Inmetro promete acabar com a "farra" nos postos de combustíveis (Foto: Montagem AutoPapo | Ernani Abrahão). |
Já ouviu falar em bomba baixa?
É artifício do dono malandro de posto para faturar desonestamente, fornecendo menos combustível do que o registrado na bomba e cobrado do freguês.
Golpistas tentam confundir os clientes e ‘empurrar’ produtos com preços superfaturados e que, muitas vezes, são desnecessários e podem danificar o veículo.
Dono impõe metas e pressiona funcionários por resultados.
Por Fantástico.
Fantástico mostra esquema de redes de postos de gasolina para enganar clientes.
A cena é comum: o motorista chega ao posto de combustível para abastecer, e o atendente pede para checar o carro.
Pneus, óleo, motor, água...
A boa manutenção é fundamental e ajuda a evitar acidentes, mas golpistas tentam confundir os clientes e “empurrar” produtos que, muitas vezes, são desnecessários e podem danificar o veículo.
Um esquema que envolve metas e pressão por resultados.
“Nós temos até sábado para fechar a meta, hein?
Não se esqueça.
Em último caso, no caso de não bater a meta, nós vamos trabalhar domingo.
Todo mundo.
A cobrança só vai aumentar.
Quem não está preparado, para a cobrança pode sair.
A empresa agradece”, diz o chefe em áudio para incentivar seus funcionários a baterem a meta da empresa.
No caso, a empresa é uma rede de postos de gasolina na região metropolitana de Porto Alegre, e a meta é enganar cada vez mais motoristas para vender produtos superfaturados e, muitas vezes, desnecessários.
Foi o que aconteceu com seu José ao ir a um posto de Cachoeirinha para abastecer R$ 50.
Alegando uma suposta fumaça que estaria saindo do motor, um funcionário pediu para abrir o capô.
Ele convenceu o aposentado de 73 anos a trocar o óleo.
A conta fechou em R$ 1,3 mil, incluindo produtos que seu José sequer autorizou, e com preços bem acima do mercado.
O frasco de um aditivo para óleo custou R$ 149, e a reportagem do Fantástico encontrou o mesmo produto por R$ 44 reais.
Ou seja, menos de um terço do valor.
A filha do seu José decidiu levar o pai à Delegacia do Consumidor.
“Acredito que nenhum colaborador faça isso sem autorização de um gestor, né?
De um proprietário”, disse Josiane Silva.
Na delegacia, Josiane descobriu que o dono do posto, Fabrício Corrêa Barros, é reincidente: tem mais sete ocorrências registradas de outros postos que pertencem a ele.
A primeira queixa contra um posto do empresário aconteceu em 2018, quando a jornalista Civa Silveira percebeu algo errado com a conta.
O posto chegou a ser fechado pelo Procon, mas segundo o diretor do Procon-POA, Wambert Di Lorenzo, só foi interditado “até que ele restituísse as vítimas em dobro do posto.
Depois que ele restituiu todas as vítimas, nós levantamos a interdição”.
No entanto, quatro anos depois o golpe não só continuou como também foi aperfeiçoado.
Os funcionários passaram a pedir que os clientes assinassem as notas fiscais para servir como mais uma garantia para o golpe.
Um ex-frentista, que trabalhou em um dos postos de Fabrício, explica que a cobrança do chefe vinha por meio de áudios compartilhados em grupos de WhatsApp.
Segundo ele, no grupo on-line, os antigos colegas comemoravam os “atendimentos” realizados e compartilhavam uma planilha com informações de quem vendeu mais aditivo.
Ele explica, também, como é feito o "golpe da fumacinha".
O Fantástico monitorou o movimento num dos postos de Fabrício, em Porto Alegre.
Nele, um carro foi colocado no setor de troca de óleo, e o atendimento durou uma hora e meia.
Localizado pela reportagem, o dono do veículo, seu Wolney, mostra a nota com o total cobrado pelo posto: mais de R$ 1,4 mil.
Esse tipo de golpe se repete em outros estados.
No Procon de São Paulo, por exemplo, foram dez queixas no ano passado e 14 só nos primeiros cinco meses deste ano.
Fabrício Corrêa Barros é dono de 25 postos, sendo 23 no Rio Grande do Sul e dois em Santa Catarina.
O Fantástico falou com ele por telefone.
Saiba mais assistindo à reportagem de Giovani Grizotti no vídeo cima – incluindo a manifestação da Ipiranga, a rede de distribuição de combustíveis que tem sua marca nos postos do empresário.
COMENTÁRIO:
"A boa manutenção é fundamental e ajuda a evitar acidentes, mas golpistas tentam confundir os clientes e “empurrar” produtos que, muitas vezes, são desnecessários e podem danificar o veículo.
Um esquema que envolve metas e pressão por resultados.
“Nós temos até sábado para fechar a meta, hein?
Não se esqueça.
Em último caso, no caso de não bater a meta, nós vamos trabalhar domingo.
Todo mundo.
A cobrança só vai aumentar.
Quem não está preparado, para a cobrança pode sair".
Patrão ensinando seus funcionários a roubar seus clientes !
Isso é o fim do mundo mesmo !
Valter Desiderio Barreto.
Barretos, São Paulo, 20 de junho de 2022.
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