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quinta-feira, janeiro 29, 2015

Justiça autoriza estudante de 14 anos a cursar medicina na UFS

Adolescente alcançou 751,16 pontos e 960 na redação do Enem.
Ele fez prova de proficiência e conseguiu certificado do ensino médio.

 

Do G1 SE 
José Victor Teles, 14 anos, que vai cursar medicina na UFS (Foto: Reprodução/TV Sergipe)José Victor Teles, de 14 anos, que vai cursar medicina na UFS (Foto: Reprodução/TV Sergipe)


O estudante de Itabaiana José Victor Menezes Teles, de apenas 14 anos, conseguiu na Justiça o direito de ocupar a vaga consquistada em medicina na Universidade Federal de Sergipe (UFS) pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

Ele ainda está no primeiro ano do ensino médio e não poderia cursar a faculdade – o Enem só dá certificação a alunos com mais de 18 anos. 

Porém, o juiz autorizou José Victor a fazer uma prova de proficiência aplicada pela Secretaria de Estado da Educação (Seed) nesta quarta-feira (28).

O estudante passou no teste, recebeu o certificado de conclusão do ensino médio e vai poder se matricular na UFS

 “Estou muito feliz e me sinto preparado para o desafio”, comemorou José Victor. 

As matrículas dos aprovados no Sisu ocorrem nesta sexta (30), segunda (1º) e terça (2).

Estou muito feliz e me sinto preparado para o desafio"
José Victor Teles, 14 anos, aprovado na UFS.
 
O estudante cursava o primeiro ano do ensino médio na Escola Estadual Murilo Braga. 

Ele teve média final de 751,16 pontos no Enem e fez 960 pontos na prova de redação. 

Com o resultado, José Victor conquistou uma das 100 vagas para o curso de medicina da UFS – e ficou em 7º no grupo inscrito, de escolas públicas.

O adolescentes conseguiu o direito de fazer a prova de proficiência por liminar do juiz titular da 1ª Vara Cível da Comarca de Itabaiana, Alberto Romeu Gouveia Leite.

"Ontem [quarta] ficamos sabendo através do nosso advogado que a liminar foi concedida em favor do José Victor e seguimos com o documento para a Secretaria de Estado da Educação, onde ele fez em seguida uma prova de proeficiência com 120 questões de todas as disciplinas e uma redação. 

Ele foi aprovado e recebeu certificado do ensino médio que o habilita a fazer matrícula na UFS”, conta o pai, José Mendonça Teles.

A assessoria de imprensa da Seed confirmou que o estudante fez a prova e foi aprovado.

Preparação.


José Victor fez o Enem no fim do ano passado e decidiu entrar na Justiça para ter o direito de usar o resultado para ingressar na universidade. 


O garoto diz que sempre quis ser médico e sabia que, para isso, teria que se esforçar.

Saiba mais
Ele estudou assuntos que ainda não viu na escola para fazer o Enem, que tem conteúdos de todo o ensino médio. 

José Victor conta que passava uma média de 3 horas por dia resolvendo questões de provas anteriores do Enem.

“Passei o ano passado estudando para o Enem, além do conteúdo dado em sala de aula. 

Sem dúvida a técnica para estudar e armazenar o conhecimento foram decisivas para o meu desempenho. 

É preciso saber organizar o tempo e também se preparar para saber como será a prova no dia”, afirma.

A disciplina e o interesse pelo conhecimento surgiu em casa com o incentivo dos pais, que são professores da rede estadual de português e inglês. 

Eles ajudaram José Victor a se organizar.

“Procurei vídeo-aulas na internet, livros complementares e fui a algumas aulas do curso pré-vestibular da Secretaria de Estado da Educação (Seed) por fora, mesmo sem estar matriculado, como aluno assistente”, diz.

Também no ano passado, o estudante foi medalhista na Olimpíada Brasileira de Matemática de Escolas Públicas (Obemep)

Em ano eleitoral, gasto bate recorde e governo tem déficit fiscal inédito




Em 2014, foi registrado primeiro déficit nas contas do governo em 18 anos.
Neste ano, governo já anunciou alta de tributos e limitação de benefícios.

 



Alexandro Martello Do G1, em Brasília


CONTAS PÚBLICAS
Resultado primário no ano (em R$ bilhões)
1,887,5720,1620,9821,7331,5739,0849,3452,6748,7457,6571,4339,4378,7793,5288,2676,99-17,24200020052010-250255075100
Fonte: Tesouro Nacional
O governo bateu recorde de gastos em 2014 – ano marcado pelas eleições presidenciais – e, com isso, as contas públicas do ano passado tiveram o pior resultado de toda a série histórica do Tesouro Nacional.
Os dados divulgados nesta quinta-feira (29) mostram que as contas do governo registraram o primeiro déficit primário (receitas menos despesas, sem contar juros da dívida pública) em 18 anos, de R$ 17,24 bilhões, pelo conceito "acima da linha", utilizado pelo Tesouro.

Pelo cálculo por outra metodologia, conhecida como "abaixo da linha", usada pelo Banco Central e que serve de referência para as metas fiscais, o déficit foi maior ainda: R$ 20,2 bilhões em 2014. 

O novo secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive, declarou que o resultado do ano passado "não é bom".

Em 2013, as contas haviam registrado um superávit de R$ 76,99 bilhões, o equivalente a 1,6% do PIB. 

Até o momento, o pior resultado havia sido registrado em 1997 (superávit de R$ 1,8 bilhão, ou 0,2% do PIB).

Não é bom"
Marcelo Saintive, do Tesouro, sobre o resultado das contas
No ano passado, as contas públicas registraram forte deterioração devido ao aumento de gastos públicos, à ajuda para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e à queda real da arrecadação – resultado do fraco nível de atividade da economia e das desonerações de tributos anunciadas nos últimos anos pelo governo federal.

Meta fiscal.

No início de 2014, a equipe econômica informou que o objetivo para as contas de todo o setor público (governo, estados e municípios), em 2014, seria de um superávit de R$ 99 bilhões – o equivalente a 1,9% do PIB, o mesmo percentual registrado em 2013. 


Deste total, R$ 80,8 bilhões corresponderiam ao esforço que somente o governo central estaria buscando em 2014.

Em novembro de 2014, porém, com o fraco resultado das contas públicas, o governo enviou um projeto de lei ao Congresso Nacional para alterar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e abandonar a meta fiscal acertada no início do ano passado

O projeto, que admitia a possibilidade de haver até mesmo déficit primário em 2014 (como de fato aconteceu), foi fruto de debates intensos no Legislativo, mas acabou sendo aprovado pelos parlamentares.
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GASTOS DO GOVERNO
Gastos anuais, R$ bilhões
131,54147,24154,31173,78202,67232,33257,35302,71351,76401,97455,61497,9572,18700,32724,39804,96914,111.031,1200020052010010002505007501250
Fonte: Tesouro Nacional
Receitas, despesas e investimentos
De acordo com dados do governo federal, as receitas totais subiram 3,6% em todo ano passado, contra 2013, para R$ 1,22 trilhão. 


O crescimento das receitas foi de R$ 42,93 bilhões no último ano.

Ao mesmo tempo, as despesas totais cresceram 12,8% em 2014, ou seja, mais que o triplo da expansão das receitas, para R$ 1,03 trilhão. 

Neste caso, a elevação foi de R$ 116,99 bilhões em 2014. 

Os gastos somente de custeio, por sua vez, avançaram bem mais no ano passado: 18,2%, para R$ 222 bilhões.

Na proporção com o Produto Interno Bruto (PIB), ainda segundo números da Secretaria do Tesouro Nacional, os gastos públicos bateram recorde no ano passado – ao somarem 21,3% do PIB. 

Foi a primeira fez que as despesas do governo superaram a marca dos 20% do PIB. 

O recorde anterior havia sido registrado em 2013 (18,9% do PIB).

Já no caso dos investimentos, os gastos somaram R$ 77,53 bilhões no ano de 2014, informou o Tesouro Nacional, valor que representa um aumento de 22,6% frente a 2013 (R$ 63,22 bilhões).
Dividendos, concessões e CDE
Segundo o governo, as receitas de concessões recuaram fortemente no ano passado. 


De acordo com dados oficiais, somaram R$ 7,92 bilhões em 2014, em comparação com R$ 22,07 bilhões no ano anterior. 

A queda foi de R$ 14,15 bilhões. 

Os números da série histórica mostram que o resultado de 2014 não foi ruim, mas sim que o valor registrado em 2013 foi excepcional.

Ao mesmo tempo, o governo recolheu um pouco mais de dividendos das empresas estatais no ano passado. 

De acordo com o Tesouro Nacional, os dividendos pagos pelas empresas estatais ao Tesouro Nacional somaram R$ 18,93 bilhões em 2014, contra R$ 17,14 bilhões em 2013. 

O aumento foi de R$ 1,79 bilhão no último ano.

O governo informou ainda que subiram os pagamentos feitos à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) em 2014.

Segundo o governo, foram pagos R$ 9,2 bilhões para a CDE em 2014, em comparação com R$ 7,86 bilhões em 2013. 

Havia a previsão de um novo pagamento de R$ 9 bilhões em 2015, mas o governo já informou que não haverá mais esse repasse, o que encarecerá ainda mais a conta de energia neste ano.

Meta fiscal de 2015.

A nova equipe econômica já anunciou, no fim do ano passado, uma meta de superávit primário (economia feita para pagar juros da dívida pública) de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a R$ 66,3 bilhões para todo o setor público – que inclui também os estados, municípios e empresas estatais.


Desse montante, R$ 55,3 bilhões correspondem à meta para o governo e R$ 11 bilhões são uma estimativa para estados e municípios.

O fraco resultado de 2014, com um déficit primário da ordem de cerca de R$ 20 bilhões nas contas do governo, tormam mais difícil o ajuste das contas públicas neste ano – uma vez que o esforço terá de ser maior para atingir a meta pré-definida. 

Somente para as contas do governo, o ajuste fiscal será de cerca de R$ 75 bilhões.
 
Medidas já anunciadas.

Nos últimos meses, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já anunciou uma série de medidas para tentar reequilibrar as contas públicas. Entre elas estão a limitação de benefícios sociais, como seguro-desemprego, auxílio-doença, abono salarial e pensão por morte, que ainda têm de passar pelo crivo do Congresso Nacional.


Outra medida foi a alta do IPI para automóveis, no início deste ano, e o aumento de tributos sobre combustíveis, importados e operações de crédito. 

O governo também já confirmou que não haverá mais repasses do governo ao setor elétrico.

As medidas já anunciadas para 2015 já superam a marca dos R$ 50 bilhões de ajuste fiscal, segundo números oficiais divulgados pelo governo. 

Com a mudança dos benefícios sociais, o governo prevê um impacto de R$ 18 bilhões a menos em gastos, ao mesmo tempo em que a ausência dos repasses à CDE tem um impacto de R$ 9 bilhões.

Com o aumento do IPI de automóveis, a previsão é de aumentar a arrecadação em mais R$ 5 bilhões em 2015, enquanto que, com a alta da tributação sobre combustíveis, importados e crédito, estão previstos mais R$ 20 bilhões em arrecadação neste ano.

Analistas observam, porém, que a limitação de benefícios sociais, cuja previsão é de impacto de R$ 18 bilhões nas contas públicas neste ano, foi enviada ao Congresso Nacional por meio de Medidas Provisórias. 

Com isso, ainda têm de passar pelo crivo do Legislativo. 

As centrais sindicais pressionam contra as alterações.

Lava Jato assegura recuperação de R$ 500 milhões, diz Ministério Público

Força-tarefa bloqueou valor em contas e patrimônios dos envolvidos.
Acordos de cooperação com 12 países permitirão repatriação do dinheiro.

 

Camila Bomfim Da TV Globo, em Brasília
 
O  Ministério Público Federal (MPF) informou ter assegurado a recuperação de R$ 500 milhões desviados por investigados na Operação Lava Jato – a operação apura esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que movimentou cerca de R$ 10 bilhões e envolve desvios de recursos da Petrobras.

Para permitir a recuperação de dinheiro desviado, o MPF fechou acordos de cooperação internacional com 12 países, entre os quais Suíça, Estados Unidos e Holanda.

Os desvios milionários foram descritos, em detalhes em 12 delações premiadas no âmbito da Lava Jato. 

Segundo o procurador Douglas Fischer, coordenador da força-tarefa do Ministério Público que apura a participação de políticos em desvios na Petrobras, sem os colaboradores, a repatriação de uma cifra tão alta seria impossível.

“Certamente, sem essas delações, no modo como foram praticados os crimes, ou não se descobririam os fatos ou  certamente demoraríamos décadas pra descobrir. 


E aí nós teríamos o instituto da prescrição inviabilizando a punição dos responsáveis”, disse Fischer.

O procurador acrescentou, ainda, que trata-se de um valor histórico para o Brasil. 


“Poderíamos dizer, de forma bastante segura, que este valor é histórico de tudo que se apurou até hoje em recuperação de valores relacionados à prática de crimes”, afirmou.

O Ministério Público também rebateu críticas feitas ao acordo de delação premiada firmado com doleiro Alberto Youssef, apontado como chefe do esquema. 


Nesta terça (27), o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, afirmou que avalia contestar, no Supremo Tribunal Federal (STF), os termos do acordo de delação premiada do doleiro .

Segundo a força-tarefa, Youssef não receberá recompensa ou comissão. 

O acordo prevê redução da multa se ele apontar novos desvios que a investigação ainda não tenha conhecimento. 

De acordo com Douglas Fischer, o doleiro não está ganhando recompensa nem teve seu patrimônio blindado, como supõe a AGU.

“Ele não está ganhando. 


O colaborador em hipótese alguma está ganhando. 

Ele está perdendo, tanto é que já existe, até o momento, o bloqueio de pelo menos R$ 50 milhões do seu patrimônio, ou seja, não há possibilidade de prejuízo para a União ou para a Petrobras. 

Há uma garantia, sim, exatamente para a reparação do dano do crime que já foi praticado", completou.

Presidente da UTC quer ministro e deputados como testemunhas


Executivo apresentou defesa por denúncia na Operação Lava Jato.
Advogados pedem acesso a documentos e alegam cerceamento de defesa.


Do G1, em Brasília
 
O presidente da UTC, Ricardo Ribeiro Pessoa, que responde a ação penal por suspeita de participação no esquema investigado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, pediu nesta quarta-feira (28) que entre as suas testemunhas de defesa seja incluído o ministro Jaques Wagner (Defesa). 

Ele também quer que sejam ouvidos pela Justiça os deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Paulinho da Força (SD-SP).
O documento apresentado pela defesa de Pessoa não explica o motivo da escolha de cada testemunha. 

Ao todo, são 22 pessoas que a defesa pede para serem ouvidas. 

A Justiça ainda analisará o pedido para definir quem será testemunha.

Também foram incluídos no pedido da defesa o ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo, além dos deputados federais Jutahy Junior (PSDB-BA), Jorge Tadeu Mutalen (DEM-SP) e Arnaldo Jardim (PPS-SP). 

Os 22 nomes incluem pessoas com endereços de trabalho em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Lauro de Freitas, no interior da Bahia.

Ricardo Pessoa foi indiciado pela Polícia Federal em 12 de dezembro e dias depois se tornou réu na Justiça pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e fraudes em licitações públicas. 

Além dele, os executivos da UTC Ednaldo Alves da Silva e Walmir Pinheiro Santana também são apontados como responsáveis pelos crimes. 

Todos chegaram a ser detidos pela PF quando a sétima fase da operação foi deflagrada, em 14 de novembro.

A UTC, segundo a PF, é parte de um esquema de corrupção que envolvia, diversas empreiteiras do país, que celebravam contratos superfaturados com a Petrobras. 

De acordo com o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, as empresas formaram um cartel que definia quem venceria as licitações. 

Os dois foram detidos em março deste ano, quando houve a primeira fase da Lava Jato.

No documento de defesa apresentado nesta quarta, os advogados de Pessoa negam que o executivo tenha cometido crime de lavagem de dinheiro e afirmam que a denúncia de corrupção é “genérica” e” insuficiente”, por não dizer “como teriam sido feitas as ofertas e promessas” de entrega de dinheiro ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

“Se há, de fato, algo um pouco mais descrito na denúncia, seria sobre a forma como a suposta propina teria sido paga, o que, entretanto, restringe-se ao exaurimento do suposto crime, não sendo, pois suficiente para a imputação da oferta ou promessa de vantagem indevida”, diz a defesa.

O documento também pede acesso dos advogados de Ricardo Pessoa a conteúdos da ação penal e argumenta ter havido cerceamento da defesa no processo judicial devido ao fato de a Justiça não ter disponibilizado os depoimentos das delações premiadas da Operação Lava Jato.

“Provas amplamente utilizadas contra o denunciado são mantidas em sigilo sem que ele tenha a oportunidade de conhecê-las por inteiro e possa rebatê-las. 

Pior, obrigado a apresentar resposta à acusação e arrolar testemunhas, o denunciado permanece ignorante quanto aos depoimentos prestados em delação premiada enquanto o MPF tem acesso amplo a todos estes”, diz o documento.

Catadora que devolveu R$ 250 mil segue rotina dura e aguarda emprego


Jovem disse que recebeu promessa de trabalho ao entregar cheques.
Ela sonha em ter salário melhor para comprar a casa própria.

 

Do G1 Ribeirão e Franca
Ana devolveu R$ 250 mil em cheques doados ao Hospital de Câncer (Foto: Rodolfo Tiengo/G1)
A catadora de recicláveis Ana dos Santos Cruz, de 23 anos, completa nesta quinta-feira (29) quatro meses na cooperativa de material reciclável em que trabalha atualmente. 

Quase uma semana depois de devolver R$ 250 mil em cheques de doações encontrados no lixo ao Hospital de Câncer de Barretos (SP), ela ainda espera ser chamada para ser contratada pela unidade e mantém as esperanças de melhorar suas condições de vida.

Uma vaga de trabalho num dos principais centros médicos de tratamento oncológico do país foi a promessa, segundo ela, feita pela própria direção na última sexta-feira (23), como recompensa pelo ato de honestidade.

"Henrique Prata [diretor do hospital] falou que eu poderia trabalhar lá a qualquer hora que eu quisesse", diz ela.

O hospital, no entanto, não confirma se haverá ou não contratação.
Após promessa de novo emprego, Ana sonha em comprar casa própria (Foto: Rodolfo Tiengo/G1) (Foto: Rodolfo Tiengo/G1)Após promessa de novo emprego, Ana faz planos para o futuro (Foto: Rodolfo Tiengo/G1)
Rotina pesada


Encontrar os cheques de alto valor no meio do lixo e devolvê-los pessoalmente ao diretor do hospital, Henrique Prata, surgiu para Ana como uma chance de deixar uma rotina difícil.


A catadora, que cuida do filho de 3 anos sem a presença do marido, preso por tráfico de drogas, relata que chega a trabalhar dez horas por dia recolhendo materiais recicláveis em pontos de coleta da cidade.

"Eu ganho muito pouco e o serviço lá é muito pesado. Pra falar a verdade, é serviço de homem. 

As mulheres só entram ali quando precisam muito. 

Eu sou a única mulher que entrou jovem lá", afirma a catadora, que conta que começa seu trabalho às 8h e termina por volta das 18h diariamente.

Apesar do esforço, o dinheiro que ganha ainda não foi o suficiente para que tenha sua própria casa para morar com seu filho Maurício, de 3 anos, e recomeçar a vida com seu marido. 

Atualmente, Ana vive com os pais na mesma casa em que foi criada pela família desde quando nasceu, na periferia de Barretos. "Não tenho condições de pagar aluguel."
Ana devolveu os R$ 250 mil em cheques doados ao Hospital de Câncer de Barretos (Foto: Rodolfo Tiengo/G1) 
Ana devolveu R$ 250 mil em cheques doados ao Hospital de Câncer (Foto: Rodolfo Tiengo/G1)
 
 
A catadora afirma que, apesar da promessa que diz ter recebido, ainda não foi procurada pelo hospital e não tem ideia de que tipo de função pode vir a exercer na instituição.

"Acredito que as coisas vão melhorar bastante depois dessa honestidade que tive. 

Eu tenho sonho de ter minha própria casa, onde possa haver um quarto só para mim e outro só para  meu filho. 

Também quero construir uma casa para minha mãe, também penso nos sonhos dela", diz Ana.

Enquanto permanece na espera de conseguir um trabalho novo no hospital, ela já colhe os frutos pelo gesto através do reconhecimento dos moradores de Barretos. "Quando fui descer para o serviço, um moço veio me pedir autógrafo. 

No meu Facebook, também tem muita gente falando isso bastante."

Sonhos.

A casa própria é apenas um dos sonhos de Ana, que se diz motivada com a possibilidade de conseguir deixar a periferia com a família e ainda cursar uma faculdade.


Ana afirma que não conseguiu concluir o ensino médio porque desde jovem começou a trabalhar como babá, faxineira e garçonete, para ajudar a sustentar a família. "Eu sempre quis ser médica ou enfermeira. 

Quem sabe agora eu consigo?", planeja.

A catadora também espera que possa ajudar o marido a conseguir um emprego depois que ele deixar a penitenciária de Cerqueira César (SP), onde está preso há dois anos. "Ele fala que não é essa a vida que ele quer, está arrependido, chora muito. 

Agora, vai ter orgulho de mim pelo que fiz. Essa é a hora das oportunidades", afirma.

R$ 250 mil no lixo.

Ao sair do barracão da cooperativa para recolher papelão no Hospital de Câncer de Barretos no último dia 22, Ana não imaginava o que iria encontrar. 


Em meio ao lixo, um saco transparente com uma agenda e um envelope chamaram a atenção da catadora. 

Eram R$ 250 mil em cheques, que tinham sido doados ao HC.

À noite, o cunhado dela ligou para o hospital, informando que Ana gostaria de entregar o dinheiro pessoalmente ao diretor-geral da instituição, Henrique Prata. 

Ao ser informada de que Prata estava viajando, a catadora decidiu procurar um canal de TV local.

No dia seguinte, ela entregou o dinheiro nas mãos de Prata, oportunidade em que o diretor do hospital teria lhe oferecido um novo emprego dentro da instituição como recompensa pelo ato. "Jamais pensei em ficar com aqueles cheques. 

Os pacientes do hospital precisam muito mais do que eu", diz Ana.

Doações ao Hospital de Câncer

Em nota, o Hospital de Câncer de Barretos esclareceu que os cheques encontrados no lixo da unidade foram doados durante um leilão de gado em São José dos Quatro Marcos (MT). 


Segundo a instituição, as doações foram descartadas por erro de um funcionário, mas não esclareceu se o trabalhador receberá algum tipo de punição, ou se será aberta sindicância para investigar os fatos.

Questionado sobre a contratação de Ana, o hospital também não confirmou.

Catadora conta que divide o quarto com o filho na casa dos pais (Foto: Rodolfo Tiengo/G1)Catadora conta que divide o quarto com o filho na casa dos pais em Barretos (Foto: Rodolfo Tiengo/G1)
 

quarta-feira, janeiro 28, 2015

Desperdício de água tratada chega a 50% em algumas cidades do RS

Principais problemas são vazamentos, ligações clandestinas e redes antigas.
Média nacional chega a 37%, segundo o Ministério das Cidades.
 

Do G1 RS


A crise no abastecimento em parte do país chama a atenção para os números do desperdício de água tratada. 

A média nacional chega a 37%, segundo o Ministério das Cidades. 

No Rio Grande do Sul, o índice é ainda mais alarmante, chegando a 50% em algumas cidades, como mostra a reportagem do RBS Notícias, da RBS TV (veja o vídeo acima).

Em Pelotas, no sul do estado, é comum ver água potável jorrando nas ruas. 

Segundo o Sanep, que abastece o município, metade da água distribuída se perde no meio do caminho. 

Os principais problemas são vazamentos, ligações clandestinas e redes antigas.

"Hoje o Sanep não possui nenhuma capacidade de investimento. 

Ele simplesmente consegue manter sua estrutura, porque não sobra nenhum dinheiro no caixa para fazer isso", diz o diretor do Sanep, Jacques Reydmans.

O problema das redes antigas e das rachaduras se repete na Fronteira Oeste. 

Conforme a Odebrech, responsável pela distribuição de água em Uruguaiana, há cinco vazamentos na rede da cidade. 

A concessionária afirma que o desperdício atualmente também chega à metade de toda a água que é tratada, mas garante que está fazendo a troca gradativa da tubulação.


Em Passo Fundo, no Norte, há pelo menos onze vazamentos que são consertados todo dia. 

A taxa de desperdício da água tratada na cidade também é alta: chega a 46%, se considerar o volume consumido e não contabilizado pela Corsan. 

Parte da rede foi construída há quase 50 anos.

 O município tem capacidade para tratar 60 mil metros cúbicos de água por dia.

“Os 46% são preocupantes porque impactam no faturamento da companhia.

E nós estamos trabalhando incansavelmente para reduzir essas perdas a um patamar aceitável”, diz o superintendente adjunto regional da Corsan, Vlademir Rezende.

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