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quinta-feira, setembro 13, 2018

Com problema cardíaco, Mizael vai a Justiça por assistência médica fora do presídio | Vale do Paraíba e Região

Ele está preso na penitenciária em Tremembé (SP) condenado pelo assassinato da ex-namorada Mércia Nakashima. Crime foi em 2010. MP deu parecer contrário ao pedido na última terça-feira (11).

Por G1 Vale do Paraíba e região


 Mércia Nakashima e Mizael Souza foram namorados e ele acabou condenado pela morte dela; assassinato foi em 2010 — Foto: Arquivo/Reprodução/TV Globo/Juliana Cardilli/G1
Mércia Nakashima e Mizael Souza foram namorados e ele acabou condenado pela morte dela; assassinato foi em 2010 — Foto: Arquivo/Reprodução/TV Globo/Juliana Cardilli/G1.

O detento Mizael Bispo de Souza, condenado a 22 anos e oito meses pela morte da ex-namorada Mércia Nakashima, recorreu à Justiça para ter assistência médica fora do presídio em Tremembé (SP), onde cumpre pena pelo assassinato desde agosto de 2015.  
O crime foi em 2010.
 
O pedido foi feito no fim do ano passado e submetido a esclarecimentos da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) sobre a saúde do presidiário. 
No último dia 11, com as informações do Estado, o Ministério Publico (MP-SP) deu parecer contrário ao requerimento de Mizael. 
Não há prazo para decisão da Vara de Execuções Criminais (VEC). 
 
No pedido que o G1 teve acesso, feito pelo advogado de Mizael, Marcos Vinícius Cesar Doria, ele diz que o detento precisa fazer exames cardiológios em 'estabelecimento adequado' e solicita escolta policial para acompanhar o condenado. 
 
A SAP informou ao judiciário que Mizael faz acompanhamento com médico cardiologista desde março de 2017, que passa por consultas períodicas e atualmente tem estado de saúde considerado estável, mantendo medicação contínua. 
Ele toma medicamentos como losartana, para hipertensão, e atenolol, para doenças vasculares.
 
A pasta afirmou ainda que Mizael fez teste ergométrico e ecocardiograma em março deste ano, com resultados dentro da normalidade. 
 
Com base neste documento da SAP, o promotor Luiz Marcelo Negrini, considerou que Mizael já recebe o atendimento médico necessário dentro do sistema prisional e não tem qualquer problema que afete seu estado clínico - por isso, o MP deu parecer contrário à saída do preso para fazer exame. 
 
Antes do pedido para deixar a prisão para fazer exames, Mizael já tentou cumprir pena domiciliar, alegando risco de vida na unidade onde está preso; e também pediu progressão para o regime semiaberto em 2016. 
Os dois pedidos foram negados pela Justiça. 
 
O G1 procurou o advogado de Mizael, Marcos Vinícius Cesar Doria, que reforçou que o pedido "é um direito comum a todos os detentos". 
 
Procurada para comentar o pedido de Mizael, a Secretaria da Administração Penitenciária informou na quarta-feira (12) que todos os reeducandos têm atendimento garantido em todas as unidades prisionais do Estado por meio da equipe de saúde existente nos locais. 
 
"Os casos mais complexos são encaminhados à rede pública de saúde ou ao Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário da Fundação ABC, nos hospitais de referência em saúde e quando necessitam de atendimento em especialidades podem agendar por meio do Sistema Cross – Central de Regulação de Ofertas de Serviços em Saúde em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde", disse a nota. 
A pasta não citou na nota o caso específico de Mizael. 
 
O caso Mércia Nakashima ficou conhecido em 2010, quando o carro e o corpo da advogada, que haviam desaparecido de Guarulhos, na Grande São Paulo, em 23 de maio daquele ano, foram encontrados, respectivamente, nos dias 10 e 11 de junho dentro de uma represa em Nazaré Paulista, também na região metropolitana. 
 
A vítima tinha sido baleada e morreu afogada. 
Em março de 2013, os jurados escolhidos no Fórum de Guarulhos condenaram Mizael pelos crimes de homicídio doloso qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa de Mércia. 
Ela tinha 28 anos. 
 
O júri, em 2013, considerou que Mizael matou Mércia por ciúmes e vingança por ela não ter aceitado reatar o relacionamento com ele.
Ele sempre negou o crime e atualmente cumpre a pena no regime fechado na Penitenciária 2 de Tremembé. 
Ele tem 48 anos.

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