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quarta-feira, julho 29, 2020

Força-tarefa da Lava Jato repudia declarações de Aras e diz que não há 'caixas de segredos' no trabalho dos procuradores


Procurador-geral disse, em um debate virtual, que é hora de 'corrigir rumos' para que 'lavajatismo não perdure'; procuradores do Paraná emitiram nota nesta quarta-feira (29).

Por G1 PR — Curitiba
Procuradores da Lava-Jato rebatem Aras: ‘Não existem documentos secretos ou insindicáveis’
Procuradores da Lava-Jato rebatem Aras: ‘Não existem documentos secretos ou insindicáveis’.

A força-tarefa da operação Lava Jato, em Curitiba, repudiou, na tarde desta quarta-feira (29), as declarações dadas pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, que afirmou em um debate virtual que é hora de 'corrigir rumos' para que 'lavajatismo não perdure'

As declarações foram feitas por Aras, na terça-feira (28), durante uma participação em um debate virtual, promovido por um grupo de advogados.

Durante fala no debate virtual, o procurador-geral da República afirmou que a "correção de rumos não significa redução do empenho no combate à corrupção" e disse que não pode existir “caixa-preta” no MP. 

Lava Jato repudia fala de Aras: "Ilação sobre 'caixas de segredos' é falsa"
Lava Jato repudia fala de Aras: "Ilação sobre 'caixas de segredos'
Segundo a força-tarefa, do Ministério Público Federal (MPF) no Paraná, as declarações de que existem 'caixas de segredos' no trabalho dos procuradores e de que "haveria milhares de documentos ocultos" são falsas. 
"Não há na força-tarefa documentos secretos ou insindicáveis das Corregedorias.


Os documentos estão registrados nos sistemas eletrônicos da Justiça Federal ou do MPF e podem ser acessados em correições ordinárias e extraordinárias", destacaram.
Sede do Ministério Público Federal (MPF), em Curitiba — Foto: Reprodução/TV Globo
Sede do Ministério Público Federal (MPF), em Curitiba — Foto: Reprodução/TV Globo 

"Ataques infundados".

 

Na nota, a força-tarefa destacou que devem ser rejeitados o que classificou como "ataques genéricos e infundados às atividades de procuradores da República", além de "tentativas de interferir no seu trabalho independente". 

"A independência funcional dos membros do Ministério Público transcende casos individuais e é uma garantia constitucional da sociedade brasileira de que o serviço prestado se guiará pelo interesse público, livre da interferência de interesses diversos por mais influentes que sejam", diz a nota.


No evento virtual, Aras afirmou que a força-tarefa da Lava Jato no Paraná tem 300 terabytes em informações, além de 38 mil pessoas investigadas e sem critérios. 

Em resposta, os procuradores de Curitiba disseram que a afirmação se trata de uma "falsa suposição", considerando que esse é o número de pessoas físicas e jurídicas mencionadas em relatórios encaminhados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) ao MPF, em suspeita de crimes de lavagem de dinheiro. 

"Ao longo de mais de 70 fases ostensivas e seis anos de investigação foi colhida grande quantidade de mídias de dados - como discos rígidos, smartphones e pendrives - sempre em estrita observância às formalidades legais, vinculada a procedimentos específicos devidamente instaurados", ressaltou a força-tarefa. 

Ainda na noite de terça-feira, o procurador Roberson Pozzobon, integrante da força-tarefa de Curitiba, já havia criticado a declaração de Aras em uma rede social.
 Em nota, Lava Jato repudia e chama de inverídicas declarações de Aras - O  Antagonista
"A transparência faltou mesmo no processo de escolha do PGR pelo presidente Bolsonaro. 


O transparente processo de escolha a partir de lista tríplice, votada, precedida de apresentação de propostas e debates dos candidatos, que ficou de lado, fez e faz falta", publicou. 

Conflito.

 

Augusto Aras entrou em atrito com as forças-tarefa depois de a chefe da Lava Jato na PGR, Lindôra Araújo, se dirigir a Curitiba com o objetivo de obter acesso a dados de investigações.


O conflito envolveu o repasse de dados sigilosos da força-tarefa do Paraná à PGR, que recorreu ao Supremo Tribunal Federal para ter acesso às informações e obteve decisão a favor do compartilhamento de dados
Em live, Aras disse que é hora de ‘corrigir rumos’ para que ‘lavajatismo não perdure’ — Foto: Pedro França/Agência Senado
Em live, Aras disse que é hora de ‘corrigir rumos’ para que ‘lavajatismo não perdure’ — Foto: Pedro França/Agência Senado 

Força-tarefa de São Paulo.

 

Procuradores da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo também rebateram as afirmações de Aras. 


A equipe disse que "a distribuição dos processos é realizada nos estritos termos da Portaria PGR nº 23/2020". 

De acordo com a nota, a distribuição dos processos segue critérios de verificação de processos correlatos, análise de conexão, continência, prevenção, "sempre com a observância dos normativos internos da unidade, os termos da Portaria do Procurador-Geral da República e as disposições do Código de Processo Penal". 

Ainda segundo a nota dos procuradores de São Paulo, a Corregedoria-Geral do MPF realizou, no primeiro semestre do ano passado, uma correição ordinária em todos os feitos judiciais e extrajudiciais da força-tarefa da Lava Jato.


Em janeiro deste ano, de acordo com os procuradores, foi realizada uma correição extraordinária nas 23 forças-tarefa existentes no MPF, incluindo a do estado paulista, que prestou à corregedora-geral do MPF "todas as informações solicitadas". 

Nas duas situações, segundo a nota, nenhuma irregularidade foi encontrada. 

Leia, abaixo, a íntegra da nota divulgada pela força-tarefa do Paraná:

 

"Os procuradores da República integrantes da força-tarefa constituída pelo Ministério Público Federal para atuar na operação Lava Jato repudiam as declarações infundadas lançadas em “live” realizada na noite de 28 de julho de 2020, com a participação do Procurador-Geral da República e advogados que patrocinam a defesa de influentes políticos e empresários investigados ou condenados na operação Lava Jato.

 
1. Devem ser refutados os ataques genéricos e infundados às atividades de procuradores da República e as tentativas de interferir no seu trabalho independente, desenvolvido de modo coordenado em diferentes instâncias e instituições.

 
A independência funcional dos membros do Ministério Público transcende casos individuais e é uma garantia constitucional da sociedade brasileira de que o serviço prestado se guiará pelo interesse público, livre da interferência de interesses diversos por mais influentes que sejam.

 
2. A ilação de que há “caixas de segredos” no trabalho dos procuradores da República é falsa, assim como a alegação de que haveria milhares de documentos ocultos. 


Não há na força-tarefa documentos secretos ou insindicáveis das Corregedorias. 

 
Os documentos estão registrados nos sistemas eletrônicos da Justiça Federal ou do Ministério Público Federal e podem ser acessados em correições ordinárias e extraordinárias. 


As investigações e processos são ainda avaliados pelas Corregedorias e pelo Poder Judiciário, pelos advogados de investigados e réus e pela sociedade.

 
3. A extensão da base de dados só revela a amplitude do trabalho até hoje realizado na operação Lava Jato e a necessidade de uma estrutura compatível.

 
Ao longo de mais de setenta fases ostensivas e seis anos de investigação foi colhida grande quantidade de mídias de dados - como discos rígidos, smartphones e pendrives - sempre em estrita observância às formalidades legais, vinculada a procedimentos específicos devidamente instaurados. 

 
Para que se tenha ideia, por vezes apenas um computador pessoal apreendido possui mais de 1 terabyte de informações.

 
4. É falsa a suposição de que 38 mil pessoas foram escolhidas pela força-tarefa para serem investigadas, pois esse é o número de pessoas físicas e jurídicas mencionadas em Relatórios de Inteligência Financeira encaminhados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) ao Ministério Público Federal, a partir do exercício regular do seu trabalho de supervisão de atividades suspeitas de lavagem de dinheiro.

 
5. Investigações de crimes graves que envolvem políticos e grandes empresários desagradam, por evidente, parcela influente de nossa sociedade, que lança mão de todos os meios para desacreditar o trabalho até então realizado com sucesso. 

 
Nesse contexto, é essencial que as Instituições garantam a independência funcional dos membros do Ministério Público, conforme lhes foi assegurado pela Constituição de 1988".


COMENTÁRIO: 


Visível comportamento corporativista do Procurador-Geral da República em favor do presidente da República Jair Messias Bolsonaro e membros de sua família investigado pela "Lava Jato" !


Valter Desiderio Barreto.


Barretos, São Paulo, 29 de julho de 2020. 

segunda-feira, julho 27, 2020

Bispos da CNBB assinam carta contra governo Bolsonaro: 'Desprezo pela educação, cultura e saúde nos estarrece'


Documento ainda seria analisado por conselho da Conferência Nacional, mas acabou vazado neste domingo (26). Palácio do Planalto disse que não vai comentar caso.


Por Brenda Ortiz, G1 DF
CNBB na última assembleia em Aparecida-SP, no ano de 2019 — Foto: Divulgação
CNBB na última assembleia em Aparecida-SP, no ano de 2019 — Foto: Divulgação.

Um grupo de 152 arcebispos e bispos da Igreja Católica assinaram uma carta com duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

No documento, os religiosos citam que o governo federal demonstra "omissão, apatia e rechaço pelos mais pobres", além de "incapacidade para enfrentar crises".

"O desprezo pela educação, cultura, saúde e pela diplomacia também nos estarrece."
 
Ao longo do texto, os bispos afirmam que a situação "é visível nas demonstrações de raiva pela educação pública; no apelo a ideias obscurantistas; na escolha da educação como inimiga e nos sucessivos e grosseiros erros na escolha dos ministros".

A carta, que seria publicada na última quarta-feira (22), chegou a ser suspensa para análise do Conselho permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no entanto, acabou vazando neste domingo (26).


Ao G1 a secretaria de comunicação da CNBB informou que o documento "nada tem a ver" com a conferência." É de responsabilidade dos signatários".


O Palácio do Planalto disse que não vai comentar o caso.


"Carta ao Povo de Deus".


Ainda de acordo com o texto, chamado de "Carta ao Povo de Deus", os bispos e arcebispos afirmam que o presidente da República usa o nome de Deus para "difundir mensagens de ódio e preconceito".

"Como não ficarmos indignados diante do uso do nome de Deus e de sua Santa Palavra, misturados a falas e posturas preconceituosas, que incitam ao ódio, ao invés de pregar o amor, para legitimar práticas que não condizem com o Reino de Deus e sua justiça?"
 
O documento também pede "união" por um diálogo contrário às ações do governo.


Neste ponto, os religiosos convocam os leitores para "um amplo diálogo nacional que envolva humanistas, os comprometidos com a democracia, movimentos sociais, homens e mulheres de boa vontade, para que seja restabelecido o respeito à Constituição Federal e ao Estado Democrático de Direito".

"[...] com ética na política, com transparência das informações e dos gastos públicos, com uma economia que vise ao bem comum, com justiça socioambiental, com 'terra, teto e trabalho', com alegria e proteção da família, com educação e saúde integrais e de qualidade para todos."

Covid-19.

Na carta, os religiosos afirmam que o Brasil atravessa "um dos momentos mais difíceis de sua história", vivendo uma "tempestade perfeita". Essa tempestade, nas palavras dos bispos, culminaria em uma "crise sem precedentes na saúde" e em um "avassalador colapso na economia", com a tensão "provocada em grande medida pelo Presidente da República [Jair Bolsonaro] e outros setores da sociedade".
"Analisando o cenário político, sem paixões, percebemos claramente a incapacidade e inabilidade do governo federal em enfrentar essas crises", diz trecho da carta.
Com base em versículos bíblicos, o texto cita o atual momento da pandemia enfrentada pelo país e o aumento de casos e óbitos pelo novo coronavírus.

"Assistimos discursos anticientíficos, que tentam naturalizar ou normalizar o flagelo dos milhares de mortes pela Covid-19".
"Esse discurso não se baseia nos princípios éticos e morais, tampouco suporta ser confrontado com a Tradição e a Doutrina Social da Igreja."
O documento termina com um pedido da igreja ao povo brasileiro por união aos movimentos que "buscam novas e urgentes" alternativas para o país.
"Despertemo-nos, portanto, do sono que nos imobiliza e nos faz meros espectadores da realidade de milhares de mortes e da violência que nos assolam", conclui.

Entenda algumas das expressões mais usadas na pandemia do covid-19.

Leia abaixo a íntegra da carta assinada por 152 bispos da CNBB:


"Somos bispos da Igreja Católica, de várias regiões do Brasil, em profunda comunhão com o Papa Francisco e seu magistério e em comunhão plena com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que no exercício de sua missão evangelizadora, sempre se coloca na defesa dos pequeninos, da justiça e da paz.

Escrevemos esta Carta ao Povo de Deus, interpelados pela gravidade do momento em que vivemos, sensíveis ao Evangelho e à Doutrina Social da Igreja, como um serviço a todos os que desejam ver superada esta fase de tantas incertezas e tanto sofrimento do povo.

Evangelizar é a missão própria da Igreja, herdada de Jesus. Ela tem consciência de que “evangelizar é tornar o Reino de Deus presente no mundo” (Alegria do Evangelho, 176).

Temos clareza de que “a proposta do Evangelho não consiste só numa relação pessoal com Deus.

A nossa reposta de amor não deveria ser entendida como uma mera soma de pequenos gestos pessoais a favor de alguns indivíduos necessitados [...], uma série de ações destinadas apenas a tranquilizar a própria consciência.

A proposta é o Reino de Deus [...] (Lc 4,43 e Mt 6,33)” (Alegria do Evangelho, 180).

Nasce daí a compreensão de que o Reino de Deus é dom, compromisso e meta.

É neste horizonte que nos posicionamos frente à realidade atual do Brasil.

Não temos interesses político-partidários, econômicos, ideológicos ou de qualquer outra natureza.

Nosso único interesse é o Reino de Deus, presente em nossa história, na medida em que avançamos na construção de uma sociedade estruturalmente justa, fraterna e solidária, como uma civilização do amor.

O Brasil atravessa um dos períodos mais difíceis de sua história, comparado a uma “tempestade perfeita” que, dolorosamente, precisa ser atravessada.

A causa dessa tempestade é a combinação de uma crise de saúde sem precedentes, com um avassalador colapso da economia e com a tensão que se abate sobre os fundamentos da República, provocada em grande medida pelo Presidente da República e outros setores da sociedade, resultando numa profunda crise política e de governança.

Este cenário de perigosos impasses, que colocam nosso País à prova, exige de suas instituições, líderes e organizações civis muito mais diálogo do que discursos ideológicos fechados.

Somos convocados a apresentar propostas e pactos objetivos, com vistas à superação dos grandes desafios, em favor da vida, principalmente dos segmentos mais vulneráveis e excluídos, nesta sociedade estruturalmente desigual, injusta e violenta.

Essa realidade não comporta indiferença.

É dever de quem se coloca na defesa da vida posicionar-se, claramente, em relação a esse cenário.

As escolhas políticas que nos trouxeram até aqui e a narrativa que propõe a complacência frente aos desmandos do Governo Federal, não justificam a inércia e a omissão no combate às mazelas que se abateram sobre o povo brasileiro.

Mazelas que se abatem também sobre a Casa Comum, ameaçada constantemente pela ação inescrupulosa de madeireiros, garimpeiros, mineradores, latifundiários e outros defensores de um desenvolvimento que despreza os direitos humanos e os da mãe terra. “Não podemos pretender ser saudáveis num mundo que está doente.

As feridas causadas à nossa mãe terra sangram também a nós” (Papa Francisco, Carta ao Presidente da Colômbia por ocasião do Dia Mundial do Meio Ambiente, 05/06/2020).
Todos, pessoas e instituições, seremos julgados pelas ações ou omissões neste momento tão grave e desafiador.

Assistimos, sistematicamente, a discursos anticientíficos, que tentam naturalizar ou normalizar o flagelo dos milhares de mortes pela COVID-19, tratando-o como fruto do acaso ou do castigo divino, o caos socioeconômico que se avizinha, com o desemprego e a carestia que são projetados para os próximos meses, e os conchavos políticos que visam à manutenção do poder a qualquer preço. Esse discurso não se baseia nos princípios éticos e morais, tampouco suporta ser confrontado com a Tradição e a Doutrina Social da Igreja, no seguimento Àquele que veio “para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10).

Analisando o cenário político, sem paixões, percebemos claramente a incapacidade e inabilidade do Governo Federal em enfrentar essas crises.

As reformas trabalhista e previdenciária, tidas como para melhorarem a vida dos mais pobres, mostraram-se como armadilhas que precarizaram ainda mais a vida do povo.

É verdade que o Brasil necessita de medidas e reformas sérias, mas não como as que foram feitas, cujos resultados pioraram a vida dos pobres, desprotegeram vulneráveis, liberaram o uso de agrotóxicos antes proibidos, afrouxaram o controle de desmatamentos e, por isso, não favoreceram o bem comum e a paz social.

É insustentável uma economia que insiste no neoliberalismo, que privilegia o monopólio de pequenos grupos poderosos em detrimento da grande maioria da população.

O sistema do atual governo não coloca no centro a pessoa humana e o bem de todos, mas a defesa intransigente dos interesses de uma “economia que mata” (Alegria do Evangelho, 53), centrada no mercado e no lucro a qualquer preço. Convivemos, assim, com a incapacidade e a incompetência do Governo Federal, para coordenar suas ações, agravadas pelo fato de ele se colocar contra a ciência, contra estados e municípios, contra poderes da República; por se aproximar do totalitarismo e utilizar de expedientes condenáveis, como o apoio e o estímulo a atos contra a democracia, a flexibilização das leis de trânsito e do uso de armas de fogo pela população, e das leis do trânsito e o recurso à prática de suspeitas ações de comunicação, como as notícias falsas, que mobilizam uma massa de seguidores radicais.
O desprezo pela educação, cultura, saúde e pela diplomacia também nos estarrece.

Esse desprezo é visível nas demonstrações de raiva pela educação pública; no apelo a ideias obscurantistas; na escolha da educação como inimiga; nos sucessivos e grosseiros erros na escolha dos ministros da educação e do meio ambiente e do secretário da cultura; no desconhecimento e depreciação de processos pedagógicos e de importantes pensadores do Brasil; na repugnância pela consciência crítica e pela liberdade de pensamento e de imprensa; na desqualificação das relações diplomáticas com vários países; na indiferença pelo fato de o Brasil ocupar um dos primeiros lugares em número de infectados e mortos pela pandemia sem, sequer, ter um ministro titular no Ministério da Saúde; na desnecessária tensão com os outros entes da República na coordenação do enfrentamento da pandemia; na falta de sensibilidade para com os familiares dos mortos pelo novo coronavírus e pelos profissionais da saúde, que estão adoecendo nos esforços para salvar vidas.

No plano econômico, o ministro da economia desdenha dos pequenos empresários, responsáveis pela maioria dos empregos no País, privilegiando apenas grandes grupos econômicos, concentradores de renda e os grupos financeiros que nada produzem. A recessão que nos assombra pode fazer o número de desempregados ultrapassar 20 milhões de brasileiros. 


Há uma brutal descontinuidade da destinação de recursos para as políticas públicas no campo da alimentação, educação, moradia e geração de renda.

 
Fechando os olhos aos apelos de entidades nacionais e internacionais, o Governo Federal demonstra omissão, apatia e rechaço pelos mais pobres e vulneráveis da sociedade, quais sejam: as comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas, as populações das periferias urbanas, dos cortiços e o povo que vive nas ruas, aos milhares, em todo o Brasil. 

Estes são os mais atingidos pela pandemia do novo coronavírus e, lamentavelmente, não vislumbram medida efetiva que os levem a ter esperança de superar as crises sanitária e econômica que lhes são impostas de forma cruel. 


O Presidente da República, há poucos dias, no Plano Emergencial para Enfrentamento à COVID-19, aprovado no legislativo federal, sob o argumento de não haver previsão orçamentária, dentre outros pontos, vetou o acesso a água potável, material de higiene, oferta de leitos hospitalares e de terapia intensiva, ventiladores e máquinas de oxigenação sanguínea, nos territórios indígenas, quilombolas e de comunidades tradicionais (Cf. Presidência da CNBB, Carta Aberta ao Congresso Nacional, 13/07/2020).

 
Até a religião é utilizada para manipular sentimentos e crenças, provocar divisões, difundir o ódio, criar tensões entre igrejas e seus líderes. 

Ressalte-se o quanto é perniciosa toda associação entre religião e poder no Estado laico, especialmente a associação entre grupos religiosos fundamentalistas e a manutenção do poder autoritário. 


Como não ficarmos indignados diante do uso do nome de Deus e de sua Santa Palavra, misturados a falas e posturas preconceituosas, que incitam ao ódio, ao invés de pregar o amor, para legitimar práticas que não condizem com o Reino de Deus e sua justiça?

 
O momento é de unidade no respeito à pluralidade! 


Por isso, propomos um amplo diálogo nacional que envolva humanistas, os comprometidos com a democracia, movimentos sociais, homens e mulheres de boa vontade, para que seja restabelecido o respeito à Constituição Federal e ao Estado Democrático de Direito, com ética na política, com transparência das informações e dos gastos públicos, com uma economia que vise ao bem comum, com justiça socioambiental, com “terra, teto e trabalho”, com alegria e proteção da família, com educação e saúde integrais e de qualidade para todos.


Estamos comprometidos com o recente “Pacto pela vida e pelo Brasil”, da CNBB e entidades da sociedade civil brasileira, e em sintonia com o Papa Francisco, que convoca a humanidade para pensar um novo “Pacto Educativo Global” e a nova “Economia de Francisco e Clara”, bem como, unimo-nos aos movimentos eclesiais e populares que buscam novas e urgentes alternativas para o Brasil.

 
Neste tempo da pandemia que nos obriga ao distanciamento social e nos ensina um “novo normal”, estamos redescobrindo nossas casas e famílias como nossa Igreja doméstica, um espaço do encontro com Deus e com os irmãos e irmãs.


É sobretudo nesse ambiente que deve brilhar a luz do Evangelho que nos faz compreender que este tempo não é para a indiferença, para egoísmos, para divisões nem para o esquecimento (cf. Papa Francisco, Mensagem Urbi et Orbi, 12/4/20).

 
Despertemo-nos, portanto, do sono que nos imobiliza e nos faz meros espectadores da realidade de milhares de mortes e da violência que nos assolam. 


Com o apóstolo São Paulo, alertamos que “a noite vai avançada e o dia se aproxima; rejeitemos as obras das trevas e vistamos a armadura da luz” (Rm 13,12).
 
O Senhor vos abençoe e vos guarde. Ele vos mostre a sua face e se compadeça de vós.
 
O Senhor volte para vós o seu olhar e vos dê a sua paz! (Nm 6,24-26)."


COMENTÁRIO:


"Um grupo de 152 arcebispos e bispos da Igreja Católica assinaram uma carta com duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido)."

Os representantes do Clero Romano estão revoltados com o presidente Bolsonaro é porque ele até agora não indicou nenhum representante desta seita que se autointitula "Igreja", assim como as outras seitas ditas "evangélica, também se autodenominam "Igreja", para assumir um cargo no seu governo, a exemplo do que ele, Bolsonaro, tem nomeado ministros evangélicos, isto porque sua esposa, é evangélica, e para agradá-la, e conquistar a simpatia e o apoio da tal "Bancada evangélica", ele encheu seu governo de representantes de várias denominações evangélicas.

Basta o presidente Jair Messias Bolsonaro que se diz católico, começar distribuir cargos para representantes do Vaticano, que esses bispos e arcebispos recuam em suas críticas e manifestações contra o governo do atual mandatário do nosso país !

Em tempo.

Eu continuo convidando esses representantes dessas seitas todas que constroem seus templos, e colocam títulos de "Igrejas", para um debate público em qualquer emissora de televisão, para que eles nos mostrem nas Escrituras Sagradas, onde encontramos a referência do termo Igreja, significa templos construídos por mãos humanas.


"O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens;

Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas;...". ATOS 17: 24 e 25.


Valter Desiderio Barreto.

Barretos, São Paulo, 28 de julho de 2020.

domingo, julho 26, 2020

Vestal Goodman, Dottie Rambo - The Holy Hills of Heaven Call Me (Live)



Vestal Goodman, Dottie Rambo - The Holy Hills of Heaven Call Me (Live).
"Vestal Goodman, Dottie Rambo - As Colinas Sagradas do Céu Me Chamam (Ao Vivo)".

 




É DIFÍCIL NÃO CHORAR OUVINDO A LETRA DESTE HINO !



As colinas sagradas do céu me chamam
Para mansões brilhantes do outro lado do mar
Onde os entes queridos esperam e as coroas são dadas.

 




Quando as colinas da casa continuam me chamando
Esta casa de carne é apenas uma prisão
Barras de osso seguram minha alma
Mas as portas de barro vão se arregalar
Quando o anjo liberta meu espírito.

 




Vou pegar meu vôo como uma águia poderosa
Quando as colinas da casa começam a me chamar
Eu vejo entes queridos além
Lágrimas se foram e corações estão livres
E do trono o rei Jesus acena.




Oh, as colinas da casa estão me chamando
Esta casa de carne é apenas uma prisão
Barras de osso seguram minha alma
Mas as portas de barro vão se arregalar.

 




Quando o anjo liberta meu espírito e
Vou pegar meu vôo como uma águia poderosa
Quando as colinas da casa começam a me chamar
Quando as colinas da casa começam a me chamar.

 




Estou me preparando todos os dias para quando as Colinas Sagradas do Céu Me Chamarem ! 



Deste mundo não espero mais nada, quero em breve está com meu Senhor na SUA Glória.

 




Não vejo a hora de Deus me chamar !

 




Valter Desiderio Barreto.

 




Barretos, São Paulo, 26 de julho de 2020.

CNJ abre reclamação disciplinar contra desembargador que humilhou guarda municipal


Menos de 1% dos juízes e procuradores investigados são punidos pelo CNJ -  Política | Farol da Bahia



Vídeo obtido pelo G1 mostra Eduardo Siqueira rasgando multa, jogando no chão, e tentando pedir ajuda para o Secretário de Segurança pública de Santos (SP). 

 

Por Márcio Falcão, TV Globo Brasília.
 

O corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, determinou neste domingo (26), a abertura de uma reclamação disciplinar contra o desembargador Eduardo Siqueira, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

Desembargador humilhou GCM ao ser solicitado que ele usasse máscara em Santos, SP.

O desembargador paulista terá 15 dias para apresentar sua defesa ao conselho. 


Há expectativa de o plenário do CNJ discutir o caso de Siqueira no dia 25, quando pode ser aberto um processo administrativo disciplinar.
Desembargador que humilhou guarda pode ser o 1° condenado pelo CNJ em SP -  23/07/2020 - UOL Notícias
Desembargador que humilhou guarda pode ser o 1° condenado p

Para o corregedor, Siqueira pode ter ferido a Lei Orgânica da Magistratura, o Código de Ética da Magistratura, e ainda a lei de abuso de autoridade e cometido desacato a autoridade. 

Humberto Martins listou cinco condutas do desembargador a ser apuradas: 
  1. afirmar ao Guarda Civil Municipal, quando no exercício regular das suas funções de agente de segurança, que amassaria a multa eventualmente aplicada e arremessaria no seu rosto;
  2. usar da influência do cargo de desembargador para deixar de usar máscaras de proteção contra a COVID-19 e/ou deixar de receber a multa (duas vezes);
  3. chamar o Guarda Civil Municipal de “analfabeto” durante ligação telefônica com o Secretário de Segurança Pública, Sérgio Del Bel, na presença do agente de segurança;
  4. puxar a multa da prancheta, rasgá-la e atirá-la ao solo na frente da autoridade que a confeccionou;
  5. usar da sua influência em relação a outras autoridades estaduais e municipais para realizar “ameaça” de punição aos Guardas Civis Municipais que exerciam a sua função institucional.


No vídeo, o desembargador Eduardo Siqueira se recusa a usar máscara, e desacata o guarda civil, ao ligar para o secretário de Segurança de Santos, para reclamar. 


Ao desligar o telefone, ele humilha mais uma vez o guarda. 

O desembargador ainda se recusou a assinar a multa, rasgou e a jogou no chão. 


Na quinta (23), só depois da repercussão do caso, pediu desculpas.

Pastor Davi Passamani abriu novo local de culto em fevereiro após renunciar cargo em igreja depois de investigações de crimes sexuais Polícia Civil disse que prisão preventiva foi necessária porque pastor cometeu crimes usando cargo religioso.

Advogado alegou que prisão do pastor faz parte de ‘conspirações para destruir sua imagem’. Por Thauany Melo, g1 Goiás 07/04/2024 04h00.    P...