Maicon contou também que ela dizia ser assediada por pai de João Felipe.
Entre os pertences de Susana foi encontrado um exame de gravidez.
Ex-namorado revelou que Susana não gostava de
João Felipe (Foto: Cristiane Cardoso/G1)
João Felipe (Foto: Cristiane Cardoso/G1)
Manicure está em Bangu
(Foto: Divulgação / Seap)
João tinha 6 anos
(Foto: Reprodução/GloboNews)
Depois de Simone de Oliveira, mãe de Susana do Carmo Figueiredo, que confessou ter matado o menino, ter entregue anotações em um caderno, com detalhes de um plano de sequestro feito pela manicure, em seguida foi a vez de um ex-namorado de Susana depor.
Maicon Santiago Olimpio, de 25 anos, contou detalhes do relacionamento e lembrou que ela dizia odiar a criança e era assediada pelo pai da vítima, Heraldo Bichara Júnior, ainda aguardado para depor.
"Quando eu morava com ela, ela era maneira. Isso tem entre um ano e 10 meses.
Ela falava comigo que o marido da Aline [mãe de João] ficava assediando ela. Se é mentira ou verdade, eu não sei. Ela falava que ia continuar fazendo unha. Eu não vi, então não me sentia traído.
Ela falava que não tinha nada com ele”, disse Maicon, na delegacia. “Falava que odiava o filho dela [de Aline], que ele batia nela, que se fosse filho dela iria dar uns tapas. Eu falava pra ela sair, mas ela dizia que precisava”, acrescentou.
Exame de gravidez
Entre os pertences de Susana, foi encontrado um exame de gravidez, com data de outubro de 2012. A mãe não disse se houve aborto, mas informou que teria engravidado de um homem a quem chamava de “Coroa”.
Segundo Omena, a mãe falou que ele teria ameaçado ela por conta da gravidez.
De acordo com o ex-namorado, ela dizia que o filho era dele. "Ela falou que era meu, mas pode ter dito que era do Ícaro [outro ex-namorado] também, e sei lá de mais quem.
Quando terminei com ela soube que ela tinha um monte de homem. Tem mais de 11 meses que não tenho mais nada com ela."
Mãe revela plano de sequestro
A mãe da manicure apresentou ao delegado José Mario Omena, na manhã desta segunda, uma carta detalhada em que a manicure revela o plano de sequestrar uma criança e pedir R$ 300 mil de resgate. "Pelo contexto, só pode ser do João", afirmou Omena.
Segundo o delegado, na carta feita em duas folhas de caderno, a manicure descreveu o plano, detalhando que ligaria para escola, pegaria a vítima e reservaria o quarto de hotel.
Durante a descrição da contabilidade, em momento algum, segundo Omena, Susana menciona pagamento a terceiros, reforçando a tese de que ela agiu sozinha.
"Se ela ia pedir resgate depois, a gente não deu tempo para isso, pois ela ia pedir com a criança morta mesmo", disse.
No dia do crime, Susana ligou para a escola onde João estudava se passando pela mãe dele, pediu que a criança fosse liberado da aula e o levou de táxi até um hotel, onde teria asfixiado o menino.
O corpo foi achado em uma mala, na casa da manicure. O motivo ainda não ficou claro para a polícia, já que a manicure contou versões variadas da história.
Susana teria escrito em folhas de caderno o plano do sequestro (Foto: Cristiane Cardoso/G1)
Uma coisa que me causou estranheza foi ela escrever para si mesma", disse Omena, ressaltando que vai analisar as ligações feitas e recebidas no celular da manicure.
A pena para sequestro com morte é maior do que homicídio qualificado, segundo o delegado. "Extorsão mediante sequestro com morte é a maior pena mínima, 24 a 30 anos", afirmou ele, acrescentando que para homicídio a pena mínima é de 12 anos e máxima 30 anos.
Mãe de manicure prestou
depoimento na manhã
desta segunda (1°)
desta segunda (1°)
(Foto: Cristiane Cardoso/G1)
Além da mãe da manicure, também são esperados para prestar depoimento o pai do menino, Heraldo Bichara Jr, a camareira do Hotel São Luís, onde Susana disse ter matado João Felipe, e um amigo do taxista Rafael Fernandes, que entregou a suspeita à polícia.
Segundo Omena, o depoimento da mãe de Susana será importante para traçar o perfil psicológico da manicure. Sobre o depoimento do pai do menino, Heraldo Bichara Jr., o delegado espera esclarecer outras questões. "Vai ser uma peça fundamental. Vou ter que analisar o depoimento dele para concluir se ele era o alvo da conquista ou se pode ter descartado a Susana", afirmou.
Omena informou ainda que o depoimento de Aline Bichara narrou as inúmeras ligações que a suspeita fez para a mãe da vítima no dia do crime. "Ela ficou ligando insistentemente a chamando para ir para Volta Redonda. Ou ela estava monitorando a família ou a mãe era o alvo", concluiu.
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