Decisão diz ainda que ele não pode se aproximar de testemunhas e deve entregar passaporte.
Câmera de academia em SP registrou agressão.
Thiago Brennand viajou para Dubai no fim de semana, antes da denúncia do MP.
Por Carlos Henrique Dias, Esther Radelli, Patrícia Marques e Valmir Salaro, g1 SP e TV Globo
O empresário Thiago Brennand, de 42 anos, investigado pela polícia. — Foto: Reprodução/Instagram.
A Justiça determinou nesta sexta-feira (9) que o empresário Thiago Antonio Brennand Fernandes Vieira, de 42 anos, que agrediu uma mulher dentro de uma academia, em São Paulo (SP), volte ao Brasil em dez dias.
A decisão determina ainda que ele não pode frequentar estabelecimentos desportivos.
Além disso, o empresário não pode se aproximar de testemunhas e da vítima, e deve entregar o passaporte à Justiça.
Thiago, que viajou para Dubai horas antes da denúncia do Ministério Público no fim de semana, deverá comparecer mensalmente a estabelecimento jurídico para informar e justificar suas atividades, "bem como comparecer a todos os atos do processo, quando intimado, devendo informar seu endereço atualizado nos autos".
Segundo a decisão da juíza, ele está proibido de se aproximar a menos de 300 metros da vítima e de manter qualquer tipo de contato com ela.
Em caso de descumprimento das medidas cautelares impostas, a Justiça poderá decretar a prisão preventiva de Thiago.
A defesa do empresário alega que Thiago viajou para o exterior em voo de carreira e que ele tem data para retorno ao Brasil.
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Porto Feliz.
Polícia apreende armas em casa de empresário denunciado por agressões — Foto: Polícia Civil/Divulgação.
Também nesta sexta-feira (9), a Polícia Civil de São Paulo fez uma operação na casa dele, na Fazenda Boa Vista, em Porto Feliz (SP), onde apreendeu acessórios de armas.
Uma perícia irá apontar se os equipamentos são legalizados.
A Justiça em Porto Feliz ainda determinou, nesta tarde, o desarquivamento do inquérito policial que investigava as denúncias de uma mulher que disse ter sido estuprada e mantida em cárcere pelo empresário.
O relato dela foi mostrado pelo Fantástico.
A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público.
A vítima disse que foi obrigada a fazer uma tatuagem com as iniciais de Brennand.
Viagem.
Na noite de domingo (4), o Ministério Público de São Paulo denunciou Thiago Brennand por lesão corporal contra mulher e corrupção de menores.
O caso foi revelado pelo Fantástico.
Procurada pelo g1, a defesa alegou que Thiago viajou para o exterior em voo de carreira "sem que existisse qualquer restrição que o impedisse de se ausentar do país".
Os advogados afirmam que ele tem data de retorno ao Brasil "e está à disposição de autoridades".
Uma passagem emitida em nome de Thiago mostra que a viagem feita por ele, entre a madrugada de sábado e domingo, teve como destino Dubai.
O retorno deverá ser em outubro.
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Na denúncia oferecida à Justiça, o MP pediu a apreensão do passaporte dele e a obrigação de manter o endereço atualizado.
O promotor ainda representou que o investigado entregasse o documento no cartório da 6ª Vara Criminal.
Em caso de recusa, pediu que fosse expedido mandado de busca e apreensão.
O pedido não foi analisado pela Justiça a tempo.
Além disso, o promotor Bruno César Cruz de Assis argumentou que todas as agressões ocorreram na presença do filho de Thiago, menor de idade. Segundo o promotor, ele foi induzido pelo comportamento do pai nas ofensas às mulheres.
A juíza pediu para que a situação fosse encaminhada à promotoria de Justiça da Infância e Juventude da capital.
O MP entendeu que o denunciado cometeu a corrupção do adolescente, o induzindo a praticar os atos infracionais de injúria e ameaça.
A defesa de Thiago foi procurada e informou que se manifestará apenas nos autos do processo.
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O empresário Thiago Brennand, de 42 anos. — Foto: Reprodução/TV Globo
Investigação
O inquérito elaborado pelo 15º Distrito Policial havia sido encaminhado ao Ministério Público e à Justiça. Foram ouvidos o suspeito, a vítima agredida, testemunhas e professores da academia.
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Anteriormente, a defesa de Thiago Brennand havia dito que ele já prestou depoimento no inquérito, "apresentando todos os esclarecimentos para a plena compreensão dos fatos sob investigação".
"Diante disso, a nova equipe de defesa de Brennand considera absolutamente desnecessário o pedido de medida protetiva protocolado no início do caso. O trabalho da defesa se dará dentro das balizas do bom direito, da civilidade e do respeito à intimidade, integridade e dignidade de todas as partes e testemunhas", diz o texto assinado por Cavalcanti Sion Advogados.
Segundo os relatos, as agressões ocorreram no dia 3 de agosto, numa academia no bairro Itaim Bibi, em São Paulo.
À polícia, a vítima contou que é frequentadora da academia e que, desde que entrou, foi orientada por outras mulheres a se manter afastada do investigado. Na ocasião em que treinavam no mesmo horário, Thiago teria pegado o número de uma das mulheres e a convidado para sair. Com a recusa, ele teria passado a enviar mensagens ofensivas.
No dia da agressão investigada, o empresário foi em direção a ela e mandou que saísse da frente dele, o que foi recusado. Em seguida, Thiago teria a agarrado pelos braços e uma confusão começou.
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Outra vítima relatou à polícia que frequenta a academia e que, no dia das agressões, ouviu a outra mulher falando que “não sairia” com um homem, se referindo a Thiago.
Na sequência, a testemunha contou que saiu do aparelho e foi em direção à vítima. Ela afirma que presenciou o suspeito a agarrar pelos cabelos e cuspir por três vezes no rosto dela. Um jovem, apontado como filho de Thiago, chamou uma das mulheres de “puta e vagabunda”.
Uma segunda testemunha afirmou ter ouvido o investigado chamar a vítima de "fraca" e "pobre". Um dos professores de musculação disse que não viu a confusão, mas encontrou um tufo de cabelo no chão.
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O que diz o empresário
A defesa de Thiago apresentou à polícia a primeira defesa por meio de advogado. Nela, ele informou ser colecionador de armas legalmente cadastradas e registradas na Superintendência de Fiscalização de Produtos Controlados da 2ª Região Militar (SEPC/2). Em 23 de junho, o acervo teria passado por vistoria de rotina por militares.
Em nova defesa, Thiago afirmou que repudia a versão dada pela vítima. Ele contou à investigação que, no dia da confusão, estava na academia, quando se deparou com a vítima fazendo exercícios em “local inapropriado”.
Thiago Brennand Fernandes Vieira sem camisa e ao telefone em imagem publicada em rede social — Foto: Reprodução/TV Globo
Segundo ele, havia pedido que a professora da academia falasse com a vítima. Na sequência, a mulher retornou ao mesmo local e causado “uma situação de desconforto”.
Após passar por ela por três vezes, sem falar nada, ele conta que resolveu pedir que a vítima buscasse outro local para os exercícios. Thiago negou que tenha feito alguma provocação.
Ainda segundo o relato dele, a vítima gritou e o ofendeu, gesticulando com as mãos e dizendo que podia treinar onde quisesse, que o odiava e que “conhecia pessoas que podiam acabar com sua vida”.
Sobre o cuspe, o empresário acusa a vítima de tentar cuspir nele. De acordo com a declaração, ele “teve o impulso de cuspir de volta e empurrá-la para trás”.
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