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terça-feira, dezembro 15, 2020

Witzel, pastor Everaldo e mais 11 são denunciados pelo MPF por corrupção e lavagem de dinheiro

Pastor Everaldo é preso em operação que afastou governador do Rio | Radio  Música Gospel

Pastor Everaldo é preso em operação que afastou governador do Rio.

O ex-secretário de Saúde Edmar Santos, empresários e advogados também estão entre os acusados. 

Os investigadores pedem uma indenização no valor mínimo de R$ 106,7 milhões, mais a condenação dos denunciados e a perda da função pública, em especial, para Witzel.

Por G1 Rio.

Foto de arquivo de 26 de março de 2020 do governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), no Palácio Guanabara, sede do governo estadual. — Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

Foto de arquivo de 26 de março de 2020 do governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), no Palácio Guanabara, sede do governo estadual. — Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, nesta terça-feira (15), o governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, o pastor Everaldo, o ex-secretário de Saúde do Rio Edmar Alves dos Santos, além de empresários e advogados, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

A denúncia foi encaminhada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e está ligada às investigações da 'Operação Kickback', na qual houve o cumprimento de dez mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva, na manhã desta terça-feira (15).

Entre os presos estava o advogado Wagner Bragança, suspeito de participar de um esquema de corrupção no Governo do Estado do Rio, quando o governador afastado Wilson Witzel ainda estava no cargo.

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Entre os pedidos feitos pelos investigadores do MPF estão a condenação dos denunciados, a perda da função pública, em especial, para Wilson Witzel, e uma indenização por danos morais no valor mínimo de R$ 106,7 milhões, o dobro do montante desviado e lavado pelos denunciados.

O que diz a denúncia.

Os procuradores concluíram que o governador afastado utilizou seu posto de chefe do poder executivo em pelo menos 11 oportunidades, entre 8 de julho de 2019 a 27 de março de 2020, para cometer atos ilícitos, segundo a denúncia.

As investigações apontam que Witzel solicitou, aceitou promessa e recebeu vantagens indevidas no valor de aproximadamente R$ 53 milhões. 

Em todas essas manobras, ele atuou ao lado do pastor Everaldo, de Edmar Santos e do empresário Edson da Silva Torres.

Segundo a denúncia, o grupo teve o auxílio dos advogados Wagner Bragança e Juliana Nunes Vieira Leite, além do operador financeiro Victor Hugo Amaral Cavalcante Barroso.

A propina foi paga pelo empresário José Mariano Soares de Moraes, com a intenção de obter facilidades no pagamento de valores inscritos em restos a pagar devidos pela Secretaria de Saúde à organização social Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus. 

Todos os envolvidos foram denunciados.

Como a TV Globo e o G1 noticiaram nesta terça, a Organização Social (OS) que atua no Rio de Janeiro e em Juiz de Fora recebeu cerca de R$ 280 milhões em dívidas inscritas em “restos a pagar” em troca de pagamento de propina de 13% sobre o valor quitado.

O valor daria prioridade à Organização Social no recebimento dos recursos, já que diante da difícil situação financeira em que se encontra o Estado do Rio de Janeiro, nem todas as dívidas poderiam ser quitadas.

De acordo com a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, que assina a denúncia, o grupo tentou ocultar os valores recebidos como propina.

“Por intermédio de organização criminosa, convertendo em ativos lícitos o produto de crimes de corrupção e distanciando o dinheiro de sua origem ilícita, mediante a simulação de contrato de advocacia entre o escritório Nogueira & Bragança Advogados Associados, de Wagner Bragança, e o Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus, de José Mariano Soares de Moraes”, disse a subprocuradora-geral da República na denúncia.

Esquema criminoso.

As investigações envolvendo o governador afastado do Rio de Janeiro tiveram início na Procuradoria da República no RJ e no Ministério Público estadual (MP/RJ). 

Por conta do foro privilegiado de Witzel junto ao STJ, as acusações foram enviadas à Procuradoria-Geral da República (PGR).

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Em seguida, o ex-secretário de Saúde do Rio Edmar Santos assinou acordo de delação premiada com o MPF e revelou um possível esquema no governo fluminense.

Com as novas investigações, foi deflagrada a Operação Tris in Idem, que culminou no afastamento temporário de Witzel do governo e a prisão preventiva de vários integrantes do Executivo estadual.

Governador afastado.

Além de afastar o governador Wilson Witzel, a Operação Tris in Idem também foi responsável pela prisão de nove pessoas -- entre elas, o Pastor Everaldo, presidente do PSC, e o ex-secretário Lucas Tristão.

Veja como funcionava o esquema de corrupção na saúde do Rio

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Na época da operação, o Ministério Público Federal afirmou ter encontrado diferentes formas de desvio. 

Uma delas era via o escritório de advocacia da primeira-dama.

O escritório, que não tinha nenhum outro funcionário, recebeu R$ 554 mil suspeitos de ser propina para Witzel entre 13 de agosto de 2019 a 19 de maio de 2020, segundo o MPF. 

Desse montante, R$ 74 mil foram repassados diretamente para o governador.

O governador afastado também responde a um processo de impeachment no Tribunal Especial Misto por suspeita de corrupção.

O que dizem os envolvidos.

Em nota divulgada nesta terça, Witzel diz "que jamais compactuou com qualquer tipo de irregularidade ou recebeu vantagem ilícita em razão do cargo, e que foi ele quem determinou aos órgãos de controle do Estado o máximo empenho na apuração de todas as denúncias".

"Witzel lamenta, mais uma vez, que o MPF siga norteando suas ações com base na mera palavra de delatores e criminosos confessos, que para se livrarem de seus crimes o estão acusando sem provas", acrescenta o texto.

Em contato com a TV Globo, a defesa de pastor Everaldo informou que somente tomou conhecimento da notícia nesta noite, por meio da imprensa, e não se pronunciará no momento.

Já a defesa de Edmar Alves dos Santos apenas disse que não vai se pronunciar. 

 

COMENTÁRIO:

 
"O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, nesta terça-feira (15), o governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, o pastor Everaldo, o ex-secretário de Saúde do Rio Edmar Alves dos Santos, além de empresários e advogados, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro".

 

Quadrilha de ladrões dos cofres públicos estaduais do Rio de Janeiro formada por pastor evangélico, ex-juiz federal, empresários, advogados, e secretário de saúde estadual.

Só gente da alta elite do Rio de Janeiro. 

 

Valter Desiderio Barreto.

 

Barretos, São Paulo, 15 de dezembro de 2020.

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