Uma outra coleta foi feita a 1,3 quilômetros do local do despejo e outra a 2,5 quilômetros, revelou ao G1 o pesquisador do instituto Marcelo de Oliveira Lima. Amostras indicaram que o chumbo lançado pela empresa se diluiu nas águas.
Por Taymã Carneiro, Jorge Sauma e Andréa França, G1 PA, Belém
Um mês após o despejo irregular de efluentes
da refinaria norueguesa Hydro Alunorte, em Barcarena, nordeste do Pará,
o chumbo já se espalhou pelo rio Murucupi, segundo análise feita pelo
Instituto Evandro Chagas (IEC).
A água lançada nos rios do polo
industrial da cidade, segundo a própria empresa, pode conter vestígios
de bauxita e soda cáustica.
Uma outra coleta foi feita a 1,3 quilômetros do local do despejo e outra a 2,5 quilômetros, revelou ao G1 o
pesquisador do instituto Marcelo de Oliveira Lima.
Segundo ele, as
amostras indicaram que o chumbo lançado pela empresa se diluiu nas águas
naturais.
"Foi encontrado um nível de chumbo alterado, porque não era para apresentar esses níveis naquela região.
Então, esse chumbo pode chegar a longas distâncias e também pode ir depositando no segmento de chumbo pelo caminho".
Lima disse que já foi feita uma nova coleta em toda a região, incluindo
diferentes pontos ao longo dos igarapés atingidos.
Um novo relatório
deve ser divulgado na próxima semana, afirmou.
Ele explica que ao mesmo
tempo, também ao longo desse período, foram feitas várias coletas dos
tipos de efluentes a pedido do Ministério Público e também da perícia
ambiental que será divulgado junto com esse relatório.
“Foram feitas várias outras investigações nesse período.
Inclusive coletamos amostras no novo canal descoberto pela força tarefa do MP.
Isso é feito para compreender o que estava sendo jogado desse canal no rio”.
Ainda de acordo com o pesquisador, a avaliação preliminar, que havia apontado os níveis de alumínio, nitrato e fósforo acima dos níveis permitidos,
foi realizada a partir de coletas somente na água superficial de
igarapés na região do polo industrial de Barcarena.
"O que foi
encontrado dentro da empresa no despejo do dia 17 foi um nível de chumbo
cinco vezes maior do previsto na legislação, no dia 19 até duas vezes
maior.
Isso ao ser liberado ao meio ambiente pode chegar a um nível de
chumbo três vezes maior que o previsto na legislação ambiental",
explica.
Ainda não se sabe a extensão e a gravidade da contaminação, diz Ibama
O lançamento dos efluentes contaminou rios e igarapés com altos níveis
de alumínio e chumbo e atingiu comunidades quilombolas e ribeirinhas
pelos cursos dos rios Murucupi e rio Pará.
No entanto, ainda não se sabe
a extensão e a gravidade da contaminação, de acordo com o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A Justiça determinou, então, que a empresa reduzisse a produção pela metade depois que, em fevereiro, dois
escoamentos sem licença ambiental foram feitos por um duto clandestino
para o rio Murucupi - um no dia 17, e outro no dia 19.
O IEC e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) ainda continuam levantando os impactos que podem ter
sido causados pelos despejos da refinaria.
O IEC informou que já possui
um novo relatório a ser divulgado na próxima semana informando o
caminho que o chumbo pode ter percorrido nos rios e sobre o novo canal
encontrado pela força tarefa dos ministérios do Pará (MPPA) e Federal
(MPF).
O Ibama também disse que irá apresentar as conclusões sobre as
últimas vistorias feitas na área.
O Ibama considera o laudo que confirmou os vazamentos, divulgado ainda
em fevereiro, 'inconclusivo quanto à fonte da contaminação, sua extensão
ou gravidade".
Em vistorias, o órgão disse que, ao invés de vazamentos,
foi comprovada a existência de um escoamento de águas da chuva não
previsto na licença ambiental e de um depósito de rejeitos em plena
operação que dispõe de autorização apenas para a realização de testes.
Ou seja, o escoamento foi na verdade, como diz a empresa, uma "liberação
controlada".
A
própria direção internacional da empresa admitiu que realizou o
despejo, mesmo sem licença, por meio de uma descarga controlada do Canal
Velho, que fica ao lado da estação de tratamento dentro da área da
refinaria.
A empresa negou o acidente ambiental e disse à imprensa que
"não possui indícios de vazamento ou transbordo das áreas de depósito de
resíduo de bauxita".
Problemas antigos
O rio Murucupi tem nascente próxima das bacias da Alunorte.
Os
moradores dessa região - chamada de polo industrial - convivem não
somente com os despejos de refinaria.
Líderes das comunidades dizem que
os igarapés e rios, que são transporte, fonte de alimento e, ainda,
lazer para crianças, são impactados pelo lixo, rede de esgoto e diversas
situações de exploração ambientais pelas grandes empresas que atuam na
região.
Petrolino Alves é membro do Grupo de Trabalho que representa nove
comunidades da área industrial em processo de indenizações e possíveis
remanejamentos.
Segundo ele, as comunidades próximas ao rio Murucupi
ainda sofrem com o lixão, que armazena, além do lixo da cidade, os
cadáveres dos bois naufragados em Vila do Conde.
Ele explica que há um projeto para um aterro sanitário para atender os
municípios de Barcarena, Abaetetuba, Igarapé-Miri e Moju, mas os
gestores estão aguardando a efetividade de todos os municípios para
estabecer um consórcio.
Segundo ele, um plano de construção seguindo os
padrões técnicos exigidos já até foi realizado, mas o aterro nunca foi
concretizado.
"Enquanto isso, as comunidades próximas ao lixão e dessas indústrias sofrem com a penetração de resíduos no solo que atinge os poços.
A água fica contaminada profundamente, não só com bactérias e coliformes fecais, mas por esses metais pesados, como o alumínio, chumbo - que está em maior quantidade, quanto outros como mercúrio, bário, em menor escala", analisou.
Outro problema apontado pela associação dos moradores é a carga dos
esgotos da Vila dos Cabanos, que não possui estação de tratamento e vai
direto para o rio Pará.
Uma dessas comunidades é chamada de Rosal, que
convive com uma água totalmente contaminada.
Nesses locais, as pessoas apresentam coceiras, dores no estômago, diarréias, principalmente as crianças.
"A problemática não é só da empresa.
Mas esse problema do esgoto
começou quando essas empresas se instalaram em Barcarena, porque a Vila
dos Cabanos foi pensada para abrigar os funcionários.
E eles nem moram
mais lá.
Tudo isso soma à exploração em Barcarena".
"O ponto inicial atinge esses igarapés de pequenas comunidades mas só
que essa nascente chega até o rio Pará e ao se alastrar pode atingir até
o rio Guamá, que abrange inclusive a capital do estado", apontou.
Em nota, a Hydro disse que está desenvolvendo um estudo para determinar
a linha de base ambiental dentro da área de influência da Alunorte.
Esta avaliação abrangerá os ambientes físicos e bióticos e incluirá um
mapeamento das características do solo, das águas superficiais e das
águas subterrâneas na região.
O estudo de base envolverá uma revisão
completa dos estudos relevantes sobre o assunto.
A norueguesa disse ainda que seu compromisso com o meio ambiente é
universal e absoluto e que fez parceria com a equipe da Cruz Vermelha
brasileira para fornecer atendimento médIco e diagnóstico de condições
de saúde de famílias residentes em Vila Nova, Bom Futuro e Burajuba.
A
equipe da Cruz Vermelha já apresentou seu plano de ação.
Inicialmente, o
trabalho durará três meses, incluindo a coleta de sangue e amostras de
cabelo para esses diagnósticos.
A Hydro também disse que se compromete a trabalhar com a comunidade, a
sociedade civil e o governo para esclarecer as fontes de poluição da
água e outros problemas relacionados à água na região de Barcarena.
2 comentários:
ESSE DESASTRE ECOLÓGICO DE CONSEQUÊNCIAS AINDA INIMAGINÁVEIS PROVOCADO POR ESSA EMPRESA ESTRANGEIRA, ME DESPERTOU PARA UM TEMA QUE GOSTARIA DE COMPARTILHAR COM TODOS BRASILEIROS.
Eu sou a favor da criação de novos municípios não só no Estado do Pará, como no Amazonas, e outros estados com grande extensão territorial que impossibilita não só os governantes atenderem as demandas dos munícipes, como também, dificulta os mesmos se deslocarem à capital para resolverem algum problema de seus interesses e / ou da comunidade.
Mas no meu entender, não adianta se criar novos municípios em um Estado com uma extensão territorial da dimensão do estado do Pará, e do Amazonas, porque a dificuldade dos governos estaduais promoverem desenvolvimento sustentáveis em pró dos seus munícipes continuará sem solução.
Nenhum gestor público por mais competente que seja, sendo ele ou ela especialistas em administração pública, formados nas melhores universidades do mundo, jamais conseguirão administrar um estado cuja extensão territorial supera o tamanho de vários países europeus, como é o caso do Estado do Pará, e do Amazonas.
DIVISÃO TERRITORIAL É A ÚNICA SOLUÇÃO.
Acredito piamente, que a única solução para encurtar distâncias, e aproximar a população dos municípios distantes da capital, é a divisão do estado, mesmo contrariando interesses dos representantes dos poderes legislativos e executivos dos estados, que preocupados em dividirem a fatia das fontes de recursos responsáveis pela manutenção da máquina administrativa do mesmo,resistem veementemente essa necessidade de divisão, para atender melhor a populações regionais que são os atores mais importantes de uma Unidade Federativa.
Já está na hora da população que residem em municípios distantes de capitais de estados brasileiros, promoverem um movimento de divisão territorial para diminuir a distância do seu município, para o centro administrativo estadual (capital), junto aos seus representantes, deputados, vereadores e senadores, para que assim possam ser beneficiados com as ações dos governos estaduais, como retorno dos impostos pagos por cada cidadão residente em regiões distantes das capitais.
Finalizo afirmando: já que os políticos são os principais agentes responsáveis pelas demandas administrativas de um país, de um estado,e de um município, é preciso que os mesmos dê lugar as aspirações de um povo que lhe elege para ocupar um cargo no Poder Executivo e no Legislativo, em lugar de suas vaidades, e interesses pessoais.
Que o povo do Pará, principalmente da região Sul e Sudeste, tenha a sua voz, e o seu desejo da CRIAÇÃO DO ESTADO DE CARAJÁS, atendidos pelos legisladores paraenses.
ESSE DESASTRE ECOLÓGICO DE CONSEQUÊNCIAS AINDA INIMAGINÁVEIS PROVOCADO POR ESSA EMPRESA ESTRANGEIRA, ME DESPERTOU PARA UM TEMA QUE GOSTARIA DE COMPARTILHAR COM TODOS BRASILEIROS.
Eu sou a favor da criação de novos municípios não só no Estado do Pará, como no Amazonas, e outros estados com grande extensão territorial que impossibilita não só os governantes atenderem as demandas dos munícipes, como também, dificulta os mesmos se deslocarem à capital para resolverem algum problema de seus interesses e / ou da comunidade.
Mas no meu entender, não adianta se criar novos municípios em um Estado com uma extensão territorial da dimensão do estado do Pará, e do Amazonas, porque a dificuldade dos governos estaduais promoverem desenvolvimento sustentáveis em pró dos seus munícipes continuará sem solução.
Nenhum gestor público por mais competente que seja, sendo ele ou ela especialistas em administração pública, formados nas melhores universidades do mundo, jamais conseguirão administrar um estado cuja extensão territorial supera o tamanho de vários países europeus, como é o caso do Estado do Pará, e do Amazonas.
DIVISÃO TERRITORIAL É A ÚNICA SOLUÇÃO.
Acredito piamente, que a única solução para encurtar distâncias, e aproximar a população dos municípios distantes da capital, é a divisão do estado, mesmo contrariando interesses dos representantes dos poderes legislativos e executivos dos estados, que preocupados em dividirem a fatia das fontes de recursos responsáveis pela manutenção da máquina administrativa do mesmo,resistem veementemente essa necessidade de divisão, para atender melhor a populações regionais que são os atores mais importantes de uma Unidade Federativa.
Já está na hora da população que residem em municípios distantes de capitais de estados brasileiros, promoverem um movimento de divisão territorial para diminuir a distância do seu município, para o centro administrativo estadual (capital), junto aos seus representantes, deputados, vereadores e senadores, para que assim possam ser beneficiados com as ações dos governos estaduais, como retorno dos impostos pagos por cada cidadão residente em regiões distantes das capitais.
Finalizo afirmando: já que os políticos são os principais agentes responsáveis pelas demandas administrativas de um país, de um estado,e de um município, é preciso que os mesmos dê lugar as aspirações de um povo que lhe elege para ocupar um cargo no Poder Executivo e no Legislativo, em lugar de suas vaidades, e interesses pessoais.
Que o povo do Pará, principalmente da região Sul e Sudeste, tenha a sua voz, e o seu desejo da CRIAÇÃO DO ESTADO DE CARAJÁS, atendidos pelos legisladores paraenses.
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