Comentarista de política da GloboNews e eterno repórter. Participa do Estúdio I, Em Ponto e Edição das 10h.
Caso foi descoberto pela CPI da Covid em mensagens trocadas por Marconny Albernaz, que depôs na comissão do Senado na quarta-feira (15).
Octavio Guedes: Marconny cobrava R$ 400 mil por vaga no governo Bolsonaro
A mamata não acabou.
No governo Bolsonaro, ela é tabelada.
A CPI da Covid descobriu que o lobista Marconny Albernaz Faria "vendeu" por R$ 400 mil a indicação de Márcio Roberto Teixeira Nunes para um cargo no Instituto Evandro Chagas, no Pará, órgão vinculado ao Ministério da Saúde.
Márcio fez os pagamentos para a empresa de Marconny, foi nomeado e acabou preso num escândalo de propinas que envolveu R$ 1,6 milhão.
O esquema funcionou assim: Marconny inicialmente pediu uma propina que chamou de "incentivo" no valor de R$ 25 mil.
Só para começar os trabalhos.
Inicialmente, Marconny tentou levar o nome de Márcio ao ex-ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta.
Não deu certo.
Mandetta vetou a indicação.
Marconny não desistiu, e a conta da propina começou a subir.
Ele passou a cobrar por encontros que tinha com outros ministros, inclusive os militares.
Até o nome do vice-presidente Hamilton Mourão ele usou para convencer Márcio a fazer os desembolsos.
Marconny Albernaz, apontado como lobista da Precisa, depôs à CPI na quarta (15) — Foto: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo
Quando todas as portas pareciam fechadas, Marconny escreveu: "Agora vai de cima pra baixo".
Foi quando entrou em cena Karina Kufa, advogada do presidente da República.
Para encontrar a advogada, Marconny cobrou um incentivo de R$ 40 mil, segundo mensagens trocadas por WhatsApp.
Marconny também avisou que se encontraria com o próprio presidente, mas a reunião não aconteceu.
Segundo o lobista, Bolsonaro tinha outra agenda, a posse de uma autoridade em Itaipu que Marconny diz ter indicado.
Marconny Albernaz fala sobre sua relação com Jair Renan Bolsonaro: 'Amizade'
A CPI já sabe que, além de Karina, Marconny tinha outras duas pontes com o governo: a família Bolsonaro (através do filho Jair Renan e da ex-mulher de Bolsonaro Ana Cristina Siqueira Valle) e um senador cujo nome não revelou.
"Não revelou, mas a CPI, com certeza, vai chegar a este nome", garante o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues.
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COMENTÁRIO:
"A CPI da Covid descobriu que o lobista Marconny Albernaz Faria "vendeu" por R$ 400 mil a indicação de Márcio Roberto Teixeira Nunes para um cargo no Instituto Evandro Chagas, no Pará, órgão vinculado ao Ministério da Saúde".
Corrupção em alto nível !
Valter Desiderio Barreto.
Barretos, São Paulo, 18 de setembro de 2021.
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