Banners


Create your own banner at mybannermaker.com!

sexta-feira, agosto 27, 2021

Desmatamento por mineração na Amazônia bate recorde em 2021; área devastada até agosto já supera todo o ano de 2020

 

Por Laís Modelli, G1

TI Munduruku, PA, está quase toda contaminada pelo mercúrio usado nos garimpos ilegais. Atividade desmata floresta e deixa crateras nos rios. — Foto: Marcos Amend/Greenpeace

TI Munduruku, PA, está quase toda contaminada pelo mercúrio usado nos garimpos ilegais. 

Atividade desmata floresta e deixa crateras nos rios. — Foto: Marcos Amend/Greenpeace

A mineração desmatou 102,42 km² na Amazônia entre 1º de janeiro e 13 de agosto, o equivalente a mais de 10,2 mil campos de futebol, segundo dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), reunidos pelo G1. 

A área já é maior que o registrado nos 12 meses de 2020, quando a atividade devastou 100,26 km².

O desmatamento causado por mineração na floresta amazônica no período analisado também é o maior em toda a série histórica do Deter/Inpe, iniciada em 2015:

  • 2021: 102,42 km²
  • 2020: 80,49 km²
  • 2019: 86,51 km²
  • 2018: 65,24 km²
  • 2017: 39,6 km²
  • 2016: 32,73 km²

Os dados do Inpe não fazem menção ao "garimpo" - extração de minérios predatória e ilegal, geralmente relacionada ao ouro e não à indústria - nem diferenciam a mineração legal (que tem autorização da Agencia Nacional de Mineração) da ilegal.

Dados reunidos pelo Instituto Socioambiental (ISA) alertam para crescimento do garimpo na região: os alertas de desmatamento causado por garimpo aumentaram 16% dentro de áreas protegidas da Amazônia entre agosto de 2020 e 2021. Fora dessas áreas, o aumento no período foi de 26%.

TI Sai Cinza, no Pará, tem sido uma das mais desmatadas por garimpo na Amazônia nos últimos anos. — Foto: Marcos Amend/Greenpeace

TI Sai Cinza, no Pará, tem sido uma das mais desmatadas por garimpo na Amazônia nos últimos anos. — Foto: Marcos Amend/Greenpeace

Para Antônio Oviedo, cientista ambiental e pesquisador do ISA, os fatores que explicam o aumento do garimpo são uma combinação entre falta de fiscalização do governo e os projetos de lei em discussão no Congresso que visam acabar com demarcação de terra indígena e liberar de mineração nesses território, como o PL 490 e o PL 191.

"A grande maioria dos alertas de garimpo está nas terras indígenas (22%) e unidades de Conservação (53%), e a fiscalização não está atuando ali. 
O aumento também é decorrente da expectativa de que o projeto de lei que visa abrir as TIs para a mineração seja aprovado, e aí esses criminosos apostam na política do fato consumado, ou seja, já estão lá explorando e acham que com a aprovação da lei eles serão legalizados", diz Oviedo.

Veja também:

O cientista ambiental alerta que o desmatamento por mineração e garimpo nos próximos meses deverão aumentar até o final do ano, uma vez que entramos no principal período que ocorrem os desmatamentos e incêndios na Amazônia.

"A partir de agosto, as chuvas diminuem e isso facilita as atividades de desmatamento e garimpo nas margens dos rios. 

A tendência é que esta degradação aumente ao longo dos próximos meses, entre (setembro a novembro", alerta Oviedo.

O G1 procurou o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) pedindo dados sobre fiscalização e aplicação de multas relacionadas ao garimpo e mineração legal e ilegal na Amazônia. Nenhum retornou o contato.

Líderes indígenas denunciam avanço do garimpo ilegal e ameaças

Líderes indígenas denunciam avanço do garimpo ilegal e ameaças.

Mês de maior devastação foi marcado por violência

Maio de 2021 foi o mês em que a mineração mais desmatou a Amazônia em toda a série histórica do Deter/Inpe, com 37,94 km² de desmatamento em um único mês. 

Na sequência aparece maio de 2019, com 34,47 km² devastados pela atividade.

Garimpeiros invadiram aldeia na TI Munduruku e queimaram casas de indígenas contra o garimpo no local, em 26 de maio. — Foto: Coletivo de audiovisual do povo Munduruku

Garimpeiros invadiram aldeia na TI Munduruku e queimaram casas de indígenas contra o garimpo no local, em 26 de maio. — Foto: Coletivo de audiovisual do povo Munduruku

Em maio, garimpeiros entraram em confronto com a Polícia Federal em Jacareacanga, no Pará, enquanto esta realizava a Operação Mundurukânia para conter o garimpo na terra indígena Munduruku. 

Os manifestantes pró-garimpo tentaram invadir a base da PF e depredar patrimônio da União, aeronaves e equipamentos policiais.

As aldeias foram cercadas e uma estrada foi interditada, impedindo o andamento da operação, que durou apenas dois dias. 

No mesmo dia em que os policiais federais interromperam a operação, os garimpeiros invadiram e incendiaram uma aldeia.

O município de Jacareacanga, aliás, é o segundo mais desmatado por mineração no Brasil este ano, com 17,92 km². 

Em primeiro lugar está Itaituba, com 44,26 km². 

Ambos ficam no Pará e estão distantes cerca de 300 km. 

COMENTÁRIO:


"Garimpeiros invadiram aldeia na TI Munduruku e queimaram casas de indígenas contra o garimpo no local, em 26 de maio. — Foto: Coletivo de audiovisual do povo Munduruku".

Os maiores depredadores do ecossistema, da natureza, e do meio ambiente do Brasil, são esses elementos chamados garimpeiros !

Porque além deles contaminarem os rios com metais pesados, como mercúrio, eles desmatam as florestas para exportarem madeiras de forma ilegal para compradores estrangeiros. 

As autoridades brasileiras já deveriam proibir esse tipo de atividade que só agride a natureza e o meio ambiente, e que só traz prejuízo para a nossa nação. 

Valter Desiderio Barreto.

Barretos, São Paulo, 27 de agosto de 2021.

Nenhum comentário:

Pastor Davi Passamani abriu novo local de culto em fevereiro após renunciar cargo em igreja depois de investigações de crimes sexuais Polícia Civil disse que prisão preventiva foi necessária porque pastor cometeu crimes usando cargo religioso.

Advogado alegou que prisão do pastor faz parte de ‘conspirações para destruir sua imagem’. Por Thauany Melo, g1 Goiás 07/04/2024 04h00.    P...