No parque há ainda alguns
espaços contemplativos, como “Recanto da Volta”, de onde é possível ver
parte da natureza presente no local.
Foto: IGOR BRANDÃO / AG. PARÁ
16/03/2018 20:17h
O Parque Estadual do Utinga (Peut), o
mais importante espaço de preservação e estudo da biodiversidade dentro
da Região Metropolitana de Belém (RMB), será reaberto à população a
partir desta sexta-feira (16), a partir das 16h30, com apresentações
artísticas, como o Boi Veludinho, crianças do Pro Paz e a premiada
Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz.
A apresentação será ao ar livre e
não será necessária a retirada de ingressos.
Por esse motivo, a
recomendação é chegar cedo, porque a entrada será fechada após a lotação
permitida.
No sábado (17) haverá uma caminhada, a partir das 8h, com paradas
para informações educativas sobre a fauna, flora e sobre os novos
espaços.
Por conta da quantidade de pessoas circulando, incluindo
crianças e idosos, o Corpo de Bombeiros recomendou que seja evitado, na
parte da manhã de sábado, o trânsito de veículos sobre rodas, como
carros, bicicletas, skates e patins.
Depois das 12h e durante todo o
funcionamento do parque, a entrada desse tipo de veículo será liberada.
No domingo, o parque abrirá às 5h30 e funcionará até às 17h, assim como
nos outros dias, de segunda a segunda.
As atividades de manutenção do espaço vão requerer o fechamento para o
acesso ao público eventualmente, mas essas datas serão definidas de
acordo com a demanda.
Por se tratar de uma Unidade de Conservação, dentro da RMB, o espaço é
uma mostra significativa do ecoturismo na Amazônia e um parque
estruturado, que será o maior portal turístico da Amazônia.
Para a obra
do novo parque foram investidos cerca de R$ 36 milhões.
Os serviços serão oferecidos em caráter experimental.
Entre as
novidades estão o circuito de quatro quilômetros de pistas, preparado
para caminhadas e passeios de bicicletas, patins e skates, além de um
grande estacionamento com 400 lugares para veículos e de um centro de
recepção aos visitantes, equipado com auditório para 50 lugares e café.
Além disso, a área verde do Utinga dispõe de mais de nove quilômetros
de trilhas interpretativas abertas e recuperadas, o que se transforma
em atração para passeios guiados.
A visitação do parque será aberta, sem cobranças em bilheteria, como acontece em vários parques espalhados pelo mundo.
Essa peculiaridade da área verde, incrustada numa das áreas de maior
pressão urbana da região Norte, aponta um grande potencial para o
ecoturismo: estima-se que cerca de 140 mil pessoas visitem esse bolsão
verde a cada ano.
Se a área fosse um parque nacional, esse público
esperado o colocaria entre os dez mais visitados do País.
Conceito.
O autor do projeto arquitetônico e paisagístico do Parque é o
secretário de Estado de Cultura, Paulo Chaves.
Para a elaboração do que
ele define como um diálogo amoroso entre o nativo e a arquitetura,
procurou trabalhar com elementos autóctones, que já existem ou existiram
na natureza local.
No Espaço de Acolhimento, localiza-se um auditório que servirá para
dar aulas alertando os visitantes sobre a importância de ser preservar o
meio ambiente e, acima de tudo, preservar os mananciais.
“É um encantamento possuir no coração da cidade uma área verde com
esta dimensão.
A Avenida João Paulo possui a função de proteger a área.
O
trabalho realizado junto às comunidades do entorno pelo governo do
Estado procurou integrar as comunidades ao parque à forma popular de se
morar e de se viver”, destaca o autor do projeto.
Esse espaço foi todo construído com elementos e formas da natureza.
O
formato do pórtico lembra besouros, como se fossem insetos.
Fazem parte
do paisagismo da entrada, elementos que o arquiteto define como matas
de empréstimo que abraçam o parque e dialogam com a cobertura de palha
do acolhimento e com as madeiras provindas de demolições.
Os pilares que sustentam o espaço são árvores e as vigas que saem
deles são os galhos.
“É conceitual, mas integra a paisagem.
Há um certo
mimetismo.
É como se a arquitetura quisesse amorosamente estabelecer um
elo de ligação, um diálogo com a paisagem”, explica.
O arquiteto conta que introduziu na paisagem duas peças de metal que
foram abalroadas durante o choque entre uma balsa que destruiu um dos
pilares da ponte sobre o rio Moju e provocou a queda da ponte, em 2014.
Paulo Chaves também comenta que os elementos estão ali para serem
descobertos.
Para ele, esse é o encantamento do espaço.
“Aqui existem
propostas mágicas como os encantamentos dos Caruanas, seres encantados,
tudo isto fui descobrindo nas tantas vezes em que estive aqui, cada
inseto que encontro, cada flor que percebo estão presentes no
acolhimento”, destaca.
Ele fala com orgulho dos animais que vivem no
lugar.
“Pássaros, jacarés, frangos d´água, insetos, morcegos estão
chegando e adotando o espaço como seus”, comemora.
Ele também ressalta
que o parque “é um local que exige um cuidado e um carinho muito
especial, por ser um parque ambiental, ele significa a proteção a um
elemento que vale ouro: a água.
Nós temos água em abundância, mas me
pergunto até quando?
Este é o principal conceito: abrir espaço à
população e socializar o uso do parque sem devastá-lo, preservar sem ter
que transformar o espaço em um santuário intocável”, conclui.
Preservação.
O presidente do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da
Biodiversidade do Estado do Pará – Ideflor-bio, Thiago Novaes explica
que mesmo antes do investimento no parque realizado pelo governo do
Estado, já havia um público que frequentava e que demandava o espaço
para atividades esportivas e de contemplação da natureza.
“Com a reabertura vamos poder contar com mais equipamentos turísticos
de altíssima qualidade, com estacionamento para que os veículos dos
visitantes fiquem devidamente acomodados e resguardados”, detalhou.
Ele ainda comenta que a população terá acesso a uma área fantástica
de acolhimento com espaços para a comercialização de alimentos, um
auditório com capacidade para 50 lugares para que seja feito um briefing
das atividades do parque.
Para a reabertura foi feita a renovação de toda a pista com material
mais apropriado as atividades e que dá uma sensação térmica muito mais
agradável trazendo mais conforto ao visitante.
Há também dois espaços contemplativos com galerias para exposição permanente e ainda um espaço batizado de “Milton Monte”.
Conceituado arquiteto urbanista e engenheiro civil, Milton é
reconhecido internacionalmente por projetos voltados para a arquitetura
tropical, inspirados nas casas indígenas e tendo como matéria-prima
elementos da área amazônica.
Ele foi um dos primeiros arquitetos e urbanistas da região a se
preocupar com o quesito sustentabilidade, considerando nos seus projetos
recursos naturais, tais como a luz, os ventos, a chuva, a sombra e a
temperatura ambiente.
O arquiteto utilizava em seus monumentos elementos como palha, cipós,
cascas do tronco das palmeiras, cerâmica vermelha e madeira.
No parque há ainda o espaço “Recanto da Volta”, local contemplativo com acesso ao lago Água Preta.
“O Objetivo é promover serviços com segurança e qualidade, realizados
de acordo com o Plano de Manejo do Parque atividades de utilização dos
lagos como espaços para prática de atividades esportivas que se
enquadrem de acordo com os objetivos do Plano de Manejo.
Há também um
esforço em trazer projetos de pesquisa que, além de conhecimento,
viabilizem a difusão de informações sobre a biodiversidade.
Já temos um
projeto desenvolvido com sucesso que é a reintrodução das ararajubas na
Região Metropolitana de Belém”, comenta Thiago Novaes.
O presidente do Ideflor-bio explica ainda que esta em vias de
implantação um projeto de reabilitação de peixes-boi no lago Água Preta,
uma espécie que está ameaçada pela caça predatória e que tem no lago,
um espaço adequado para a reabilitação da espécie para poder devolvê-los
à natureza.
“O Parque Estadual do Utinga é uma Unidade de Conservação que está
sendo disponibilizado que traz muito mais que atividades contemplativas,
traz informação sobre a fauna, flora e toda a biodiversidade e traz uma
reflexão mais qualificada sobre o papel de uma unidade de conservação
na preservação e como propulsor do desenvolvimento humano das populações
locais.
É um espaço privilegiado”, considera Thiago.
Turismo.
Para o Secretário de Estado de Turismo, Adenauer Góes, a Unidade de
Conserva é um equipamento em homenagem à natureza amazônica a ser
visitado e utilizado, em primeiro lugar, pelos moradores da RMB e por
toda população do Estado.
“O turismo local receberá mais um espaço sobre a ótica da economia,
com a utilização de uma matéria-prima fundamental para o desenvolvimento
de serviços turísticos, associados à cultura que também é uma
matéria-prima essencial do turismo”, explica.
Adenauer ressalta que no Brasil não há outra área verde com esta
dimensão, dentro de uma região metropolitana.
Ele acrescenta que vários
equipamentos estão inseridos nesta área para bem receber o turista, como
exemplo, o Espaço de Acolhimento com estacionamento em sintonia com a
natureza, adornado por um belíssimo lago.
Ele cita ainda o fato do local possuir lanchonetes que servirão
produtos da gastronomia paraense e lojas de souvenires, além de uma
sequência de trilha de quatro quilômetros de extensão e várias outras
trilhas ecológicas interpretativas, onde serão ofertados turismo de
aventura.
Várias instituições como a Secretaria de Estado de Turismo (Setur),
Ideflor-Bio, Batalhão de Polícia Ambiental e sociedade civil vem
trabalhando ao longo do tempo na compreensão de como devem ser
desenvolvidas as atividades no sentido de contribuir com a educação
ambiental e com a pesquisa científica sobre a biodiversidade na
Amazônia.
O Parque Estadual do Utinga é gerido pelo Ideflor-Bio e a Setur é a
responsável pela cogestão da área no que diz respeito aos equipamentos
que foram construídos e na oferta de serviços oferecidos aos turistas e
visitantes.
A prestação de serviços será administrada por uma
Organização Social (OS), com chamamento público brevemente lançado.
A OS
vencedora atuará sob a supervisão da Setur.
Aplicativo.
Informações sobre os serviços oferecidos pelo Parque Estadual do
Utinga podem ser acessados via celular, por meio do aplicativo (app)
batizado de “Parque do Utinga”.
Nele, é possível encontrar, por exemplo,
os mapas das nove trilhas ecológicas oferecidas no espaço, além de
informações como nível de dificuldade, extensão e tempo estimado de
percurso.
O aplicativo traz uma lista com os serviços ecoturísticos disponíveis
aos visitantes, dentre eles a prática do rappel, do boia cross, do tree
climbing, do ciclismo e dos esportes náuticos.
Os interessados em
praticar alguma dessas modalidades esportivas encontram no app, uma
lista dos condutores autônomos cadastrados e credenciados pelo Instituto
de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-bio).
Todos
são apresentados por um breve currículo e contatos para o agendamento
das visitas.
Além disso, há informações sobre a infraestrutura do parque e um mapa
com a localização dos pontos de referência mais próximo, como o Centro
de Acolhimento, a Casa da Mata, o Recanto da Volta e também os Lagos
Bolonha e Água Preta.
O gerente do Parque, Julio Meyer explica que o aplicativo é uma forma
de refinar a interação do Utinga com os seus visitantes.
“Com todas as
informações na palma da mão, é possível oferecer às pessoas que
frequentam o espaço uma experiência melhor e, assim, fazer dessas
visitas momentos de divertimento, lazer e contemplação da natureza”,
garante.
Outra funcionalidade do aplicativo é a pesquisa de satisfação.
Após
fazer o download do app é possível avaliar a experiência vivida com
relação aos diversos serviços e espaços que o Utinga oferece.
“Essa é
uma forma de nós termos um feed back dos serviços que estão sendo
prestados e, assim, buscarmos melhorar cada vez mais”, ressalta Julio
Meyer.
O aplicativo é ainda um aliado na preservação de uma das maiores
biodiversidades da região amazônica, De acordo com o presidente do
Ideflor-bio, Thiago Novaes, o app tem um caráter ecológico.
“Com ele,
nós conseguimos evitar o uso de mapas e informativos impressos que, além
de utilizar recursos naturais, podem ser descartados e virar lixo no
Parque.
Esse aplicativo também é uma das formas de nós cuidarmos do
ambiente”, ressalta.
O aplicativo do Parque Estadual do Utinga já está disponível para
download na Play Store dos dispositivos com sistema Android e, em breve,
também estará disponível para o Sistema iOs.
Para usar, é preciso fazer
um breve cadastro ou conectar com o Facebook.
O aplicativo pode ser
usado também sem conexão com a internet.
Serviços (entregues em caráter experimental):
1) Centro de Acolhimento:
Food Trucks; Loja de lembranças organizada pela Fundação Cultural do Pará, Cafeteria; Loja de Souvenirs, estacionamento
2) Espaço Milton Monte:
Cafeteria; Exposição de Cerâmica Marajoara
3) Recanto da Volta:
Cafeteria; prática de Canoagem e Stand Up Paddle
4) Quatro quilômetros de trilha central
5 ) Trilhas Interpretativas
Trilhas, Rappel; Tree Climbing; Boia Cross; Slackline e Locação de Bicicletas
Programação de Inauguração do Parque do Utinga
Dia 16/03 (sexta-feira)
16h30 - Exibição de vídeos sobre o Parque do Utinga e sua diversidade no auditório do Espaço Acolhimento.
Apresentação do “Boi Veludinho”
Apresentação artística de Crianças do Pro Paz.
Apresentação da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz.
Dia 17/03 (sábado)
8h – Caminhada Ecológica
12h – Liberada entrada de bicicletas, patins e skates (restrição
exclusivamente para este dia, por conta da caminhada, sendo permitido
uso posteriormente).
Dia 18/03 (domingo)
O parque funciona normalmente no horário de 5h30 às 17h, assim como nos outros dias, de segunda a segunda.
Por Márcio Flexa
Secretaria de Estado de Comunicação
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