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sábado, março 16, 2019

Diferenças entre o Crente e o Incrédulo


 Imagem relacionada

Por Martyn Lloyd-Jones
(1899–1981)



Permitam-me mostrar-lhe isso com detalhes. 

 

O crente e o incrédulo são totalmente diferentes quanto aquilo que admiram. 

 

O crente admira quem é “humilde de espírito”, ao passo que os filósofos gregos desprezavam a humildade; e todos quanto seguem a filosofia grega, intelectualmente ou na prática, continuam exibindo aquela mesma atitude. 

 

O mundo diz do verdadeiro crente que ele é um fraco, um simulacro de homem, ou que ele não é viril. 

 

Essas são expressões típicas do mundo, pois os homens mundanos acreditam na autoconfiança,  na auto-expressão e no ser dono do próprio nariz; mas o crente acredita em ser “humilde de espírito”. 

 

Abramos um jornal e vejamos ali o tipo de pessoas que este mundo admira. 

 

Não se pode achar algo mais remoto das bem-aventuranças do que aquilo que atrai o homem natural, o homem mundano. 

 

O que atrai a admiração do indivíduo mundano é a antítese mesma daquilo que achamos nas bem-aventuranças. 

 

O homem natural aprecia certa dose de jactância, a despeito de ser precisamente essa a atitude condenada nas bem-aventuranças.

 

Além disso, como é óbvio, deve haver diferenças no tocante àquilo que o crente e o incrédulo buscam. 

 

“Bem-aventurados os que têm fome e mesmo sede…” Do quê? 

 

De riquezas, de dinheiro, de posição social, de fama? 

 

De modo nenhum. 

 

Mas “… de justiça”. 

 

Ora a justiça consiste em nos encontrarmos em boas relações com Deus. 

 

Consideremos um indivíduo qualquer, que não se afirme crente e não esteja interessado pelo cristianismo. 

 

Procure-se descobrir o que ele realmente quer e busca, e verificar-se-á  que suas atitudes sempre diferem das descrições dadas aqui.

 

Acrescente-se a isso que, como é lógico, os mundanos são indivíduos absolutamente diferentes naquilo que fazem. 

 

Isso é apenas uma conclusão lógica. 

 

Se eles buscam e admiram coisas diferentes, certamente também praticam coisas diferentes. 

 

O resultado disso é que a vida de um crente deve ser essencialmente diversa da vida de quem não é crente. 

 

O incrédulo sempre mostra-se coerente com sua própria atitude. 

 

Ele sempre vive para este mundo. 

 

Costuma pensar: “Este é o único mundo que existe, e quero aproveitar esse  mundo ao máximo.” 

 

Por sua vez, o crente começa dizendo que não vive para este mundo; e isso porque considera este mundo apenas uma porta de entrada para algo que é muito mais vasto, para algo que é eterno e glorioso. 

 

Toda sua perspectiva e ambição difere da do incrédulo. 

 

Por conseguinte, o crente sente que precisa viver de maneira diferente da dos homens do mundo. 

 

E assim como o indivíduo mundano é coerente consigo mesmo, assim também o crente deve ser coerente com sua posição de crente. 

 

E, se o for, será totalmente diferente daquele outro homem, e nem mesmo pode evitar sê-lo. 

 

Pedro expressa muito bem esse pensamento , no segundo capítulo de sua primeira epístola, ao asseverar que se verdadeiramente cremos que somos um povo chamado “das trevas para sua maravilhosa luz”, então cumpre-nos crer que sucedeu assim conosco a fim de exibirmos os louvores do Senhor. 

 

E Pedro prossegue, dizendo: “Amados, exorto-vos como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais que fazem guerra contra a alma, mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação” (I Pedro 2:11, 12). 

 

Essa exortação nada significa senão um apelo ao bom senso lógico dos crentes.

 

Uma outra diferença essencial entre os homens é a crença deles a respeito do que lhes é permitido fazer. 

 

O homem mundano confia demasiadamente em sua própria capacidade, como se ele estivesse preparado para fazer qualquer coisa. 

 

O crente, por sua parte, é uma pessoa, e a única espécie de pessoa no mundo, que verdadeiramente vive na consciência de suas limitações.

 

Biografia:


Martyn Lloyd-Jones
Ministro

Descrição

David Martyn Lloyd-Jones foi um teólogo protestante na linha calvinista de origem galesa que foi influente na ala reformada do movimento evangélico britânico no século 20. Por quase 30 anos, ele era o ministro da Capela de Westminster, em Londres. Wikipédia
Nascimento: 20 de dezembro de 1899, Cardiff, Reino Unido
Falecimento: 1 de março de 1981, Ealing, Londres, Reino Unido
Formação: Hospital São Bartolomeu, St Marylebone Grammar School, Barts and The London School of Medicine and Dentistry
Filhas: Elizabeth Lloyd-Jones, Ann Lloyd-Jones
Pais: Henry Lloyd-Jones, Magdalen Evans


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