Força-tarefa bloqueou valor em contas e patrimônios dos envolvidos.
Acordos de cooperação com 12 países permitirão repatriação do dinheiro.
Para permitir a recuperação de dinheiro desviado, o MPF fechou acordos de cooperação internacional com 12 países, entre os quais Suíça, Estados Unidos e Holanda.
Os desvios milionários foram descritos, em detalhes em 12 delações premiadas no âmbito da Lava Jato.
Segundo o procurador Douglas Fischer, coordenador da força-tarefa do Ministério Público que apura a participação de políticos em desvios na Petrobras, sem os colaboradores, a repatriação de uma cifra tão alta seria impossível.
“Certamente, sem essas delações, no modo como foram praticados os crimes, ou não se descobririam os fatos ou certamente demoraríamos décadas pra descobrir.
E aí nós teríamos o instituto da prescrição inviabilizando a punição dos responsáveis”, disse Fischer.
O procurador acrescentou, ainda, que trata-se de um valor histórico para o Brasil.
“Poderíamos dizer, de forma bastante segura, que este valor é histórico de tudo que se apurou até hoje em recuperação de valores relacionados à prática de crimes”, afirmou.
O Ministério Público também rebateu críticas feitas ao acordo de delação premiada firmado com doleiro Alberto Youssef, apontado como chefe do esquema.
Nesta terça (27), o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, afirmou que avalia contestar, no Supremo Tribunal Federal (STF), os termos do acordo de delação premiada do doleiro .
Saiba mais
Segundo a força-tarefa, Youssef não receberá recompensa
ou comissão. O acordo prevê redução da multa se ele apontar novos desvios que a investigação ainda não tenha conhecimento.
De acordo com Douglas Fischer, o doleiro não está ganhando recompensa nem teve seu patrimônio blindado, como supõe a AGU.
“Ele não está ganhando.
O colaborador em hipótese alguma está ganhando.
Ele está perdendo, tanto é que já existe, até o momento, o bloqueio de pelo menos R$ 50 milhões do seu patrimônio, ou seja, não há possibilidade de prejuízo para a União ou para a Petrobras.
Há uma garantia, sim, exatamente para a reparação do dano do crime que já foi praticado", completou.
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