Guido Manini Ríos ficará detido por 30 dias. Constituição uruguaia não permite que militares exerçam atos políticos.
Por G1
Presidente do Uruguai Tabaré Vazquez
com chefe do Exército Guido Manini Ríos — Foto: Divulgação/Presidência Uruguai.
O comandante do Exército do Uruguai, Guido Manini
Ríos, ficará preso por 30 dias por emitir opinião sobre um projeto de lei do
governo.
Segundo o jornal "El Pais", ele criticou
a reforma do sistema de aposentadoria militar e considerou que o ministro do
Trabalho, Ernesto Murro, não estava bem informado sobre seus efeitos.
"Não posso atribuir ao ministro de alguma
forma má fé ou não posso nem acreditar, e não acredito, que ele mente
conscientemente, só acho que ele não está bem informado.
Se o ministro pegar uma calculadora, analisar os termos da lei e a realidade de um soldado nosso, vai perceber que o que eu digo é assim, o soldado vai ter que trabalhar mais anos para aposentar com a metade", afirmou em declarações ao programa "Todo Pasa" de Océano FM.
Se o ministro pegar uma calculadora, analisar os termos da lei e a realidade de um soldado nosso, vai perceber que o que eu digo é assim, o soldado vai ter que trabalhar mais anos para aposentar com a metade", afirmou em declarações ao programa "Todo Pasa" de Océano FM.
O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, comentou a
decisão durante entrevista coletiva na quarta-feira (12): "A decisão de
detenção por 30 dias do comandante em chefe do Exército, general Guido Manini
Ríos, foi tomada por múltiplas situações que mereceram na época advertências,
que contrariam regulações e artigos constitucionais".
Acrescentou que "foi considerado o artigo 77
da Constituição da República, que em seu parágrafo 4 não permite, nem ao
Presidente da República nem aos militares, exercer qualquer tipo de atividade
política, exceto o voto".
A este respeito, disse que "o comentário do
comandante em chefe de um projeto de lei que está em discussão no Parlamento é
uma atividade política".
Ele enfatizou que "não há perda de confiança na
lealdade institucional do comandante-chefe do Exército, demonstrada em mais de
uma ocasião, e a boa-fé com a qual ele atua também não está em jogo".
Ele informou que foi até a primeira pessoa a informá-lo da sanção e explicou que "ele não foi instado a voltar ao país mais cedo".
Ele informou que foi até a primeira pessoa a informá-lo da sanção e explicou que "ele não foi instado a voltar ao país mais cedo".
Segundo o "El País", Manini Ríos está
fora do país participando de atividades do Exército e retornará na próxima
terça-feira, 18 de setembro.
A sanção começa a valer quando ele pisar em solo uruguaio.
A sanção começa a valer quando ele pisar em solo uruguaio.
Não é a primeira vez que Manini Ríos se envolve em polêmicas e ele costuma ser bem ativo nas redes sociais.
Em julho, ele fez uma homenagem a Artigas Álvarez, assassinado em 1972, irmão do ex-ditador Gregório Álvarez.
Em novembro, a organização Mães e Famílias de
Detidos Desaparecidos da ditadura militar uruguaia acusou o comandante-chefe de
ter indicado uma falsa localização dos restos mortais de um desaparecido em um
prédio pertencente às Forças Armadas.
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