Juiz divulgou nota neste sábado e manifestou repúdio a atos de violência.
Lula disse que que se sentiu 'prisioneiro' ao ter sido levado para depor.
Moro também manifestou repúdio a atos de violência.
A Polícia Federal deflagrou, na sexta-feira (4), nova etapa da Operação Lava Jato, cujo foco era o ex-presidente. Além de levar Lula para depor, em um posto da PF no aeroporto de Congonhas, os policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do ex-presidente, em São Bernardo do Campo (SP), na sede do Instituto Lula, na capital paulista, e no sítio que era usado por ele em Atibaia (SP).
Na nota, Moro disse que as "medidas investigatórias visam apenas o esclarecimento da verdade e não significam antecipação de culpa do ex-presidente".
Moro afirmou, ainda, que foram tomados cuidados para preservar a imagem de Lula.
"Lamenta-se que as diligências tenham levado a pontuais confrontos em manifestação políticas inflamadas, com agressões a inocentes, exatamente o que se pretendia evitar", escreveu.
O juiz federal declarou, ainda, repúdio a "atos de violência de qualquer natureza, origem e direcionamento, bem como a incitação à prática de violência, ofensas ou ameaças a quem quer que seja, a investigados, a partidos políticos, a instituições constituídas ou a qualquer pessoa".
Neste sábado, cerca de 250 militantes petistas e simpatizantes se reuniram na frente do prédio onde mora Luiz Inácio Lula da Silva, em São Bernardo do Campo, no ABC.
Eles estão em vigília para demonstrar apoio ao ex-presidente, que é investigado pela Justiça Federal por suspeita de ter sido beneficiado pelo esquema de desvios de dinheiro na Petrobras.
'Prisioneiro'.
Na sexta, Lula disse que se sentiu "prisioneiro" por ter sido levado coercitivamente para prestar depoimento à Polícia Federal.
O presidente afirmou ainda que "acertaram o rabo da jararaca", mas "não mataram".
E também falou sobre a presidente Dilma Rousseff:
"Não permitem que a Dilma governe esse país".
Lula também afirmou, em manifestação a militantes na sede do PT em São Paulo, que vale mais "o show midiático" do que a "apuração séria".
Neste sábado, a presidente Dilma Rousseff tem encontro marcado com o ex-presidente Lula, em São Paulo. Será a primeira reunião deles após a ação da PF.
Saiba mais:
Investigação
Segundo o Ministério Público Federal, Lula está sendo investigado porque há indícios de que ele recebeu dinheiro desviado da Petrobras por meio da execução de reformas no apartamento triplex do Guarujá (SP) e do sítio de Atibaia (SP).
Os procuradores ressaltaram ainda que há evidências de que o petista recebeu móveis de luxo nos dois imóveis e teve a armazenagem de bens em uma transportadora bancada pela construtora OAS, uma das empreiteiras investigadas na Lava Jato.
Confira a íntegra da nota:
Nota oficial da 13ª Vara Federal de Curitiba
A pedido do Ministério Público Federal, este juiz autorizou a realização de buscas e apreensões e condução coercitiva do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva para prestar depoimento.
Como consignado na decisão, essas medidas investigatórias visam apenas o esclarecimento da verdade e não significam antecipação de culpa do ex-Presidente.
Cuidados foram tomados para preservar, durante a diligência, a imagem do ex-Presidente.
Lamenta-se que as diligências tenham levado a pontuais confrontos em manifestação políticas inflamadas, com agressões a inocentes, exatamente o que se pretendia evitar.
Repudia este julgador, sem prejuízo da liberdade de expressão e de manifestação política, atos de violência de qualquer natureza, origem e direcionamento, bem como a incitação à prática de violência, ofensas ou ameaças a quem quer que seja, a investigados, a partidos políticos, a instituições constituídas ou a qualquer pessoa.
A democracia em uma sociedade livre reclama tolerância em relação a opiniões divergentes, respeito à lei e às instituições constituídas e compreensão em relação ao outro.
Curitiba, 05 de março de 2016.
Sergio Fernando Moro
Juiz Federal
COMENTÁRIO:
Toda a não brasileira está com o Juiz Sérgio Moro.
O Lula não é melhor do que nenhum brasileiro que é suspeito de cometer qualquer delito, que não possa ser conduzido pela Polícia Federal por determinação da Justiça para prestar esclarecimentos a respeito de suspeitas que pairam sobre sua conduta diante de denúncias tão graves contra a sua pessoa.
Quem não deve não teme.
Quantos ex-presidentes ao redor do mundo já não foram presos por terem cometidos atos incompatíveis com o cargo de presidente de uma nação ?
Valter Desiderio Barreto
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