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quarta-feira, abril 10, 2019

Marido de ex-secretária de Barretos, SP, é preso por suspeita de agir em fraude nos holerites




Polícia Civil e Gaeco dizem que casal liderou esquema que desviou R$ 11 milhões dos cofres. Desde janeiro, 113 servidores já foram afastados e CPI apura destinação a campanhas políticas.

 

 

Por G1 Ribeirão Preto e Franca

Ex-assessor e ex-secretária da Prefeitura de Barretos são presos
Ex-assessor e ex-secretária da Prefeitura de Barretos são presos.

O marido da ex-secretária de Administração de Barretos (SP), Rafael Soprano, foi preso na manhã desta quarta-feira (10) durante a Operação Partilha, deflagrada pela Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público. 

A Justiça também expediu um mandado de prisão preventiva contra Adriana Nunes Ramos Soprano, que foi exonerada em janeiro, mas ela não foi encontrada e é considerada foragida. 

Segundo o Gaeco e a Polícia Civil, o casal é suspeito de liderar um esquema de fraudes em holerites dos servidores municipais, que desviou ao menos R$ 11 milhões dos cofres públicos. 

A Justiça decretou ainda o bloqueio de imóveis e contas bancárias do casal. 


Um veículo, duas pistolas, munições, documentos, computador e relógios de luxo foram apreendidos.
A ex-secretária de Administração de Barretos Adriana Nunes Ramos Soprano e o marido, Rafael Soprano — Foto: Reprodução/EPTV A ex-secretária de Administração de Barretos Adriana Nunes Ramos Soprano e o marido, Rafael Soprano — Foto: Reprodução/EPTV.

As investigações apontaram que servidores foram convidados a participar do esquema e, caso aceitassem, passavam a receber valores entre R$ 2 mil e R$ 11 mil mensalmente, incorporados aos salários. 

Os funcionários então sacavam parte da quantia "extra", que era entregue à ex-secretária. 


O nome da operação, segundo o Gaeco e a Polícia Civil, remete à divisão dos valores recebidos pelos servidores. 

A força-tarefa também descobriu que, durante as investigações, o casal tentou se desfazer de parte do patrimônio obtido ilicitamente. 


Por esse motivo, as equipes pediram à Justiça a prisão de ambos.
Holerite supostamente fraudado foi enviado a vereador de Barretos (SP) em novembro de 2018 — Foto: Divulgação
Holerite supostamente fraudado foi enviado a vereador de Barretos (SP) em novembro de 2018 — Foto: Divulgação.

Investigação.

 

O esquema foi descoberto após uma denúncia anônima ao vereador Carlos Henrique dos Santos, o Carlão do Basquete (PROS), que hoje preside a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso.

 
Em janeiro, o prefeito Guilherme Ávila (PSDB) determinou o afastamento de 105 servidores por envolvimento no caso. 


Com o início da investigação interna, o número subiu para 113. 


Ao menos R$ 11 milhões foram desviados. 

A Prefeitura identificou que os holerites eram emitidos com os valores maiores e os arquivos enviados ao banco. 


Após os pagamentos serem efetivados, as quantias "extras" eram retiradas, uma a uma. 

A então secretária de Administração, Adriana Nunes Ramos Soprano, também foi exonerada do cargo, apesar de nenhum pagamento irregular ter sido identificado na conta bancária dela, segundo a administração. 

A Prefeitura identificou que os holerites eram emitidos com valores corretos, mas os depósitos eram maiores. 


Segundo o prefeito, 90% dos envolvidos recebiam cerca de R$ 11 mil a mais do que era devido. 

A CPI instaurada na Câmara de Barretos também suspeita que o esquema beneficiou candidatos da região a deputado estadual e federal nas eleições no ano passado.
Relatórios analisados na CPI dos Holerites em Barretos — Foto: Câmara de Barretos/Divulgação
Relatórios analisados na CPI dos Holerites em Barretos — Foto: Câmara de Barretos/Divulgação.

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