Banners


Create your own banner at mybannermaker.com!

sábado, julho 14, 2012

Como a Delta pagou Perillo




Um relatório da Polícia Federal obtido com exclusividade por ÉPOCA comprova os elos entre o esquema de Carlinhos Cachoeira e o governador de Goiás

LUCRO O governador  de Goiás, Marconi Perillo. Ele vendeu uma casa ao bicheiro Carlinhos Cachoeira com um ágio  de R$ 500 mil –  em troca, liberou faturas da Delta  (Foto: Andre Borges/Folhapress)
capitulo 1 (Foto: reprodução)

No dia 27 de junho, o Núcleo de Inteligência da Polícia Federal remeteu à Procuradoria-Geral da República um relatório sigiloso, contendo todas as evidências de envolvimento do governador Marconi Perillo com o esquema da construtora Delta e do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Como governador de Estado, Perillo só pode ser investigado pelo procurador-geral da República – e processado no Superior Tribunal de Justiça. O relatório, a que ÉPOCA teve acesso com exclusividade, tem 73 páginas, 169 diálogos telefônicos e um tema: corrupção.  

O documento está sob os cuidados da subprocuradora Lindora de Araújo, uma das investigadoras mais experientes do Ministério Público. Ela analisará que providências tomar e terá trabalho: são contundentes os indícios de que a Delta deu dinheiro a Perillo.
Alguns desses 169 diálogos já vieram a público; a vasta maioria ainda não. Encontram-se nesses trechos inéditos as provas que faltavam para confirmar a simbiose entre os interesses comerciais da Delta em Goiás e os interesses financeiros de Perillo. Explica-se, finalmente, o estranho episódio da venda da casa de Perillo para Cachoeira, que não foi bem entendido. Perillo nega até hoje que tenha vendido o imóvel a Cachoeira; diz apenas que vendeu a um amigo. O exame dos diálogos interceptados fez a Polícia Federal, baseada em fortes evidências, concluir que:

1) assim que assumiu o governo de Goiás, no ano passado, Perillo e a Delta fecharam, diz a PF, um “compromisso”, com a intermediação do bicheiro Carlinhos Cachoeira: para que a Delta recebesse em dia o que o governo de Goiás lhe devia, a construtora teria de pagar Perillo;

2) o primeiro acerto envolveu a casa onde Perillo morava. Ele queria vender o imóvel e receber uma “diferença” de R$ 500 mil. Houve regateio, mas Cachoei¬ra e a Delta toparam. Pagariam com cheques de laranjas, em três parcelas;

3) Perillo recebeu os cheques de Cachoeira. O dinheiro para os pagamentos – efetuados entre março e maio do ano passado – saía das contas da Delta, era lavado por empresas fantasmas de Cachoeira e, em seguida, repassado a Perillo. Ato contínuo, o governo de Goiás pagava as faturas devidas à Delta;

4) a Delta entregou a um assessor de Perillo a “diferença” de R$ 500 mil;

5) a direção nacional da Delta tinha conhecimento do acerto e autorizou os pagamentos.

Para compreender as negociações, é necessário conhecer dois personagens, que chegaram a ser presos pela PF. Um é o tucano Wladmir Garcez, amigo de Perillo e ex-presidente da Câmara de Vereadores de Goiânia. Garcez atua como uma espécie de embaixador de Perillo junto à Delta e à turma de Cachoeira: faz pedidos, cobra valores, entrega recados. O segundo personagem é Cláudio Abreu, diretor da Delta no Centro-Oeste e parceiro de Cachoeira no ataque aos cofres públicos de Goiás. Na hierarquia da Delta, Abreu detinha a responsabilidade de obter contratos públicos para a construtora e – o mais difícil, custoso – assegurar que os governantes liberassem os pagamentos em dia. A corrupção neste caso, como em tantos outros, nasce na oportunidade que o Poder Público oferece: um detém a caneta que pode liberar o dinheiro; outro detém o dinheiro que pode mover a caneta. Na simbiose entre a Delta e o governo de Goiás, Garcez e Abreu eram os sujeitos que se dedicavam a fazer o dinheiro girar, multiplicar-se. Não há caixa de campanha ou questiúncula política nessa história. O objetivo era ganhar dinheiro.

A mensagem
 
Para a Justiça
O relatório da PF traz indícios de que a Delta transferiu dinheiro a Perillo, e eles devem ser investigados
Para o eleitor
A investigação pode dar um novo norte à CPI do Cachoeira
 
A PF começou a monitorar as atividades ilegais das duas turmas, de Perillo e da Delta, em 27 de fevereiro do ano passado. Naquele momento, Perillo cobrava o pagamento do “compromisso” da Delta. Num diálogo interceptado pela PF às 20h06, Cachoeira pede pressa a Abreu. Disse Cachoeira: “E aquele trem (dinheiro) do Marconi (governador), hein? Marconi já falou com o Wladmir (Garcez), viu”. Abreu chora miséria, como bom negociante. “Vou falar amanhã que não tem jeito”, diz Cachoeira. “Mas não é 2 milhões e meio, não. Ele (Marconi) quer só a diferença.” Cachoeira refere-se, aqui, à operação de venda da casa, o assunto mais urgente naquele momento. Abreu faz jogo duro: “Pois é, doutor, eu não tenho como. Do mesmo jeito que o Estado tá com o orçamento fechado, eu também tô”. O jogo é simples: uma parte quer que a outra aja antes. Perillo quer o dinheiro antes de liberar a fatura; Abreu, da Delta, quer a fatura paga antes de liberar o dinheiro para Perillo.
AGILIDADE O bicheiro Carlinhos Cachoeira. Quando ele entrou no circuito, a negociação entre a Delta  e o representante  de Marconi Perillo passou a andar rápido  (Foto: Ailton de Freitas/Ag. O Globo)
Capítulo 2 (Foto: reprodução)
As negociações prosseguem, emperradas em alguns momentos por desconfianças mútuas. Numa ligação na mesma noite, Cachoeira certifica Abreu de que Garcez, o interlocutor de Perillo, não está pressionando a Delta sem motivos. “Não é o Wladmir, não. É ele (Marconi) que tem esse trem na cabeça, da diferença e não sei o quê, viu?”, diz. No dia seguinte, preocupado com a demora da Delta em liberar o dinheiro, Cachoeira pede a Garcez que dê “um aperto” em Abreu, de modo a garantir o negócio. Garcez liga para Abreu e reforça que a Delta deve pagar logo o “compromisso” com Perillo. Garcez explicara a Perillo que a Delta não conseguiria quitar o acerto logo. Diz Garcez, no diálogo com Abreu: “Tive lá no Palácio, conversei com o governador lá. Falei... ‘Olha, o compromisso que ele (Abreu) tinha feito com o senhor faltava 1 milhão e meio. (...) Ele (Abreu) vai ver se cumpre aquele compromisso com o senhor”. Diante da pressão, Abreu diz que tem “outros compromissos” em Mato Grosso e em Mato Grosso do Sul. 

Pede tempo.

Nervoso com a lentidão de Abreu, Cachoeira resolve dar prosseguimento ao negócio com Perillo – e cobrar depois da Delta. A partir daí, o acerto realiza-se com rapidez. Ainda no dia 28, Garcez informa a Cachoeira que Perillo quer cheques nominais. Combinam a entrega de três cheques para o dia seguinte, às 14 horas: dois de R$ 500 mil e um de R$ 400 mil, depositados no dia 1o de cada mês. Em seguida, no dia 1o de março, Cachoeira faz a operação: pede ao sobrinho que assine os cheques, avisa a Delta e manda entregar os cheques no Palácio das Esmeraldas, sede do governo de Goiás. Às 14h53, Garcez, que estava no Palácio, confirma a Cachoeira que os cheques foram entregues e avisa que levará a escritura do imóvel no dia seguinte. Doze minutos depois, Cachoei-ra já pede a contrapartida a Garcez: “O trem da Delta, aqueles 9 milhões que o Estado tem de pagar... Você levou para mostrar para ele (Perillo)?”. Garcez confirma: “Tá comigo aqui. Oito milhões, quinhentos e noventa e dois, zero quarenta e três”. Às 16h37, Garcez informa a Cachoeira que está no gabinete do governador, entregando os cheques. Em seguida, Garcez comunica a Abreu que os problemas da Delta acabaram. “(Perillo) falou que vai resolver: ‘Não, pode deixar que isso aqui eu resolvo’”. E resolveu: ainda no dia 1o de março, o governo de Goiás liberou R$ 3,2 milhões para a conta da Delta. No dia seguinte, o cheque de R$ 500 mil foi depositado na conta de Perillo.

No dia 3 de março, Cachoeira comemora com Abreu a “porta aberta” com Perillo. “Ele (Perillo) engoliu aqueles 500 mil... Ele (Perillo) responde em tudo, deu as contas para pagar”, afirma Cachoeira. Cachoeira pediu a seu sobrinho Leonardo Ramos, que costuma assessorá-lo, para que preparasse um contrato de compra e venda no nome de um laranja – e começou a chamar amigos para conhecer a linda casa que comprara de Perillo. No dia 25 de março, o governo de Goiás liberou mais um pagamento de R$ 3,2 milhões para a conta da Delta. Enquanto os pagamentos caíam nas contas da Delta, a Delta cobria, por meio de uma empresa laranja, os cheques dados por Cachoeira.

LUXO Andressa Mendonça, mulher do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Ela não queria deixar a prataria da casa para o novo morador  (Foto: Andre Dusek/AE)
O segundo cheque de R$ 500 mil foi compensado no dia 4 de abril. Cachoeira, sempre zeloso, checava tudo com seu contador. No dia 29 de abril, antes da compensação do último cheque, no valor de R$ 400 mil, Abreu voltou a reclamar com Cachoeira que as faturas da Delta haviam sido retidas novamente. Abreu foi claríssimo na contrapartida necessária para pagar o último cheque: “Deixa eu te contar uma amarelada que eu dei aqui. Wladmir (Garcez) tá me rodeando aqui. Eu falei: ‘Wladmir, tá bom: que dia vai me pagar? Tá prometido até sexta que vem, tá? Então vamos fazer o seguinte: eu pago os 400. Se ele (Perillo) não me pagar até sexta (...) você me devolve os 400’. Aí ele amarelou aqui”. Os dois reclamaram da demora de Perillo. Cachoeira disse: “Agora tem de tolerar porque nós já pusemos o pé na jaca”. Eles reclamam, reclamam, reclamam... mas no fim pagam. No dia 2 de maio, Cachoeira ordenou a seu contador que contatasse o pessoal de Perillo e descontasse o último cheque. “Aquele lá (o cheque) não podia falhar de jeito nenhum, né?”, diz o contador. O cheque foi descontado. E o que aconteceu? O governo de Goiás liberou mais uma parcela de R$ 3,2 milhões para a conta da Delta. 

Não demorou para Cachoeira perceber que morar na antiga casa do governador de Goiás lhe traria problemas. Num diálogo com sua mulher, Andressa Mendonça, em 17 de maio (leia na página ao lado), Cachoeira compartilhou seu temor por telefone: “Esse trem não vai dar certo (da casa). Vão acabar sabendo que é minha”. Cachoeira começou, então, a procurar um modo de se desfazer do imóvel, apesar dos protestos de Andressa, que já decorara a casa e adorava o lugar. As conversas interceptadas pela PF mostram em detalhes como Cachoeira repassou a casa para um terceiro, o empresário Walter Santiago, sem aparecer. Para isso, recorreu à ajuda de Garcez, que coordenou a transação. Garcez assegurou ao empresário que a casa era de Perillo. No dia 12 de julho, Walter Santiago, rodando num carro blindado, encontrou-se com Garcez e lhe entregou R$ 2,1 milhões em dinheiro vivo. Cachoeira orientou Garcez pelo telefone: “Manda trazer o dinheiro aqui no Excalibur (prédio onde mora Cachoeira), entendeu? Manda o professor (Walter Santiago) trazer no Excalibur, porque ele tá com carro blindado”.

















Em seguida, Garcez informou a Cachoeira que Lúcio Fiúza, então assessor especial de Perillo, estava com eles no carro. Responde Cachoeira: “Então pega tudo e vem para casa. Dá só os quinhentos na viagem para o doutor Lúcio. (...) Já fala para o doutor Lúcio pegar os cem também (parte do assessor de Perillo). É dois e cem, viu (R$ 2,1 milhões, o dinheiro a ser entregue)? Pega os cem logo e já mata ele, ou então já fala a data que ele tem de entregar”. 
Não fica claro se os R$ 500 mil para Fiúza 
 referem-se à parte de Perillo nessa segunda operação – ou se era um pagamento pendente por outra razão. Também nessa segunda operação, Cachoeira recebeu – e distribuiu a gente próxima a Perillo – mais dinheiro do que valia o imóvel.

Cachoeira confirma isso num diálogo com Andressa, ainda no dia 12. Andressa pergunta por quanto ele vendeu a casa. “Dois e cem”, diz Cachoeira. “Esse trem é do Marconi e não ia dar certo, não. Tem de passar logo esse trem para o nome dele (possivelmente o empresário Walter). Porque eu vou perder um trem de bilhões por causa de um negócio à toa.” Andressa não quer saber de negócios ou dinheiro. Quer saber da prataria da casa e das coisas bonitas e caras que comprou para decorá-la. “Você explicou para ele (empresário Walter) que roupa de cama, coisa pessoal, acessório de banheiro, nada disso vai, né?”, diz Andressa. Cachoeira se irrita: “Deixa a roupa de cama do jeito que tá lá. Não faça isso, não. Pega as pratarias que o Wladmir escondeu lá dentro”. “Eu não vou deixar roupa de cama de 400 fios para ele, não. Cê tá louco?”, diz Andressa. Cachoeira, então, confessa o preço real da casa e revela a existência da “diferença”. “Deixa do jeito que tá. Aquilo lá custou quanto? Afinal, eu comprei ela (a casa) por mil (R$ 1 milhão), vendi por mil e quinhentos (R$ 1,5 milhão). Tá bom, me ajudou a vender.” A conta é a seguinte, segundo a PF: o empresário Walter Santiago pagou R$ 2,1 milhões pela casa. Destes, R$ 100 mil foram para Fiúza, o assessor de Perillo, R$ 500 mil para Perillo, levados por Fiúza – e o restante, R$ 1,5 milhão, para Cachoeira.
Segundo Perillo, a Receita Federal atestou que seu patrimônio é compatível com seus rendimentos.
O que Cachoeira fez depois de receber o R$ 1,5 milhão? Ligou para a Delta. Confirmou o recebimento do dinheiro e perguntou a Abreu se o contador da Delta já fora avisado. Abreu disse que estava ao lado de Carlos Pacheco, principal executivo da Delta, a quem Abreu chama de “chefe”. Abreu disse: “Eu falei com o chefe aqui, viu, amigo? Ele falou que era para você guardar esse dinheiro, era para você aplicar lá no entorno (entre Brasília e Goiás), no projeto. Que o projeto lá vai exigir uns 4 milhões e meio, mas eu falo com você pessoalmente”. A PF não descobriu que projeto seria esse. Mas a fala de Abreu deixa claro o que outros diálogos confirmam: a direção da Delta nacional não só sabia das operações de Cachoeira no Centro-Oeste, como coordenava algumas negociações. Até agora, a Delta insiste na versão segundo a qual Abreu agia sozinho.

E manteve sua linha de defesa, após ÉPOCA questionar a empresa sobre as novas evidências. Por meio de uma nota, a Delta afirma não ter conhecimento da apresentação de uma fatura da empresa ao governador Marconi Perillo, nem da visita de Wladmir Garcez ao Palácio de governo para resolver um assunto da empreiteira. A nota também afirma: “Empresas de construção civil que atuam no setor público, como a Delta, precisam zelar e velar pelo recebimento pontual e em dia dos compromissos assumidos a fim de não ocorrer solução de descontinuidade nas obras”. A empresa diz ainda que o ex-presidente Carlos Pacheco nunca teve relação comercial com Cachoeira e que a empresa tem prestado esclarecimentos necessários aos órgãos instituídos.

Perillo também preferiu não prestar esclarecimentos a ÉPOCA. Não respondeu às perguntas sobre eventuais conversas para discutir pagamentos da Delta e sobre a relação desses pagamentos com a venda da casa. Em nota, limitou-se a dizer que “prestou, por meses a fio, todos os esclarecimentos solicitados pela imprensa, pela sociedade e pela CPI”. 

Perillo criticou ainda o deputado Odair Cunha (PT-MG), relator da CPI do Cachoeira. Disse que o deputado quer transformar a CPI numa “comissão de investigação do governador Marconi Perillo”. Diz ainda a nota: “No exaustivo crivo a que foi submetido, nenhum fato se encontrou que possa desabonar sua biografia (de Marconi Perillo) de cidadão ou de homem público. Ao contrário, a Receita Federal, por exemplo, emitiu nota técnica na qual atesta que o patrimônio do governador é compatível com seus rendimentos. Portanto, o governador Marconi Perillo informa que, considerando já devidamente esclarecidos os assuntos de fato relevantes, não se pronunciará mais a respeito de questões atinentes a sua vida privada, reservando essa providência, como é natural, unicamente para os assuntos relacionados a suas atividades como governador do Estado”.

Perillo depôs na CPI do Cachoeira há um mês, quando começavam a se acumular evidências de que ele mantinha relações com a empreiteira Delta e com Cachoeira. Na ocasião, foi claro: “O senhor Carlos Cachoeira não teve a menor participação na venda da casa. (A venda da casa) foi feita de forma transparente ao atual empresário Walter Paulo. (...) Os valores (da venda da casa) foram de acordo com o mercado”. Até agora, desconfiava-se que as três afirmações não eram verdadeiras. Agora, com o relatório da PF, sabe-se que são falsas: Cachoeira participou da compra da casa, a operação aconteceu na sombra e o valor da venda foi superior ao de mercado.

Perillo também disse à CPI: “De forma desavisada ou maldosa, vejo, aqui ou acolá, afirmações de que o senhor Carlos Augusto, o Cachoeira, teria influência em meu governo”. Os diálogos interceptados pela PF e a cronologia do pagamento das faturas à Delta revelam que Cachoeira tinha, sim, influência. Outra frase de Perillo: “Falaram (nos diálogos até então divulgados) sobre seus planos (da turma de Cachoeira), mas nada se concretizou. Nada! Reafirmo: nada se concretizou”. Aqui, mais uma vez, as cobranças da Delta ao amigo de Perillo, os cheques compensados nas contas de Perillo e o consequente pagamento das faturas da Delta apontam o contrário. Por fim, Perillo bradou na CPI: “Não tem propina no meu Estado”. É uma afirmação ousada. Os delegados da Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República, ao que parece, discordam. 

Após receita de "vergonha na cara", jovem de Fortaleza elimina 28 kg

Médica recomendou reeducação alimentar e exercícios para jovem do CE.
Para ela, Sabryna era nova e tinha condições de perder peso naturalmente.

Sabryna VC no Bem Estar (Foto: Arquivo pessoal) 
Sabryna se sente melhor e usa roupas mais justas
após perder 28 kg (Foto: Arquivo pessoal)
 
“Tomar vergonha na cara”: essa foi a receita que a estudante Sabryna Ribeiro Estanek Fernandes, de 27 anos, recebeu da sua endocrinologista para emagrecer quando chegou aos 100 quilos.

Após inúmeras tentativas de perder peso com remédios, a médica resolveu não receitar mais os medicamentos porque, segundo ela, Sabryna era jovem e tinha condições de emagrecer naturalmente.

“Eu sempre ia ao médico, pegava a receita para tomar inibidores de apetite, emagrecia 10 kg, me sentia bem e comia tudo de novo”, lembra a carioca, que há 3 anos mora em Fortaleza, no Ceará.

“A endocrinologista me encaminhou para uma nutricionista para fazer uma reeducação alimentar e se recusou a me receitar mais remédios”, conta.

Após a consulta “frustrante” com a endocrinologista, Sabryna voltou revoltada para casa. “Eu achava que o remédio era a solução da minha vida. Chorei muito, não queria nem sair na rua”, lembra. Mesmo com a orientação, ela não foi à nutricionista porque queria mostrar que conseguiria sozinha.

“Todo gordinho sabe a dieta perfeita, mas nunca segue. Eu comecei a cortar refrigerante, pão e doce”, conta. Por causa do excesso de peso, ela sentia vergonha de ir à academia e, para começar a praticar atividade física, optou pela bicicleta ergométrica que tinha em casa. “No começo, eu não conseguia ficar mais de 15 minutos na bicicleta. Mas eu fazia de domingo a domingo”.

Encontrei o meu ritmo. Estabeleci um método sem pressão, para emagrecer naturalmente, sem ficar neurótica."
 
Depois, passou a caminhar na rua mais ou menos uma hora por dia. “No primeiro mês, perdi 2,5 kg com a minha dieta”, lembra. Em fevereiro de 2011, com 90 kg, dez a menos, ela resolveu, enfim, visitar a nutricionista. “Ela me passou uma dieta e logo no primeiro mês, eliminei 5 kg”, lembra.

Dois meses depois, mais animada,  entrou na academia. “Encontrei o meu ritmo. Estabeleci um método sem pressão, para emagrecer naturalmente, sem ficar neurótica”, diz a jovem, que se recusava a se pesar toda semana. “Eu media pelas minhas roupas. Quando eu conseguia entrar nas roupas, ficava satisfeita e via o resultado”, conta, feliz.
Sabryna VC no Bem Estar (Foto: Arquivo pessoal) 
Ela passou dos 100 kg para os 72 kg e ficou ainda mais vaidosa (Foto: Arquivo pessoal)

Atualmente com 72 kg, 28 kg a menos, em 1,64 m de altura, ela continua com a reeducação alimentar e a atividade física de segunda a sexta.

“Meu marido gosta de comer guloseimas, então eu tenho que resistir às coisas que ele come. Todo dia tem refrigerante na minha casa, então eu tive que aprender a lidar com isso, a dizer ‘não’”, diz.

Mais magra e mais confiante, ela voltou à endocrinologista com a receitada “vergonha na cara”. “Ela ficou chocada. Tenho pressão alta e, toda vez que ia às consultas, tinha tanto medo de ter engordado que minha pressão subia ainda mais. Quando voltei lá, ela mal me reconheceu”, lembra, aos risos.

Quem também não reconheceu Sabryna foi sua família, que mora no Rio de Janeiro. “Começaram a me perguntar qual era o segredo, mas não tem segredo. É a vergonha na cara mesmo! A comida é fundamental, não adianta só fazer exercício”, recomenda.
Sabryna VC no Bem Estar (Foto: Arquivo pessoal)Antes e depois de emagrecer, as imagens mostram a jovem com o marido na praia (Foto: Arquivo pessoal)
 
Não foi fácil. É importante demais para o obeso tomar um passo assim. É para a vida inteira, um controle eterno."
 
O marido da estudante também foi fundamental durante o processo e ajudou bastante. “Eu perdi todas as minhas roupas e ele foi comigo comprar tudo de novo. Mudei todo o meu guarda-roupa”, conta. “Antes, eu me escondia por trás de vestidões e blusas largas. Hoje, eu uso roupas justas. Não tenho mais o problema de ir às lojas e não ter o meu tamanho”, relata, satisfeita.

Mesmo com todas as dificuldades, Sabryna continua na batalha e diz que ainda está colhendo os frutos da mudança de atitude. “Eu gostava de me enganar, dizia que eu tinha problema para emagrecer, mas a verdade é que eu gostava muito de comer”, reconhece. “Não foi fácil. É importante demais para o obeso tomar um passo assim. É para a vida inteira, um controle eterno”, avalia a jovem, que ainda quer eliminar mais 4 kg para chegar, enfim, ao peso ideal.

sexta-feira, julho 13, 2012

Parauapebas: o escândalo PAZINATO e o TCM - Tribunal da operação "Rêmora"

Segundo o blogueiro Zé Dudu noticia, numa decisão administrativa tão inédita quanto esdrúxula, o TCM do Pará, aquele mesmo Tribunal que já foi alvo de operação da Polícia Federal, tenta conotar com ar de legalidade o contrato do PAZINATO em Parauapebas, onde DARCI a todo custo quer passar mais de 20% das receitas municipais, que supostamente tiveram acréscimos decorrentes da atuação da sumidade PAZINATO. 

Apenas o TCM do Pará aceita esse tipo de contrato, com cláusulas "ad exitum" sobre os valores em causa, os demais tribunais de contas do Brasil não permitem esse tipo de "negociata" com o dinheiro público.

O TCM é um tribunal de ex-políticos, que toma essa decisão em período eleitoral e próximo a um acordo entre a VALE e o DNPM, colocando-a sobre suspeição.


Existe uma ação popular para ser impetrada contra o "escândalo Pazinato", essa decisão do TCM, tribunal cuja imagem é mais suja que pau de galinheiro nada muda, apenas denota o quão descartável é essa corte de contas dos municípios do Pará, onde apenas pequenos municípios tem alguma dificuldade, os grande e ricos, nadam de braçadas, passam tudo!


Fonte: Blog Sol do Carajás. 

Parauapebas: coordenador da campanha do Coutinho é o SEFAZ do DARCI

Margalho o "SEFAZ"
"O que causa estranheza aí, é o Secretário de Fazenda, homem que tem as chaves dos cofres do município, ser o coordenador da campanha governista!" 

A frase acima é a opinião de um leitor do Sol do Carajás, diga-se de passagem, comentário muito pertinente.

O Margalho foi imposição do Darci ao Coutinho, uma espécie de "cabresto" ou de "coleira" no candidato governista, retirando qualquer autonomia do rapaz que deseja ser prefeito de Parauapebas.

Mas em Parauapebas estranho mesmo é o Ministério Público, que não estranha nada!
 
Fonte: Blog Sol do Carajás.
Rosalina Arraes
ESTÃO NO PODER E ESTÃO PARA SE AJUDAR! O SISTEMA NUNCA LUTA CONTRA SI MESMO E NUNCA REPRESENTA NOSSOS INTERESSES.... ELE APENAS TROCOU UM SALÁRIO DE 26mil POR UM DE 24 mil ... E JÁ FIRMOU QUE ASSIM QUE POSSÍVEL VOLTARÁ A SE CANDIDATAR....

Um dia após ter o mandato de senador cassado em Brasília, Demóstenes Torres (sem partido, ex-Democratas) retornou ao Ministério Público de Goiás (MP-GO) na quinta-feira (12). O ex-senador é procurador de Justiça no estado e havia se licenciado para atuar no Congresso Nacional. Segundo a assessoria de imprensa do MP-GO, ele esteve no órgão na tarde de quinta, onde protocolou um comunicado de exercício, procedimento necessário para retomar as atividades. No entanto, não permaneceu muito tempo no prédio, localizado no Setor Jardim Goiás, em Goiânia. De acordo com o portal da transparência do MP, os ocupantes do cargo de procurador recebem um subsídio de R$ 24.117,62 mil, mais benefícios. Demóstenes ficou afastado das funções no MPE por 13 anos.

quinta-feira, julho 12, 2012

Parauapebas: o "cavalo" do Darci faz grego morrer de inveja


Margalho: o "cavalo" que Darci
presenteia ao Coutinho
Darci deu um "cavalo" de presente para a campanha do Coutinho, o "animal" atende pelo nome de MARGALHO, o cavalo de Tróia perto do rapaz vira um pônei de criança montar. Esse "cavalo" pode ou já fez um tamanho estrago com sua simples  presença na candidatura do Coutinho que a coisa pode desancar de vez.

Margalho é o coordenador geral da campanha governista, mas conhecendo outro cavalo, o de Tróia, tem gente que já avisou que desse jeito o bicho não anda, ou seja, com um cavalo desses dentro das muralhas governistas a "guerra" tá perdida.

Já se fala no "front" da situação que o "cavalo" do Darci poderá ter sua primeira derrota e que naturalmente a coordenação da campanha do Coutinho irá para o Roque do PP ou o desânimo chega pra ficar de uma vez por todas.
____________
Nota: Coutinho já devia saber que Darci não deixa barato, taí o "cavalo" de presente!
 
Fonte: Blog Sol do Carajás.

FHC: Em vez de motores, Lula usou ‘velas’para fazer reformas

Fernando Henrique Cardoso
alfinetou o seu sucessor imediato, Luiz Inácio Lula da Silva, dizendo que seu rival usou "velas" em vez de "motores" para tocar reformas de base

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pode ser um sociólogo presidente, ou presidente sociólogo – em qualquer um dos casos, razão pela qual recebeu da Biblioteca do Congresso americano uma das premiações mais importantes das ciências humanas, o prêmio Kluge, concedido a intelectuais pelo conjunto de sua obra.

Ele indicou que continua afiado nas ferramentas das sua “dupla carreira”, ao conversar com jornalistas que lhe entrevistaram em uma imponente sala coberta de painéis de madeira, em um dos edifícios do complexo em Washington.

Político, alfinetou o seu sucessor imediato, Luiz Inácio Lula da Silva, dizendo que seu rival usou “velas” em vez de “motores” para tocar reformas de base – o que na sua opinião, teria contribuído para o processo de desindustrialização que o país está enfrentando hoje.

- De fato, por causa da taxa de câmbio e da produtividade, alguns setores da economia brasileira estão perdendo competitividade. Mas essa perda não é no chão da fábrica, é global. É no custo da energia, na má infraestrutura, no peso dos impostos – afirmou FHC.

Isso só se resolve com muitas reformas que foram paralisadas. O governo Lula paralisou as reformas. O vento soprou a favor, e ele em vez de usar motor, usou vela. Velejou bem, mas não aperfeiçoou os motores. Agora precisa voltar a mexer nessas questões, para fazer frente a uma tendência real de desindustrialização.”

Retrospecto 

Comparando a condução da economia de um país à tarefa da navegação, FHC avaliou que o Brasil tem uma “ilha à vista”, da qual precisa começar a desviar já. ”A ilha qual é? Os superávits comerciais são decrescentes, porque o preço das matérias-primas voltou a cair. A exportação das manufaturas não se expandiu por causa do câmbio e da produtividade”, disse.

- O protecionismo não resolve. É bom ter um pouco de história econômica. Eu entendo que num caso ou noutro se atue em termos de erguer barreiras alfandegárias, mas como regra, olhando historicamente, isso vai fazer com que haja uma perda de produtividade.

Passando seu governo em retrospecto, o ex-presidente se queixou por ser taxado de “neoliberal” e criticado por políticas que foram continuadas nos governos posteriores. Disse que fez uma administração favorável a uma maior competição na economia brasileira.

- Os governos sempre bancam a economia. O problema é a medida. No caso do Brasil o governo às vezes até força e cria campeões – disse FHC, citando como exemplo os empréstimos subsidiados do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

- O subsídio do BNDES no último ano foi de US$ 20 bilhões (R$ 40 bilhões), mais que as bolsas. A quem foi dado esse dinheiro? A dez, doze grupos. Qual foi o critério? Não foi debatido. Isso excede, ao meu ver, o que o governo tem que fazer.
FHC disse que esta posição não significa uma oposição à mão nada invisível do BNDES.

Reconhecimento 

O prêmio Kluge, de US$ 1 milhão, é concedido a intelectuais das áreas de ciências sociais e humanas, que não são cobertas pelo Nobel, e pretende ser um equivalente à premiação do comitê de Oslo.
A honraria começou a ser dada em 2003, mas não sai todo ano. O ex-presidente brasileiro é o oitavo intelectual e o primeiro latino-americano a recebê-lo.

Ao justificar a sua decisão, os organizadores do prêmio disseram que FHC combina “o estudo profundo com respeito pela evidência empírica”.

Sua obra principal é o trabalho pioneiro escrito nos anos 1960 com o colega chileno Enzo Faletto, Dependência e Desenvolvimento, que discutia a posição dos países periféricos em relação às economias ricas.

Para os organizadores do prêmio, a teoria de FHC ajudou a mostrar que os países periféricos “podem fazer escolhas inteligentes e estratégicas” para promover modernização e desenvolvimento, mesmo estando em desvantagens em relação às nações industrializadas.

Na prática, afirmou FHC, as políticas do seu governo integraram o Brasil no sistema capitalista internacional de forma a “assentar as bases para a ascensão (do país) à proeminência mundial”.

Agradecendo o prêmio, FHC disse que o prêmio “não se deve só a mim”, mas a este avanço do Brasil. “Passamos a ser uma fonte de interesse global e portanto alguém que escreve sobre o Brasil e é brasileiro se qualifica para receber esse prêmio”, disse.

O ex-ocupante do Planalto disse que “não são os presidentes” os responsáveis pela continuidade no avanço de uma sociedade como o Brasil. ”É o povo, é o processo democrático, é a sociedade brasileira que está evoluindo. Não foi um presidente que fez a democracia ou a Constituição. Foram as lutas, as Diretas Já, as greves, a briga na Constituinte, o sentimento de que era necessário crescer”, disse.

- O presidente está lá. Às vezes ele atrapalha, às vezes ele acelera (o avanço). 
Eu acho que eu acelerei.

Antonio Carlos Dias Souza

Deputados Estaduais da Bahia usam o dinheiro público para pagar 25 cabos eleitorais. 
 
Enquanto isso, o Estado da Bahia alega que não tem dinheiro para pagar aos professores!

Andre Marcio Murad

 UM PAÍS DESGOVERNADO POR UMA BUCÉFALA E SAQUEADO POR UMA QUADRILLHA CHAMADA PT SÓ PODE CAMINHAR PARA O ABISMOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO! 

ACORDEM BRASILEIROS! 

TEMOS QUE ERRADICAR A PRAGA PETRALLHA, NO VOTO, ANTES QUE SEJA
TARDE DEMAIS! 

PENSE NISSO NESTAS ELEIÇÕES!

Innelma Araujo publicou em CIDADÃOS DE PARAUAPEBAS

Não sei porque justamente agora que o Darci provou ser um péssimo administrador a Bel resolveu fazer aliança com ele sendo vice candidata do Coutinho atual protegdo do prefeito e desconhecido do povo . 
Pq será que ela mudou de opinião? 
Na ultima eleição durante o horário eleitoral, ela apontou inumeros defeitos na gestão dele, inclusive que o Darci não era um bom gestor e que ele estava deixando a desejar. 
Nesse segundo mandato, esta mais que visivel que Darci abandonou a cidade a mercê da sorte , com a maioria dos bairros sem agua, um problema antigo que ja existia nos bairros novos como Altamira, Betania, Casas populares etc, quando Bel era prefeita. 
É bom lembrar que a Bel não fez a ampliação do fornecimento de água durante os 08 anos que ficou na prefeitura e o Darci apenas deu inicio a um projeto de ampliação que não levou adiante. 
Então POVO preparem-se para a grande seca que vai assolar Parauapebas, porque se os dois ganharem estamos perdidos, nenhum dos dois gosta de obras enterradas. 
E os dois sofrem de alzheimer ja deu pra perceber que nenhum lembra o que falou mal do outro. 
Cest la vie...

 Chico Brito MAS A DONA BEL FEZ TRES OBRAS NOS SEUS 8 ANOS DE GOVERNO, QUE SÃO: O COSTA PRA RUA, A PRAÇA DO CIDADÃO QUE NÃO RACHOU ANTES DE ELADEIXAR O GOVERNO E O MERCADO MUNICIPAL, ESTE PARA SER PONTI TURÍSTICO ONDE O CARA PODE ANDAR DE CANOA TODA VEZ QUE CAI UMA CHUVINHA. C'est la vie.

Alberto sousa deixou um novo comentário sobre a sua postagem "SHIRLEAN DA LEOLAR É 55.356":



meu amigo vc será vereador , gosto muito de vc, meu guerreiro, lutador que será um dos mais votados. boa sorte!

quarta-feira, julho 11, 2012

Assassino de Décio Sá diz que não é um 'monstro'; veja entrevista

Jhonatan de Souza Silva, 24 anos, falou ao repórter Alex Barbosa.
Conheça perfil do jovem que, segundo a polícia, já matou mais de 40 pessoas

O paraense Jhonatan de Souza Silva, 24 anos, assassino confesso do jornalista Décio Sá, diz que já perdeu a conta de quantas pessoas matou e que costuma deixar uma marca em seus crimes: "Sempre três tiros na cabeça. É garantia de morte". Mas afirma que não sente prazer em matar e não se considera um monstro.

Preso em São Luís, Jhonatan deu uma entrevista exclusiva ao repórter Alex Barbosa, exibida no JMTV 1ª edição desta terça-feira (11); assista no vídeo acima.
Segundo a polícia, ele já assassinou mais de 40 pessoas e é um dos maiores matadores do Norte e Nordeste do país. Jhonatan foi preso quase dois meses depois do seu crime mais recente: o assassinato do jornalista Décio Sá, no dia 23 de abril, em um bar na Avenida Litorânea. Ao ser detido pelos policiais, o matador disse ter sido contratado por uma quadrilha de agiotas para matar Décio e revelou ser um pistoleiro de aluguel.

Na entrevista, Jhonatan respondeu com aparente tranquilidade a todas as perguntas. Ele chegou com a barba bem feita e, preocupado com a aparência, pediu que a produção arrumasse a gola da camisa, pois ele queria causar uma boa impressão.

Vida

Jhonatan teve uma infância comum. Foi criado na pequena Xinguara, cidade com 50 mil habitantes no sudeste do Pará, quase na divisa com o Tocantins. Sonhava ser jogador de futebol mas preferiu o caminho do crime. Jhonatan contou que cometeu o primeiro assassinato aos 14 anos e que esse não foi por encomenda.

A polícia diz que, a cada depoimento, Jhonatan deixa escapar mais um de seus assassinatos. Nas contas dos investigadores já são quase 50 vítimas, embora, até o momento, ele responda por 5 homicídios. Jhonatan contou à polícia que foi contratado pela mesma quadrilha que encomendou a morte de Fábio Brasil para matar Décio Sá, por causa das denúncias contra os agiotas que o jornalista vinha fazendo em seu blog na internet. O assassino diz que não sabia que se tratava de um jornalista.

Assassino frio

O secretário de Segurança Pública do Maranhão, Aluísio Mendes, falou que o perfil do assassino impressiona. “De todos os homicidas que se dedicam à morte por encomenda, o que mais nos surpreendeu foi o Jhonatan pela forma como ele narra os crimes e pela total falta de arrependimento”.
O psiquiatra Ruy Palhano analisou a entrevista e afirmou que Jhonatan não sente remorso do que fez. “Desde o começo da entrevista, ele não mudou a expressão. Você não vê qualquer mudança no olhar. E essa coisa de não mudar a fisionomia, não demonstra qualquer remorso, arrependimento por mais horrendo, mais bárbaro, mais agressivo que tenha sido o crime”.

Confira a entrevista que Jhonatan de Souza Silva, assassino confesso do jornalista Décio Sá, deu ao repórter Alex Barbosa:

Na sua definição, quem é o Jhonatan de Souza Silva?

Eu me descreveria assim: uma pessoa não normal pro olho da sociedade, entendeu? Até porque eles me têm assim, como um monstro, eu não me descreveria assim, um monstro porque eu não sou uma pessoa assim, violenta, entendeu? Eu não demonstrava pra ninguém o que eu faço. Pra mim eu sempre vivi assim o mais simples possível, acima de qualquer suspeita. Eu acho que era o meu trabalho,entendeu? O que eu fazia, e eu entendo assim como uma forma natural no mundo onde eu vivia.

Como foi a sua infância?

Minha infância, até os 12 anos de idade, eu morei no interior, na roça mesmo, o meu pai tinha terra. Eu era o mais velho e ficava cuidando dos meu irmãos. Mexia com gado, serviço de roça. Com 12 anos de idade nos mudamos todo mundo pra rua e eu fui estudar. Era uma infância normal mesmo de criança. Eu estudava, brincava com os colegas, jogava bola no colégio, era essa minha infância.
Você era uma criança tranquila?
Tranquila, nunca fui assim estourado, uma criança brigona, não. Já tive uma consfusões de colégio mas nunca fui muito agressivo.
Qual era o seu sonho?
Quando criança todo mundo quer ser jogador de futebol, né? isso é mais ou menos o sonho de todo mundo. Mas, não foi por ai. O caminho foi outro.
A sua relação com seus pais era tranquila?
Era sempre tranquila minha convivência com meus pais. Eu nunca fui agressivo com a minha mãe, nem com meu pai. Sempre respeitei todos os dois. Eu brigava com meu irmão, com a minha irmã, briga de menino, mas o meu pai e minha mãe eu sempre respeitei. Nós somos três irmãos, eu e mais um casal.
Como foi a sua adolescência? foi diferente da adolescência dos outros meninos da sua idade?
Foi diferente assim... eu nunca fui assim de ter muitos amigos, entendeu? Eu tinha poucos amigos e  minha adolescência não foi assim mais no meio dos meninos. Eu já ficava mais num mundo já...com um pessoal já do crime.
Como você entrou para o mundo do crime?
Foi conhecimento de pessoas em ruas, o meu pai já tinha separado da minha mãe, eu morava com meu pai, e a gente morando com pai tem mais liberdade do que junto com a mãe, né? O meu pai não era sempre presente, ele trabalhava e eu sempre saia com meus amigos e eu já tinha amigos que se meteram com pistoleiro e morreram em 2005.
Você já tinha referências de gente que já trabalhava com pistolagem?
Eu já tinha conhecimento. Já conhecia.
Isso te influenciou de alguma forma?
Eles assim não, entendeu? Mas eu tinha vontade, entendeu? Dentro de mim eu tinha vontade de ser aquilo porque quem fazia aquilo na época tinha a roupa que queria, tinha uma moto, um carro, as coisas que todo mundo quer ter. Aquilo desperta na gente a vontade de ter também, de estar no meio.
Você tinha medo, preocupação de como iria ser?
Medo assim... eu não tinha medo. Na época eu era muito novo, a pessoa quando é muito novo, geralmente, não tem muito de quase nada, sempre quer estar em aventura.
Como foi a primeira vez que você puxou o gatilho?
A primeira vez foi uma discussão que teve e na mesma da hora eu acabei cometendo o homicídio. Foi lá em Xinguara também, lá onde eu morava.
Quem era? era alguém mais jovem ?
Foi confusão, na época. Ele não era novo, não. Eu era novo na época.
Foram tiros?
Foi tiro de 38.
Quantos?
Cinco tiros.
O que você sentia na hora?
Na hora eu sento aquela ansiedade, aquela agonia. Você não fica a mesma coisa, entendeu? é agoniante. A gente só quer sair, se esconder e esperar a poeira baixar.
E tinha gente em volta? Foi premeditado?
Foi premeditado porque não tinha gente não. Tava um dia de domingo e não tinha ninguém na rua, praticamente.
Tinha havido algum desentendimento?
Já tinha havido. Foi programado porque ele tava bebendo, bebeu a noite toda num bar lá, e de manhã  cedo foi feito.
O que você sentiu nessa noite?
Nessa noite eu fui pra outra cidade, fiquei lá até a noite, até escurecer. Não deu nada, não saiu conversa, não saiu nada e eu voltei. Fui embora não, fiquei por lá mesmo.
E ficaram sabendo que foi você?
Ninguém ficou sabendo. Só que quem sabia nós éramos amigos, convivência. Em casa meus pais não sabia, meu pai, nem minha mãe.
Em algum momento você se arrependeu?
Não. Na época não.
Quando você matou pela primeira vez, você sentiu que poderia matar outras vezes?
Senti. Já senti a partir do primeiro. O difícil é o primeiro, depois do primeiro já se torna vontade.
Você sentia vontade de fazer isso?
Vontade assim, de estar no meio, de fazer aquilo por dinheiro, pra obter dinheiro.
Você dormiu bem naquela noite?
Assim, foi de manhã né? eu tinha passado quase a noite acordado, dai passei o dia acordado e fui dormir a noite que quando eu voltei eu tava cansado. Ai eu dormi tranquilo.
Você chegou em algum momento a pensar que ele tinha família? Isso passa pela cabeça de alguém que mata?
Eu fiquei sabendo assim, que ele tava lá pra matar um amigo meu, entendeu? Ele era matador também. Além da confusão ele tava lá pra matar um amigo meu.
Nesse caso você fez sem peso na consciência?
Sem peso na consciência.
Você tem ideia de quantas pessoas já matou?
Eu já perdi a conta, eu tenho uma base, mas eu não quero falar quantos são.
Mais de quarenta?
Eu não quero falar.
Quando você decidiu virar um assassino de aluguel?
Depois que aconteceu isso, eu fiz isso junto com um pistoleiro e depois disso apareceu uns convites. Ele que fazia a negociação. Eu pilotava a moto pra ele matar. Pilotei várias vezes. Ai depois ele morreu, em 2005. Ele e um parceiro dele. Ai de 2005 pra frente eu já comecei a matar.
Como é a contratação do serviço?
É sempre alguém que vai e entrega a foto e me dá, mais ou menos, o paradeiro da pessoa, o lugar aonde acha mais fácil. E ai a gente investiga e sempre encontra.
Essa investigação demora muito?
Depende muito. Se a pessoa se encontrar na cidade fica mais fácil. Mas já teve muita gente de ir atrás e não achar, largar de mão.
O que você sente quando você aperta o gatilho?
O que eu sinto?
Isso.
Não dá pra descrever o que se sente. No passar do tempo se torna uma coisa comum, não afeta, não abala assim tanto mais como da primeira vez que se faz.
Teve alguém que ja pediu para você não fazer?
Não porque sempre é localizado. Chega, mata e vai embora. Não tem isso de pegar, sequestrar e a pessoa chegar e implorar pela vida, não. É sempre muito rápido.
Você tem uma marca sua, uma assintura?
É...tem assim..na cabeça, né?, o lugar de matar é na cabeça. Na cabeça é garantia da morte.
Sempre mais de um?
Sempre três.

Teve alguma vez que você não queria fazer, depois de ter pesquisado sobre a pessoa?
Humm... (pausa) não que eu tenha lembrança.
Jhonatan, você tem medo de alguma coisa?
Tenho, de morrer, né? Todo mundo tem medo de morrer, quem não tem?
Por quê?
Assim, pela vida que eu vivo, ninguém nunca tem a certeza da vida. Eu vivo uma vida que você sabe que qualquer hora pode morrer. Por isso que eu não tenho muitos amigos, até. Eu não ando em qualquer lugar.
Você já pensou em parar?
Já tinha pensado em parar. Inclusive quando eu saí em outubro, eu tinha saído decidido a não matar mais ninguém. De viver minha vida diferente, de ter outra vida. Mas, devido a alguma influências, eu não vou citar nome de ninguém e eu jamais citaria. A gente acostumado a viver bem, com dinheiro, acabei me envolvendo de novo e foi onde eu acabei com a minha vida de vez.
Você gosta de matar?
Se eu gosto? Era o meu trabalho.
Você gostava do seu trabalho?
Era uma profissão. Era o meu trabalho, foi o que eu me acostumei a fazer. Então, era o que eu fazia.
Você acha que você fazia bem?
Acho que sim.
Você sentia prazer?Prazer, não. Ninguém sente prazer em matar. Mas era o que eu fazia.
Você tem quantos homicídios que a polícia sabe que foi você, que estão confirmados?
Cinco. Dois em Santa Inês, um em São Luís, um em Xinguara e um em Teresina. Esse de Xinguara eu sou suspeito, estou sendo investigado pela polícia. Esse em Santa Inês foram duas pessoas,confusão de bar. Duas pessoas foram presas comigo, que não tinham envolvimento, mas que responderam processo, mas fui eu que cometi o homicídio. A gente tava jogando sinuca e era apostado. Vinte reais. Ai ele tava perdendo, ele e uma outra pessoa, e na última rodada ele derrubou a bola e disse que o jogo tinha acabado. Ai eu pedi pra ele devolver o meu dinheiro que ele não tinha ganho. Ele disse que não ia devolver. Eu perguntei se ele não ia devolver o dinheiro e ele disse que não ia devolver, não. Ai minha namorada me puxou. Eu fui no banheiro e fiquei lá uns dez minutos. Peguei minha moto, fui em casa, busquei minha pistola e matei os dois.
Quantos tiros?
Foram seis tiros. Três em cada um.

Nesse caso você foi preso?

Fui preso no mesmo dia. Eu sai de habeas corpus.
Ai você pensou em parar?
Pensei. Porque eu já tinha sido preso duas vezez e tinha gastado muito dinheiro. Tudo com advogado.
Você ganhou muito dinheiro?
Nunca ganhei, não.

Mas os valores não são altos?

Alto assim nunca teve, não. Alto mesmo foram só esses dois aí e não foram pagos. Por isso que deu no que deu.
Tem alguma tabela? qual é o preço médio de um crime desses?
Depende da pessoa, do que ela é.
Uma pessoa comum seria quanto?
Comum eu não digo assim. Ninguém morre de graça. Eu não vou matar uma pessoa só por matar. Tem que ser uma pessoa que já deve ter feito alguma coisa. Então ela tem que ta morrendo, pagando pelo que ela fez.
Tem motivo que você recusa?
Tem. Um pai de família, por exemplo, eu já recusei. No mundo que a gente vive, no mundo do crime, tem suas leis.

Caso Décio Sá


Como foi a contratação?

Diz que tinha ele pra matar. Que ele era um fuxiqueiro, que metia o nariz em todo lugar e que tava prejudicando muita gente, e ele teria que morrer. Ele disse que ele era um blogueiro, não disse que ele era um jornalista. Falou o lugar onde eu poderia encontrar ele. O lugar era o João Paulo, era uma rádio comunitária que ele frequentava. Só que não era ele. Já no terceiro dia, ele disse que eu poderia achar ele na Mirante, só que ele não disse que ele era jornalista, ele disse que ele frequentava a Mirante. Eu fiquei num quiosque na praia esperando dar nove horas, quando deu o horário não demorou nada ele saiu. Aí eu segui ele.
Como foi a execução?
Eu entrei, ele tava sentado falando no telefone, aí eu arranquei a pistola e ele tentou correr. Aí eu atirei nele. Foram cinco tiros, três na cabeça.
Por que você não escondeu o rosto?
Eu não escondi meu rosto porque eu achava que não ia dar em nada. Eu não sabia que ele era um jornalista, eu achava que ia ser igual ao do Fábio Brasil. Aí eu fugi, subi na garupa da moto, vi uma viatura e pedi pra ele encostar. Subi o morro, troquei de camisa, enterrei a pistola.
Por que você havia dito que jogou a pistola no mar?
Eu disse porque ela veio de um capitão da polícia, que foi envolvido no crime. Ela foi dada pro Bolinha e eu comprei ela dele. Eu tinha esperança que através dessa pistola eles poderiam pagar o meu dinheiro. Se não me dessem meu dinheiro eu ia entregar a pistola. Ai depois eu perdi as esperanças.

O nome de alguma pessoas acabaram sendo envolvidos nesse caso, como o de um deputado, como você ficou sabendo da existência dessas pessoas?
Foi o Bolinha que comentou. No dia da contratação do Fábio Brasil ele já tinha mencionado o nome do Gláucio, do Miranda, e do capitão. Depois, quando eu fui pra fazer o Décio ele chegou a citar o nome do deputado, Raimundo Cutrim. Eu não tenho a certeza, entendeu? Eu ouvi ele dizer.
Em que contexto o nome do deputado foi citado?
A gente tava bebendo e ele é daqueles assim, de querer se "amostrar". Ele dizia "ah, o nosso grupo é forte", que ele podia fazer e acontecer que ficava por isso mesmo. Devido disso, ele chegou a citar o nome dele, dizendo que ele era o principal mandante.
Após cometer o crime, como você foi pra casa?
Eu andei uma longa distância e no meio do caminho eu fui pra casa. Ai eu cheguei e fiquei tranquilo em casa. Quando eu cheguei em casa eu tomei banho e fui dormir. Ai já tinha notícia. Aí que eu vi o tamanho da encrenca. Fiquei ainda uns três dias aqui e depois eu fui embora.
Por que você voltou?
Por causa do dinheiro. Eu vim cobrar. Se tivesse sido pago o dinheiro talvez nada disso tivesse acontecido.
E se ele não te pagasse?
Se ele não me pagasse em dinheiro, ele ia pagar com a vida. Essa vida é um compromisso, ele tinha que honrar o compromisso.
Você se arrependeu?
Eu me arrependi pelo preço que foi. Foi combinado um preço e pelos cem mil ele foi barato. Pelos cem mil ninguém matava ele e por não ter recebido. Se eles tivessem dito, realmente, quem ele era o preço seria outro e o dinheiro tinha que sair.
Você tem filhos?
Tenho um casal de filhos. Uma menina de dois anos e um menino mais novo. Eu não quero que o meu filho siga essa minha vida. Nenhum pai quer isso pra um filho. Eu quero que o meu filho estude.

Entenda o caso

Jhonatan Sousa Silva, de 24 anos, confessou ter assassinado o jornalista Décio Sá, com cinco tiros, em um bar da Avenida Litorânea, orla de São Luís, no dia 23 de abril. O pistoleiro confessou à polícia que matou o jornalista à mando de um consórcio de agiotagem, formado por seis pessoas, presas no dia 13 de junho.

Os empresários Gláucio Alencar Pontes Carvalho (34), seu pai, José de Alencar Miranda Carvalho (72), José Raimundo Sales Charles Jr. (38), Fábio Aurélio do Lago e Silva (32), Airton Martins Monroe (24) e o subcomandante da Polícia Militar do Maranhão, Fábio Aurélio Saraiva (conhecido como Fábio Capita), foram apontados por Jonathan, como envolvidos na morte do jornalista Décio Sá.

Jhonatan realtou, inclusive, que teriam encomendado o crime por R$ 100 mil, mas o valor não foi integralmente, o que motivou seu retorno para São Luís, no intuito de cobrar a dívida. Todos os suspeitos continuam presos e o homem, identificado como Diego, que pilotou a moto para Jhonatan no dia do crime, continua foragido.

Senador Demóstenes Torres é cassado e fica inelegível até 2027

Foram 56 votos pela cassação, 19 contra e 5 abstenções. Voto foi secreto.
Ele foi acusado de usar mandato para favorecer bicheiro Carlos Cachoeira.

Demóstenes Torres no Senado (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)Demóstenes Torres, durante a sessão que cassou seu mandato (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
O senador Demóstenes Torres (sem partido, ex-DEM-GO) foi cassado nesta quarta-feira (11) por quebra de decoro parlamentar e ficará inelegível até 2027. Ele é acusado de usar o mandato para favorecer o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Em votação secreta, 56 dos 80 senadores presentes votaram pela cassação, 19 foram contra e houve 5 abstenções. Com o resultado, Demóstenes se tornou o segundo senador cassado no Brasil; o outro foi Luiz Estevão, em 2000.
Para se confirmar a perda do cargo, aprovada anteriormente por unimidade no Conselho de Ética e na Comissão de Constituição e Justiça, seriam necessários, no mínimo, 41 votos de senadores. O único senador ausente na sessão foi Clovis Fecury (DEM-MA), que está de licença desde o dia 6 de julho.
Com a cassação aprovada, Demóstenes Torres tem seus direitos políticos suspensos por oito anos a contar do fim do mandato parlamentar, que se encerraria em 2019. Com isso, Demóstenes só poderá voltar a disputar eleições a partir de 2027, quando tiver 66 anos.
Em tese, ele poderia questionar a cassação no Supremo Tribunal Federal (STF), mas ainda nesta terça (10), antes da decisão, o advogado de Demóstenes, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, descartou uma apelação na Justiça. "Não vamos recorrer. A decisão do plenário é soberana. Não há como fazer qualquer tipo de recursos. Só nos cabe aceitar a decisão", disse o advogado.
Com a perda do mandato, Demóstenes também perde o foro privilegiado e deixa de ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal, onde é alvo de inquérito. Como é procurador de Justiça do Ministério Público de Goiás licenciado, Demóstenes passa a ter como foro o Tribunal de Justiça de Goiás.
O senador cassado foi acusado de quebra de decoro parlamentar por suspeita de ter utilizado o mandato para auxiliar nos negócios do contraventor, preso pela Polícia Federal no fim de fevereiro durante a Operação Monte Carlo sob acusação de explorar jogos ilegais e corrupção. Poucos dias após a prisão, surgiram notícias do envolvimento de Carlinhos Cachoeira com Demóstenes Torres.
No lugar de Demóstenes deve assumir o primeiro-suplente, Wilder Morais - veja perfil. Segundo reportagem do jornal "O Globo" publicada nesta quarta, Wilder omitiu boa parte de seus bens na prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Eu quero pedir aos senhores. Por favor, me deem a oportunidade de provar que sou inocente. Não acabem com a minha vida. Não me deixem disputar uma eleição só em 2030."
Demóstenes Torres, durante discurso no plenário do Senado
 
'Bode expiatório' e 'cão sarnento'
 
Demóstenes chegou ao plenário nesta quarta para sessão que votaria sua cassação antes dos colegas e permaneceu sentado durante os discursos. Antes da votação, voltou a negar ter favorecido o bicheiro e disse que foi um "bode expiatório" e "perseguido como um cão sarnento".

"Eu fui perseguido como um cão sarnento. Tudo o que aconteceu na minha vida e o que não aconteceu veio a público. Mandaram jornalistas para todo lugar de Goiás e do Brasil. Por que não apareceu meu nome em desvios? Eu fui investigado como ninguém no Brasil. E não apareceu nada, nada, nada. Aí começaram a inventar", disse Demóstenes.

"Eu quero pedir aos senhores. Por favor, me deem a oportunidade de provar que sou inocente. Não acabem com a minha vida. Não me deixem disputar uma eleição só em 2030", completou.
Apesar da votação secreta, a sessão, que começou às 10h11, foi aberta e as galerias do plenário já estavam repletas de pessoas convidadas por partidos, que receberam 100 senhas para assistir de perto.
O senador Demóstenes Torres com seu advogado no plenário do Senado (Foto: Agência Senado) 
O senador Demóstenes Torres com seu advogado
no plenário do Senado (Foto: Geraldo Magela/
Agência Senado)
 
Relembre o caso

No começo de março, a primeira denúncia indicava que Demóstenes havia recebido uma cozinha de presente do contraventor. No mesmo mês foram revelados indícios de que o então senador vazava informações do Congresso para Cachoeira. Depois disso, surgiram novas suspeitas de tráfico de influência em diversos órgãos federais. Em abril, Demóstenes deixou seu partido, o DEM, e passou a ser alvo de processo no Conselho de Ética.


Desde o início das denúncias, ele alegou que sua relação com Cachoeira, revelada em gravações da Polícia Federal, se limitaria à amizade e que não sabia de qualquer atividade ilegal. Em discursos e na defesa escrita, Demóstenes alegou que as inteceptações eram ilegais, por não terem sido autorizadas pelo STF, questionou a interpretação dada sobre os diálogos com Cachoeira e se disse vítima de perseguição política e da opinião pública.
Demóstenes adotou comportamento incompatível com o decoro mandato.
 
Discursos na sessão
 
A representação que pediu a cassação de Demóstenes por quebra de decoro parlamentar foi de autoria do PSOL. Em nome do partido, o senador Randofe Rodrigues (AP) usou a tribuna por 30 minutos para afirmar que o senador quebrou o decoro e defender a cassação.


Randolfe afirmou que as gravações feitas pela Polícia Federal entre Demóstenes e Cachoeira deixam claro que as relações entre o senador e o contraventor não eram apenas pessoais. "O que está em jogo é um sinal para milhões de brasileiros sobre a credibuliade de uma instituição", afirmou. "O diálogo mostra claramente o nível de relação entre Cachoeira e o representado [...] Muitas são as provas que mostram a conduta incompatível com o decoro parlamentar."

Antes de Randolfe, o senador Humberto Costa (PT-PE), relator do processo no Conselho de Ética, afirmou que Demóstenes mentiu aos parlamentares ao negar sua relação com o contraventor.

"Vossa Excelência disse aqui que não sabia dos afazeres ocultos de Carlos Cachoeira. É muito difícil acreditar. Como poderia não saber das atividades criminosas? [...] Que amigo é este que não procura saber por que o amigo havia sido indiciado por seis crimes. Portanto, me perdoe, mas Vossa Excelência faltou com a verdade", disse o relator.

Quem também defendeu a cassação do mandato durante a sessão foi o senador Pedro Taques (PDT-MT), relator de processo contra Demóstenes na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Segundo ele, Demóstenes "feriu de morte a dignidade do cargo".
"Demóstenes adotou comportamento incompatível com o decoro mandato. Ele feriu de morte a dignidade do cargo e a ética que se impõe aos parlamentares", disse no discurso.
O senador Demóstenes Torres com seu advogado no plenário do Senado (Foto: Honório Jacometto / TV Anhanguera) 
O senador Demóstenes Torres com seu advogado no plenário do Senado (Foto: Honório Jacometto / TV Anhanguera)
 
Histórico de cassações

Antes de Demóstenes, apenas um senador teve o mandato cassado: Luiz Estevão, então no PMDB-DF, perdeu o mandato sob a acusação de ter mentido no Senado ao negar envolvimento no desvio de R$ 169 milhões nas obras do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo.

A cassação ocorreu no dia 28 de junho de 2000, com 52 votos a favor da cassação, 18 contra e dez abstenções. Além do mandato, Luiz Estevão perdeu os direitos políticos até 2014.

No ano seguinte, Antonio Carlos Magalhães, então no PFL-BA, renunciaria ao mandato antes da votação de um processo de cassação, motivado pela revelação de que obteve a relação dos votos da cassação de Luiz Estevão. O ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, então no PSDB-DF e líder do governo, também renunciou, sob suspeita de ter fornecido a lista. Ambos foram eleitos novamente em 2002, ACM para o Senado e Arruda para a Câmara.

Ainda em 2001, Jader Barbalho (PMDB-PA) renunciou, também para evitar a perda de direitos políticos. Na época, ele presidia o Senado e era acusado de desvios no Banco do Estado do Pará, fraudes na extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e venda de títulos da dívida agrária.

O processo mais recente de ameaça de cassação ocorreu em 2007, quando o então presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) foi acusado de ter as contas pessoais pagas por um lobista. Na época, ele renunciou à presidência do Senado e escapou da cassação.

Raul Filho autoriza CPI do Cachoeira a quebrar sigilos telefônico, bancário e fiscal

Raul Filho, prefeito de Palmas (Foto: Reprodução/TV Senado)
Raul e Darci: esquema cachoeira
Prefeito de Palmas nega envolvimento com bicheiro, apesar de imagens confirmarem. Pelos menos o prefeito autorizou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico para a CPI. 

Mas em Parauapebas, cujo prefeito DARCI tentou arranjar para a DELTA um dos maiores contratos do país e contratou a JM TERRAPLANAGEM, empresa que a CPI suspeita ser do esquema do bicheiro Cachoeira, não tem ainda qualquer investigação, nem pelo "atuante" Ministério Público. 

A JM TERRAPLANAGEM contratada pelo DARCI é que anda fazendo o asfaltamento de alguns bairros, claro em ano eleitoral.

Mas é de se perguntar de DARCI abriria seu sigilo bancário, fiscal e telefônico e de familiares? Também é de se perguntar se os principais secretários do Darci, apenas os que estão envolvidos na campanha abririam seus sigilos e dos seus familiares para uma CPI, será!?
 
Fonte: Blog Sol do Carajás.

"SHIRLEAN DA LEOLAR É 55.356" BATE RECORD EM RECEBIMENTO DE MENSAGEM DE APOIO A SUA CANDIDATURA.



4 Comentários -
1 – 4 de 4
AnônimoAnônimo disse...
Parabéns Shirlean Rodrigues Costa, pela iniciativa, a cidade precisa de representantes como você, pessoas integras que logra êxitos como gestor, é um empreendedor competente.
Com certeza a população e amigos Parauapebas apoiará nesta luta em concorrer uma vaga representando a comunidade Parauapebense.
Deus abençõe! Sucessos.
Gina - Barretos SP.
10 de julho de 2012 09:20

AnônimoAnônimo disse...
Meus Parabéns Pai! Ao Senhor e a todos seus colaboradores...

Você é uma pessoa maravilhosa e um otimo gestor. Concerteza vai fazer dessa cidade um exemplo para as demais...
Sua familia e amigos estão com você.
10 de julho de 2012 18:47

AnônimoAnônimo disse...
Este candidato será um dos vereadores mais bem votados em Parauapebas, e com certeza contribuirá para o crescimento do municipio e o mesmo irá ajudar o futuro prefeito de Parauapebas Valmir da Integral. Sabemos que essa transformação só acontecerá com o apoio da população local.
Assina: um dos milhares de amigos seu. Manoel Correia.
10 de julho de 2012 18:59

AnônimoAnônimo disse...
Parabéns Shirlean, realmente a população terá uma boa opção de voto, para vereador, e como você é pioneiro de Parauapebas, já pode contar conosco. Estamos muito felizes em saber que pessoas comprometidas com a nossa cidade estão se lançando ao legislativo. Valeuuuuuuuuu!!!!!!!!
Assina; Abenilton Sousa
10 de julho de 2012 19:07

Pastor Davi Passamani abriu novo local de culto em fevereiro após renunciar cargo em igreja depois de investigações de crimes sexuais Polícia Civil disse que prisão preventiva foi necessária porque pastor cometeu crimes usando cargo religioso.

Advogado alegou que prisão do pastor faz parte de ‘conspirações para destruir sua imagem’. Por Thauany Melo, g1 Goiás 07/04/2024 04h00.    P...