com a jovem, o assédio teria ocorrido pouco mais de um ano antes da denúncia, mas ela justificou que teve medo e insegurança em expor a situação.
Nas postagens em perfil no X (antigo Twitter), ela garantia ter provas da queixa como áudios, mensagens de texto e até vídeo de uma chamada que o pastor teria feito com ela.
O advogado do pastor disse à época que ele foi afastado das funções ministeriais para tratamento médico especializado.
Também no final de março, Passamani gravou um vídeo no qual ele negava a prática de crime e avisava sobre o apoio psiquiátrico a que havia procurado.
Um mês depois, a Justiça arquivou o processo por “ausência de justa causa”.
O processo corre em segredo de Justiça.
Em 20 de dezembro de 2023, uma outra vítima registrou boletim de ocorrência relatando que o líder religioso enviou mensagens com teor sexual, descreveu fantasias eróticas e ainda fez uma chamada de vídeo mostrando o órgão sexual (veja prints abaixo).
O caso é investigado pela Polícia Civil.
Prints mostram momento em que pastor Davi Passamani conversa com fiel, a importunando sexualmente (Goiânia/Goiás) — Foto: Reprodução/Redes Sociais
A jovem contou à polícia que havia procurado Davi anteriormente para um aconselhamento, após passar por uma crise em seu namoro.
Segunda ela, a conversa em questão teria começado quando o pastor perguntou sobre o namoro dela.
Ela agradeceu as orações e disse que tinha terminado o relacionamento.
A partir desse momento, a conversa teria evoluído para investidas sexuais por parte do líder religioso. A investigação está sob sigilo.
Indenização
Em 26 de março deste ano, o pastor foi condenado a pagar uma indenização de R$ 50 mil por assédio.
A vítima do processo julgado pediu uma indenização do pastor por danos morais.
Segundo a defesa da vítima, o valor será destinado a instituições que acolhem mulheres vítimas de violência.
Quem é o pastor.
Davi Passamani liderou por mais de 10 anos o grupo gospel Ministério Ipiranga — Foto: Reprodução/Instagram.
Davi Passamani liderou por mais de 10 anos o grupo gospel Ministério Ipiranga, pela Igreja do Evangelho Quadrangular do Ipiranga, em São Paulo.
Em 2010, saiu da banda e três anos depois lançou o primeiro álbum solo, seguindo até 2018 com cinco discos.
Morando em Ipatinga, Minas Gerais, Davi decidiu se mudar com a esposa e as duas filhas para Goiânia, com o objetivo de iniciar um grupo religioso.
Em 2017, fundou a Igreja Casa, que atualmente reúne aproximadamente mais de mil pessoas em cada culto, sendo a maioria jovens.
A partir deste templo, foi criada a banda Casa Worship, em 2018, que ganhou notoriedade com a música “A Casa É Sua”.
Naquele ano, o disco “Novo Tempo” recebeu a indicação do Grammy Latino ao prêmio Melhor Álbum de Música Cristã.
Nota defesa Pastor Passamani:
A AUTORIDADE POLICIAL informou verbalmente a este advogado que o motivo da prisão seria o fato de DAVI PASSAMANI estar presente em louvores e isso representa risco à sociedade de ocorrência de possíveis novas vítimas de assédio.
Indagada se era somente isso, ela disse que sim.
Porém, se negou a entregar a cópia da decisão judicial que fundamentou a prisão, embora tenha certificado sua negativa.
Está prisão, segundo a delegada, está relacionada ao inquérito policial inaugurado no final do ano de 2023 por suspeita de assédio, porém, embora esgotado o prazo de 30 dias para a conclusão dele, a autoridade policial foi omissa e não o concluiu, provavelmente, aguardando o momento oportuno para o espetáculo público.
A defesa qualifica as informações contidas nesse inquérito de vazias, lacunosas e genéricas.
Ressalte-se que DAVI PASSAMANI nunca foi condenado criminalmente por tipo penal de assédio sexual e a defesa nega tais acusações.
Reafirma-se, mais uma vez, que tudo não passa de uma conspiração para destruição de sua imagem e investida ilegítima de seu patrimônio, ruína financeira, bem como o impedimento de qualquer prática religiosa.
No momento estratégico adequado, seus conspiradores, todos eles, serão representados e seus nomes divulgados.
A defesa desconhece qualquer ordem judicial que o impeça de qualquer prática religiosa e não descumpriu ele nenhuma ordem judicial.
Providências serão tomadas para a retomada de sua liberdade.
Leandro Silva
Advogado.
COMENTÁRIO:
Virou moda, agora no Brasil, líderes religiosos, principalmente evante, evangélicos, serem presos, por se aproveitarem da confiança de suas seguiidoras, e abusarem sexualmente delas.
Valter Desiderio Barreto.
Barretos, São Paulo, 08 de abril de 2024.
Nenhum comentário:
Postar um comentário