Família que iria visitar fazenda no sul do Pará morre em queda de avião em SP. |
Celso Silveira Mello Filho e família morreram nesta terça-feira, 14, em explosão de aeronave que voava de SP com destino ao PA, onde empresário atuava na educação e era dono de fazenda que foi alvo de flagrante por submeter trabalhadores a situações degradantes.
Por Gil Sóter, G1 PA — Belém
Maria Luiza Meneghel acompanha o esposo, o empresário Celso Silveira Mello Filho, em cerimônia na Câmera dos Vereadores de Piracicaba (SP). — Foto: Reprodução/EPTV.
O empresário Celso Silveira Mello Filho, morto no acidente de avião que vitimou outras seis pessoas nesta terça-feira (14), em Piracicaba (SP), mantinha negócios no Pará, para onde a aeronave se dirigia quando explodiu durante a queda.
Mello Filho fundou uma faculdade no interior do estado, e também era dono de fazendas, uma delas alvo de ação que flagrou 28 trabalhadores em condições degradantes.
Nas redes sociais, a prefeitura de Redenção, sul do Pará, lamentou a morte do empresário e prestou homenagem a Mello Filho.
Acidente aéreo mata sete pessoas em Piracicaba.
O bimotor modelo King Air B200, ano 2019, prefixo PS-CSM, saiu do Aeroporto Municipal Pedro Morganti e a queda aconteceu cerca de 15 segundos após a decolagem, em uma plantação de eucaliptos.
Segundo o Corpo de Bombeiros, no avião estavam Celso Silveira Mello Filho, 73 anos, sua esposa Maria Luiza Meneghel, 71 anos, e os três filhos do casal: Celso Meneghel Silveira Mello, 46 anos, Camila Meneghel Silveira Mello Zanforlin, 48 anos, e Fernando Meneghel Silveira Mello, 46 anos.
Também morreram o piloto Celso Elias Carloni, 39 anos, e o copiloto Giovani Dedini Gulo, 24 anos.
A aeronave envolvida no acidente era de propriedade da CSM Agropecuária, uma das empresas dirigidas por Celso Silveira Mello Filho.
A CSM, com sede em Piracicaba (SP), era proprietária da Fazenda Tarumã, instalada em Santa Maria das Barreiras, sul do Pará.
A Tarumã foi alvo de uma operação realizada em 2010 pelo grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Polícia Federal (PF), que encontrou 28 trabalhadores rurais vivendo em condições precárias.
Na fazenda, os 28 empregados tinham registro em carteira.
Mas trabalhavam em condições degradantes: bebiam água contaminada retirada de poço com detritos, usavam um buraco no chão como latrina, não tinham acesso a equipamento de proteção.
A casa onde eles dormiam estava em péssimas condições.
Mesmo assim, a fazenda descontava do salário dos peões valores pelo “aluguel” da moradia.
O que lhes foi cobrado indevidamente superava o montante de R$ 200 mil.
Após o flagrante dos auditores, os trabalhadores foram indenizados pelo tempo de serviço na fazenda.
Na época do flagrante, a fazenda Tarumã possuía 26 mil cabeças de gado espalhadas em um pasto de 20 mil hectares, e era uma das principais fornecedoras de carne para o Grupo JBS nas cidades de Redenção e Santana do Araguaia, ambas no sul do Pará.
Mellho Filho fundou faculdade particular no sul do Pará, na cidade de Redenção — Foto: Adriano Costa/TV Liberal.
Educador.
Em Redenção, sul do Pará, Mello Filho fundou a Faculdade de Ensino Superior da Amazônia Reunida (Fesar).
Em nota, a faculdade lamentou a morte de Celso e sua família, e declarou que ele foi “um visionário que contribuiu para a história de Redenção e região, participando de diversas formas para o desenvolvimento da nossa cidade”.
Pelas redes sociais, a prefeitura de Redenção também prestou homenagem a Mello Filho.
“É com grande pesar que a Prefeitura Municipal de redenção recebeu a notícia da morte do DR Celso Silveira Mello Filho e sua família.
Além de educador, foi também grande pecuarista que acreditava e investia em nossa região.
Em 2016, na Câmara Municipal de sua cidade, recebendo uma homenagem, declarou: ‘Sou um agricultor que também se apaixonou em ser educador’.
A família perde um entre querido e nossa cidade perde um visionário que amou redenção e enxergou um grande potencial em nossa cidade".
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