Caso Dom e Bruno: 'Enquanto eles matam, levantamos mais vozes’ diz filha de Chico Mendes. |
A jornalista Monica Yanakiew, da Al Jazeera em inglês, acompanhou a equipe de Bruno e voluntários de várias aldeias por uma semana, em novembro, sobre indícios da pesca ilegal na região.
Na época, o indigenista pediu para não aparecer por causa das ameaças que sofria.
Por Fantástico
Bruno Pereira pediu que imagens de reportagem não fossem divulgadas por causa das ameaças.
Parte das provas da atuação criminosa, Bruno estava ajudando a recolher.
Em novembro do ano passado, Bruno Pereira descia o mesmo trecho do rio onde seria morto.
No barco, voluntários de várias aldeias.
Ele já havia deixado a Funai, numa licença sem vencimentos.
O trabalho era treinar os indígenas para patrulhar o território.
"O Bruno desde o começo avisou: 'Isso é um lugar perigoso, as pessoas aqui andam armadas.
Elas atacam.
Atacaram inclusive um posto da Funai'.
Tanto é assim que a gente ia acompanhando uma patrulha, uma patrulha indígena, a Univaja.
Estavam todos armados na hora de fazer a incursão dentro da floresta, procurando indícios de pesca ilegal", conta a jornalista Monica Yanakiew.
A jornalista Monica Yanakiew, da Al Jazeera em inglês, acompanhou a equipe por uma semana.
Sônia Bridi: o Bruno não aparece na sua reportagem.
Por quê?
Monica Yanakiew:
o Bruno pediu para não aparecer na reportagem, porque ele não é uma
pessoa querida lá, pelos infratores, pelos garimpeiros, pelos pescadores
ilegais.
E ele estava sendo ameaçado.
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A equipe da Al Jazeera registrou o momento em que os vigilantes se aproximaram do barco de Amarildo, o hoje assassino confesso de Bruno e Dom.
Dois meses antes de Bruno ser assassinado, a Univaja, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari, denunciou esse esquema para a Funai e para a Força Nacional baseada em Tabatinga.
O documento aponta Amarildo como o comandante de um esquema de seis pescadores ilegais que andavam armados com espingardas de caça calibre 16.
Em novembro do ano passado, o relatório da primeira missão do vigilantes já apontava a gravidade da situação.
Eles encontraram munição, material de caça e pesca e chegaram a apreender um pescador dentro da terra indígena.
Ele foi levado para a Funai, que o liberou em apenas 20 minutos.
O relatório dos vigilantes foi apresentado ao Ministério Público e Polícia Federal.
E a partir dele uma grande operação foi planejada.
Teria a participação também das Forças Armadas, Força Nacional, Ibama e Funai - para combater a rede de crimes no Vale do Javari.
A operação tinha até nome e data, no começo de março, mas toda a estrutura foi deslocada de última hora para outra operação, também importante: a de combate ao garimpo que contamina as águas do Rio Tapajós.
A operação do Vale do Javari foi então adiada, e ainda não aconteceu.
VEJA A REPORTAGEM NA ÍNTEGRA:
Ligação de pesca ilegal e tráfico de drogas na fronteira da Amazônia pode ajudar a responder quem mandou matar Bruno e Dom.
COMENTÁRIO:
"A equipe da Al Jazeera registrou o momento em que os vigilantes se aproximaram do barco de Amarildo, o hoje assassino confesso de Bruno e Dom.
Dois meses antes de Bruno ser assassinado, a Univaja, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari, denunciou esse esquema para a Funai e para a Força Nacional baseada em Tabatinga.
O documento aponta Amarildo como o comandante de um esquema de seis pescadores ilegais que andavam armados com espingardas de caça calibre 16.
Em novembro do ano passado, o relatório da primeira missão do vigilantes já apontava a gravidade da situação.
Eles encontraram munição, material de caça e pesca e chegaram a apreender um pescador dentro da terra indígena.
Ele foi levado para a Funai, que o liberou em apenas 20 minutos".
Tragédia anunciada, porque as autoridades brasileiras, não deram importância as denúncias da União dos Povos
Indígenas do Vale do Javari-Univaja.
Valter Desiderio Barreto.
Barretos, São Paulo, 20 de junho de 2022.
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