O tenente-coronel já foi responsável pela fiscalização do armamento no RJ e ES. Ele foi preso em flagrante na segunda-feira (22). O Comando Militar do Leste confirmou nesta quinta a investigação e prisão do militar.
Por Marco Antônio Martins, G1 Rio e TV Globo
No Rio, Exército investiga suspeita de desvio de armas da corporação.
A Justiça Militar converteu em preventiva a prisão temporária do tenente-coronel do Exército Alexandre de Almeida.
O oficial foi preso em flagrante na segunda-feira (22) de desvio de armas do Exército para clube de tiro no Espírito Santo.
O oficial foi preso em flagrante na segunda-feira (22) de desvio de armas do Exército para clube de tiro no Espírito Santo.
O tenente-coronel já foi responsável pela fiscalização do armamento no
Estado do Rio de Janeiro e também do Espírito Santo.
O militar já está na reserva.
O militar já está na reserva.
Alexandre de Almeida está preso no 1º Batalhão de Polícia do Exército,
na Tijuca, na Zona Norte do Rio.
A prisão foi confirmada pelo Comando Militar do Leste e pelo Centro de Comunicação Social do Exército nesta quinta-feira (25).
A prisão foi confirmada pelo Comando Militar do Leste e pelo Centro de Comunicação Social do Exército nesta quinta-feira (25).
Clube de tiro em Serra, no Espírito Santo — Foto: Reprodução/TV Globo.
Na audiência de custódia, a promotora Anna Beatriz Luz Podcameni, do
Ministério Público Militar pediu a prisão preventiva por entender que a
liberdade do oficial poderia comprometer o processo.
Entre os argumentos usados está a manutenção da hierarquia e disciplina
militares que ficariam ameaçados com a liberdade do oficial.
Busca e Apreensão.
A busca que apreendeu as armas faz parte de um Inquérito Policial
Militar (IPM) instaurado pelo Exército para apurar a suspeita de desvio
de armas no Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados (SFPC) da 1ª
Região Militar.
Sócio de empresa que recebeu armamento do exército acreditava que eram de colecionador, no ES — Foto: Reprodução/ TV Gazeta.
Militares fizeram uma busca no clube de tiro e apreenderam cinco armas
com a inscrição do Exército.
Eles investigam o possível desvio de outras armas para o clube.
Eles investigam o possível desvio de outras armas para o clube.
Leonardo Loureiro, sócio e irmão do dono do clube de tiro, disse que
armas foram negociadas diretamente com o tenente-coronel Alexandre de
Almeida, em três lotes.
Loureiro afirmou também que o oficial afirmou que essas armas
pertenciam a um colecionador, muito doente, e que a família quis se
desfazer da coleção.
A página do Exército na internet mostra que, em janeiro do ano passado,
o tenente-coronel Alexandre de Almeida foi homenageado pela
Confederação Brasileira de Tiro Esportivo "pelos relevantes serviços
prestados a atletas e praticantes de tiro esportivo".
Além da posse irregular de armas, há suspeitas de que o tenente-coronel
Almeida teria praticado o crime de peculato durante o período em que
chefiava o SFPC.
Armas no clube de tiro de Serra, no Espírito Santo — Foto: Reprodução/TV Globo.
Armas repassadas no Espírito Santo.
Segundo o jornal, as armas desviadas pelo tenente-coronel Almeida eram
repassadas para a Guerreiros Escola de Tiro e Comércio de Armas, na
cidade de Serra, no Espírito Santo.
A investigação começou a partir da aposentadoria de um coronel.
Ao passar para a reserva, ele entregou sua arma, uma pistola 9 milímetros, para o serviço de produtos controlados, comandado pelo tenente-coronel Almeida.
Ao passar para a reserva, ele entregou sua arma, uma pistola 9 milímetros, para o serviço de produtos controlados, comandado pelo tenente-coronel Almeida.
Em dezembro do ano passado, o oficial aposentado ficou sabendo que a
arma tinha sido desviada para o clube de tiro do Espírito Santo.
Golpe.
Sócio da Guerreiros Escola de Tiro e Comércio de Armas, Leonardo Souza,
disse em entrevista à TV Gazeta como a empresa adquiriu as armas e
alegou ter sido vítima de um golpe.
"A Guerreiros comprou essas armas legais, elas estão legalizadas e
documentadas.
São armas históricas, de coleção, a maioria delas não funciona.
Elas têm 50, 100, 200 anos.
Só 10% dessas armas funcionam."
São armas históricas, de coleção, a maioria delas não funciona.
Elas têm 50, 100, 200 anos.
Só 10% dessas armas funcionam."
Segundo o empresário, ele e a família conheceram o tenente-coronel durante fiscalizações na loja e se tornaram amigos dele.
Na venda das armas, Alexandre de Almeida se ofereceu para ser
intermediário na compra.
Elas foram compradas em três lotes, por R$ 90 mil, e parceladas em 12 vezes.
Elas foram compradas em três lotes, por R$ 90 mil, e parceladas em 12 vezes.
"Ele perguntou se a gente tinha interesse, e disse para ficar tranquilo
que ele faria todo o processo de registro.
E assim foi feito, as armas estão documentadas na empresa."
E assim foi feito, as armas estão documentadas na empresa."
A defesa do tenente-coronel disse que vai recorrer da decisão da
Justiça Militar.
De acordo com o advogado Ary Brandão de Oliveira, "Todos os fatos são negados pelo oficial.
A prisão não tem nenhum amparo e vamos fazer um recurso.
O militar não implica em nenhum risco às pessoas", disse.
De acordo com o advogado Ary Brandão de Oliveira, "Todos os fatos são negados pelo oficial.
A prisão não tem nenhum amparo e vamos fazer um recurso.
O militar não implica em nenhum risco às pessoas", disse.