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Procurador Leonardo Azeredo dos Santos reclamou sobre possibilidade de não ter reajuste salarial em 2020 durante reunião no Ministério Público de Minas Gerais; o estado vive uma crise fiscal e estuda se aceita um acordo de recuperação fiscal do governo federal.
Procurador de Minas chama salário de R$ 24 mil de 'miserê' durante reunião no MPMG.
Caixa com pedido de doação 'Ajude o procurador do MPMG sair do miserê'
critica reclamação de salário de R$ 24 mil — Foto: Reprodução/Redes
Sociais.
“Ajude o procurador do MPMG sair do miserê”, diz um cartaz colado a uma
caixa de papelão que indica um local para doação na Pampulha, em Belo
Horizonte, nesta segunda-feira (9).
A crítica se refere ao áudio do procurador do Ministério Público de Minas Gerais Leonardo Azeredo do Santos, que chamou o salário de R$ 24 mil de “miserê”.
O caso viralizou na internet.
De acordo com o Portal da Transparência, Leonardo recebeu, em junho, um total de R$ 78.617,66, que somou o salário, verbas indenizatórias e outras verbas retroativas/temporárias.
O autor do protesto é o advogado Mariel Marra, o mesmo que fez o pedido
de cassação de mandato do vereador Wellington Magalhães.
A declaração de Leonardo Azeredo dos Santos foi gravada durante a 5ª
reunião extraordinária do colegiado do MPMG, que discutia o Orçamento de
2020.
Neste momento, o procurador-geral de Justiça, Antônio Sérgio Tonet,
informava que, caso o estado assine o acordo de recuperação fiscal com o
governo federal, não haverá qualquer reajuste salarial, mesmo que haja
aumento dos vencimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com o procurador, ele já estaria baixando o padrão de vida por causa do salário.
“Estou deixando de gastar R$ 20 mil de cartão de crédito e estou gastando R$ 8 mil.
Pra poder viver com os R$ 24 mil.
Eu e vários outros já estamos vivendo à base de comprimido, à base de antidepressivo.
Estou falando assim com dois comprimidos de sertralina por dia, e ainda estou falando deste jeito.
Se não tomasse, ia ser pior do que Ronaldinho”, afirmou em tom exaltado.
Durante a reunião, Leonardo Azeredo ainda questiona Antônio Sérgio
Tonet se não é possível alguma forma para “incrementar” os salários no
próximo ano.
“Dentro do orçamento, não há nenhuma perspectiva, nenhum sonho, de incrementar qualquer tipo de vantagem que aumente nossa remuneração?
Ou plantão?
Ou qualquer coisa que aumente remuneração?”, questionou.
O G1 procurou Leonardo Azeredo, mas ele não quis se pronunciar sobre o assunto.
Procurador que chamou salário de R$ 24 mil de 'miserê' não aparece para trabalhar.
Quanto recebeu o procurador
Levantamento feito no Portal da Transparência mostra que Leonardo
Azeredo recebe remuneração bruta de R$ 35.462,22.
Com descontos, o valor vai para cerca de R$ 24 mil.
Mas, de janeiro a julho, incorporaram-se aos vencimentos, em todos os meses, Indenizações e outras remunerações em valores que ultrapassam R$ 20 mil.
Com descontos, o valor vai para cerca de R$ 24 mil.
Mas, de janeiro a julho, incorporaram-se aos vencimentos, em todos os meses, Indenizações e outras remunerações em valores que ultrapassam R$ 20 mil.
O maior vencimento recebido pelo procurador foi em junho.
O valor líquido foi de R$ 50.104,64, acrescidas de indenização, no valor de R$ 8.984,18 e outras remunerações retroativas/temporárias, no valor de R$ 19.528,84.
Somados, o valor dá R$ 78.617,66.
O valor líquido foi de R$ 50.104,64, acrescidas de indenização, no valor de R$ 8.984,18 e outras remunerações retroativas/temporárias, no valor de R$ 19.528,84.
Somados, o valor dá R$ 78.617,66.
O que diz o Ministério Público.
Em nota enviada nesta segunda-feira (9), o Ministério Público de Minas
Gerais informou que não há nenhum projeto em andamento sobre adoção de
benefícios pecuniários para a carreira de procuradores e promotores de
Justiça, nem de servidores, em função da grave crise financeira do
estado.
O MP ainda informou que vem tomando todas as medidas cabíveis para
reduzir gastos, especialmente com folha de pessoal, visando mantê-los
dentro do limite legal de 2% da Receita Corrente Líquida.
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