“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores
adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura
a tais que assim o adorem.”
(João 4:23)
Não é de hoje que eu tenho me preocupado
e venho alertando o povo de Deus acerca dos efeitos fisiológicos e
psicológicos da música.
E, em razão de sempre receber, via e-mail, toda
semana, dezenas de perguntas sobre o assunto, tomei a decisão, após
consultar ao Senhor em oração, de voltar a abordar o tema música e
louvor.
Neste artigo reitero o que já tenho
afirmado: que nem todos os estilos musicais são saudáveis e servem para o
louvor, que há uma perigosa mentira nascida no inferno e com a qual
satanás ilude muitos cristãos, a saber, a afirmação de que Deus é o
criador de todos os ritmos musicais.
E que somente a ausência do
conhecimento dos efeitos da música, atrelada à falta de fundamentação
bíblica e temor de Deus, podem levar alguém a acreditar que é possível
louvar a Deus com todo e qualquer estilo musical, como rock, funk,
forró, lambada, danças coreografadas, samba, pagode, axé, etc.
Uma Séria Abordagem Científica
No mundo, a música é usada como
ferramenta ampla de conhecimento e de transformação do homem.
Mas não
podemos descartar a possibilidade inversa.
A música pode sim alterar a
consciência e levar ao sentimento de êxtase, independentemente de a
letra ser cristã ou mundana.
Ela, em si, tem poder. E, de modo nenhum,
pode ser considerada neutra.
Longe de ser apenas uma experiência
estética, o exercício da música é também uma experiência fisiológica,
biológica, psicológica e mental, com o poder de fazer o ser
humano experimentar estímulos e sensações.
Tanto que, no sentido
positivo, a musicoterapia — como disciplina paramédica — tem o estatuto
de colaborar com a saúde física e mental do indivíduo.
Ela é um poderoso
agente de estimulação motora, sensorial, emocional e intelectual,
segundo a psicologia.
Nesse caso, como descartar os seus efeitos
negativos?
É ingenuidade pensar que letras cristãs anulam o poder da
música ou simplesmente santificam todos os ritmos.
À luz da ciência contemporânea, a música
é considerada uma força capaz de exercer ação psicofisiológica.
Agindo
através de seus elementos constitutivos — ritmo (elemento
ativo), melodia (elemento afetivo) e harmonia (elemento intelectual) —, a
música tem sempre o poder de nos alcançar, e contra isso somos
relativamente indefesos.
Ela se constitui verdadeiro objeto material
que, ao entrar pelo ouvido, enraíza-se no “eu”, inserindo-se num esquema
afetivo e estimulando atividades emocionais e corporais.
De acordo com a musicoterapia, a música,
em razão de sua ludicidade, permite que o ouvinte se revele na escuta
sem que ele mesmo se dê conta.
São três os sistemas que possibilitam a
percepção do som: o sistema de percepção interna, o sistema visual e o
sistema tátil (ou sensório-tátil), este último, o mais importante dos
três. Resumindo, pode-se afirmar que os sons entram no “eu” não apenas
pelo ouvido, mas também pela pele, pelos músculos, ossos e sistema
nervoso autônomo.
Diante do exposto, não existe música
inocente ou neutra!
Ela é o resultado da combinação e sucessão de sons
simultâneos de tal forma organizados, que a impressão causada sobre o
ouvido seja agradável ou desagradável, e a impressão sobre a
inteligência seja compreensível, e que tais impressões tenham o poder de
influenciar os recantos ocultos da alma humana e de suas esferas
sentimentais, e que esta influência transporte o ouvinte para uma terra
de sonhos, de desejos latentes, ou para um pesadelo infernal.
Não foi por acaso que o musicólogo Mário
de Andrade, depois de assistir a uma representação de danças e melodias
do Maracatu do Leão Coroado, declarou: “… um mal-estar doloroso, a
respiração opressa, o sangue batendo na cabeça com um martelo e uma
tontura tão forte que vacilei.
Senti a respiração faltar e cairia
fatalmente se não me retirasse afobado daquele círculo de inferno”
(citado em Da Música, seus usos e recursos, de Maria de Lourdes Sekeff,
Editora Unesp, p.33).
Aliás, o uso de determinadas músicas é uma das
causas para o chamado “cair no Espírito”, empregado por animadores de
auditório, que se fingem de pastores, como Benny Hinn e seus discípulos
espalhados pelo Brasil e pelo mundo.
Muitos afirmam que não importa o estilo
musical, e sim a letra. São pessoas mal intencionadas ou desinformadas,
pois negam ou ignoram que a música é polissêmica; tem sentidos plurais.
Ela é uma ferramenta valiosa no campo da saúde (musicoterapia) e também
no âmbito da educação, posto que é dotada de uma dimensão alucinógena,
inconsciente e sexual, o que possibilita acesso ao nosso “eu”.
Com essas
considerações podemos sugerir que a música não é marcada pela
neutralidade ou irracionalidade. Ela, em si mesma, é um discurso
orgânico, lúdico, lógico e com sentido.
Uma Armadilha Mercadológica
De posse desses conhecimentos, uma
poderosa indústria fatura milhões, fabricando falsos artistas,
manipulando e enganando as emoções de pessoas vazias, levando-as á
histeria e à idolatria consumista.
Os ritmos fazem parte dessa
estratégia de escravidão capitalista.
Com o chamado “mercado da música
gospel” não é diferente.
A adaptação de ritmos mundanos com inserção de
letras supostamente cristãs são apenas a isca para faturar às custas de
crentes enganados e desprovidos de entendimento bíblico.
Não é a toa que
são os mesmos ritmos que fazem sucesso no mundo.
A estratégia e a
finalidade são as mesmas.
Só os métodos mudam.
Como, pois, afirmar que todos os estilos
servem para o louvor? Diante de tantos fatos científicos, como
cantores, pastores e escritores evangélicos podem continuar abraçando
essa falácia de que as letras cristãs neutralizam os efeitos da música?
Tudo isso deve nos fazer lembrar, mais uma vez, do crivo mencionado em
Filipenses 4.8:“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o
que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é
amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum
louvor, nisso pensai”.
A verdadeira música cristã não é
rotulada por um ritmo. Aliás, ela costuma ser indefinível nesse aspecto.
Ela é caracterizada por seus efeitos interiores: fé, quebrantamento,
arrependimento de pecados, adoração e estímulo para as práticas que
agradam a Deus.
É algo muito diferente de qualquer coisa que assemelhe a
essa verdadeira farra mundana, que torna rádios evangélicas iguais às
comuns, que transforma a igreja num palco e shows que em nada deixa a
desejar perante aquilo que o mundo pratica e aplaude. Algo que em vez de
aceitação, deveria suscitar vergonha em todos nós.
Que Deus levante músicos e líderes de
louvor compromissados com a Palavra de Deus e dispostos a usar a boa
música, apropriada para o louvor, na casa de Deus.
Só assim ficaremos
livres dos efeitos de estilos mundanos e diabólicos, como funk, heavy
metal, axé, forró, entre outros, que aos poucos — em razão das
influências do secularismo — vêm invadindo os templos evangélicos.
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