Em conversa com o pai de um menino de 10 anos, Anderson Miguel Soares da Conceição, suspeito pelo crime, explicou porque poupou a vida da criança e porque atirou na companheira, Roselene Gimenes Nunes.
Por Lucas Madureira, Bom Dia Rio.
Roselene Gimenes e Anderson Miguel, suspeito dos crimes — Foto: Reprodução.
É grave o estado de saúde da mulher ferida com um tiro pelo companheiro, na comunidade São João Engenho Novo, na Zona Norte do Rio.
O suspeito também atirou contra a enteada e o namorado dela que estavam na casa.
Os dois morreram na hora.
Após o crime, o suspeito mandou um áudio para o ex-marido da companheira dizendo por que não matou um menino de 10 anos que também estava no local.
De acordo com o relato de Anderson Miguel Soares da Conceição, de 31 anos, ele atirou em Roselene Gimenes Nunes, de 32 anos, "porque não aceitava cachorrada".
Ele se entregou a policiais militares que patrulhavam na Boulevard 28 de setembro.
A mulher foi atingida na cabeça e socorrida para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, onde está internada em estado grave.
Já Kamily Gimenes Silva, de 14 anos, morreu no local junto a um homem, identificado como Denilson.
Kamily Gimenes Silva e o namorado, ambos mortos — Foto: Reprodução.
O filho de Rosilene, de 10 anos, foi poupado do crime.
Anderson gravou um áudio para o pai da criança explicando o motivo de não o ter matado também.
"Vai até lá buscar teu filho, lá.
Acabei com a vida da mãe dele, da irmã dele e do outro cara lá, parceiro.
Tu não quer acreditar, não?
Eu só não fiz nada com ele porque ele é uma criança inocente, induzido, pegou a visão?
Só que eu não aceito cachorrada, essas safadezas.
Você acha que eu sou você?
Que ela ia fazer, que costumava fazer os outros de bobo?
Eu, não, mostrei que eu não sou.
Vai lá buscar teu filho, cara, dá um jeito de buscar teu filho", disse Anderson.
Anderson foi autuado em flagrante por dois homicídios e uma tentativa de feminicídio.
O relacionamento de Anderson e Roselene era marcado por brigas, ciúmes e até agressões físicas, de acordo com testemunhas.
A investigação da polícia aponta que ele suspeitava de uma traição entre Denilson e Roselene, e essa seria a causa do crime.
No Instituto Médico-Legal (IML) do Centro do Rio, o irmão de Rosilene, Ivan Lucas Nunes, destacou que Anderson "era muito neurótico e muito ciumento".
"Duas pessoas inocentes, que não tinham nada a ver com a briga de casais, maluquice de Anderson.
Eu acho que [as mortes] sejam por ciúmes.
Ele era muito neurótico, muito ciumento.
Ele usava muitas drogas também.
Ainda não sei como a gente vai fazer.
Espero que minha irmã saia dessa e, se Deus quiser, quando ela sair dessa, vamos dar todos os cuidados pra ela, todo o apoio da família", disse.
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