Segundo o advogado Davi Lira da Silva, não existe porte culposo de drogas no país.
Mulher pode ser condenada a vários anos de prisão, detenção perpétua ou pena de morte.
Por Sofia Mayer, g1 SC.
Começa julgamento de brasileira presa por tráfico de drogas na Indonésia.
A brasileira Manuela Vitória de Araújo Farias, presa em janeiro por tráfico de drogas na Indonésia, pediu, durante audiência desta terça-feira (30), desculpas às autoridades indonésias por "ofender o país".
A declaração da mulher foi durante a última audiência antes da sentença que vai definir a pena da jovem.
"Foi uma orientação da defesa.
Não existe porte culposo, ela tem que se desculpar, [...] independente se ela for considerada culpada ou inocente", informou o advogado Davi Lira da Silva, que representa a família dela no Brasil.
Quem for flagrado com drogas na Indonésia, em qualquer quantidade, pode ser sentenciado a vários anos de prisão, detenção perpétua ou pena de morte, segundo o Ministério das Relações Exteriores.
Na semana anterior, o Ministério Público da Indonésia pediu que a jovem seja condenada a 12 anos de prisão.
A sentença final deve ser proferida pelo colegiado de juízes em 8 de junho.
Conforme o advogado, a defesa está confiante, mas "com pés no chão".
Manuela, que partiu de Florianópolis para Bali com a cocaína apreendida na bagagem, em dezembro de 2022, segue presa.
O julgamento na Indonésia teve início em abril, dois meses após ela ser indiciada por tráfico.
A brasileira tem 19 anos e foi detida com aproximadamente 3 quilos de cocaína.
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Brasileira detida na Indonésia com cocaína — Foto: Arquivo de Relações Públicas da Polícia de Bali.
O que diz a defesa.
Segundo o advogado, Manuela foi usada como 'mula' para levar a droga ao país, além de ter sido enganada por uma organização criminosa de Santa Catarina, que prometeu férias e aulas de surfe.
A mulher foi indiciada por tráfico de drogas em 27 de janeiro.
Após ser presa, ela conseguiu contato com familiares após o auxílio da Embaixada do Brasil no país.
Manuela tem residência em Santa Catarina, estado onde vivia a mãe, e no Pará, onde o pai mora.
Conforme o advogado, ela atuava como autônoma, vendendo perfumes e lingeries no Brasil.
Manuela Vitória, de 19 anos, foi presa na Indonésia — Foto: Redes Sociais/ Reprodução.
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