Polícia Civil e Gaeco dizem que casal liderou esquema que desviou R$ 11 milhões dos cofres. Desde janeiro, 113 servidores já foram afastados e CPI apura destinação a campanhas políticas.
Por G1 Ribeirão Preto e Franca
Ex-assessor e ex-secretária da Prefeitura de Barretos são presos.
O marido da ex-secretária de Administração de Barretos (SP), Rafael
Soprano, foi preso na manhã desta quarta-feira (10) durante a Operação
Partilha, deflagrada pela Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial de
Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público.
A Justiça também expediu um mandado de prisão preventiva contra Adriana Nunes Ramos Soprano, que foi exonerada em janeiro, mas ela não foi encontrada e é considerada foragida.
Segundo o Gaeco e a Polícia Civil, o casal é suspeito de liderar um esquema de fraudes em holerites dos servidores municipais, que desviou ao menos R$ 11 milhões dos cofres públicos.
A Justiça decretou ainda o bloqueio de imóveis e contas bancárias do
casal.
Um veículo, duas pistolas, munições, documentos, computador e relógios de luxo foram apreendidos.
Um veículo, duas pistolas, munições, documentos, computador e relógios de luxo foram apreendidos.
A ex-secretária de Administração de Barretos Adriana Nunes Ramos Soprano e o marido, Rafael Soprano — Foto: Reprodução/EPTV.
As investigações apontaram que servidores foram convidados a participar
do esquema e, caso aceitassem, passavam a receber valores entre R$ 2
mil e R$ 11 mil mensalmente, incorporados aos salários.
Os funcionários então sacavam parte da quantia "extra", que era
entregue à ex-secretária.
O nome da operação, segundo o Gaeco e a Polícia Civil, remete à divisão dos valores recebidos pelos servidores.
O nome da operação, segundo o Gaeco e a Polícia Civil, remete à divisão dos valores recebidos pelos servidores.
A força-tarefa também descobriu que, durante as investigações, o casal
tentou se desfazer de parte do patrimônio obtido ilicitamente.
Por esse motivo, as equipes pediram à Justiça a prisão de ambos.
Por esse motivo, as equipes pediram à Justiça a prisão de ambos.
Holerite supostamente fraudado foi enviado a vereador de Barretos (SP) em novembro de 2018 — Foto: Divulgação.
Investigação.
O esquema foi descoberto após uma denúncia anônima ao vereador Carlos
Henrique dos Santos, o Carlão do Basquete (PROS), que hoje preside a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso.
Em janeiro, o prefeito Guilherme Ávila (PSDB) determinou o afastamento de 105 servidores
por envolvimento no caso.
Com o início da investigação interna, o número subiu para 113.
Ao menos R$ 11 milhões foram desviados.
Com o início da investigação interna, o número subiu para 113.
Ao menos R$ 11 milhões foram desviados.
A Prefeitura identificou que os holerites eram emitidos com os valores
maiores e os arquivos enviados ao banco.
Após os pagamentos serem efetivados, as quantias "extras" eram retiradas, uma a uma.
Após os pagamentos serem efetivados, as quantias "extras" eram retiradas, uma a uma.
A então secretária de Administração, Adriana Nunes Ramos Soprano,
também foi exonerada do cargo, apesar de nenhum pagamento irregular ter
sido identificado na conta bancária dela, segundo a administração.
A Prefeitura identificou que os holerites eram emitidos com valores corretos, mas os depósitos eram maiores.
Segundo o prefeito, 90% dos envolvidos recebiam cerca de R$ 11 mil a mais do que era devido.
Segundo o prefeito, 90% dos envolvidos recebiam cerca de R$ 11 mil a mais do que era devido.
A CPI instaurada na Câmara de Barretos também suspeita que o esquema beneficiou candidatos da região a deputado estadual e federal nas eleições no ano passado.
Relatórios analisados na CPI dos Holerites em Barretos — Foto: Câmara de Barretos/Divulgação.