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Especializada em temas internacionais, foi repórter, correspondente e editora de Mundo em 'O Globo'
Governo americano programa aplicação de pena de morte a cinco presos em penitenciárias federais antes da posse de Biden.
G1
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Manifestantes fazem protesto contra pena de morte em foto de arquivo, de janeiro de 2007, com cartaz que diz "parem as execuções!" em frente à Suprema Corte dos EUA em Washington. — Foto: Jason Reed/Reuters.
Nos dias finais no comando da Casa Branca, Donald Trump acelera o ritmo das execuções federais, autorizando a morte de cinco presidiários até a posse de Joe Biden, enquanto analisa também o perdão presidencial a parentes e ex-colaboradores.
Se tudo correr como o planejado pelo Departamento de Justiça, ele solidifica seu legado como o presidente americano com o maior número de execuções nos últimos 130 anos.
Em seis meses, Trump terá mandado 13 presos para o corredor da morte, após um intervalo de 17 anos sem execuções em penitenciárias federais.
Este número equivale a 25% dos condenados à pena capital e reforça as especulações sobre a pressa em que ocorre, durante a transição para um governo que se mostra contrário à prática.
O procurador-geral William Barr atribuiu a retomada das execuções, em julho de 2019, à necessidade de “fazer justiça às vítimas dos crimes mais horríveis”.
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Condenada por matar grávida e roubar bebê será primeira mulher executada por governo dos EUA em quase 70 anos. |
Entre os cinco programados para serem executados a partir desta quinta-feira até a posse de Biden, está Lisa Montgomery, que seria a primeira mulher a ser executada em 70 anos.
Ela foi condenada por estrangular uma mulher grávida em 2004 e remover o bebê de seu corpo com uma faca.
A criança sobreviveu e foi resgatada.
Sua defesa alega que Lisa tem uma doença mental grave e foi vítima de estupro e incesto na infância.
A execução ocorreria até o dia 31, após ter um pedido de indulto negado pelo governo.
Porém, os advogados se infectaram com o novo coronavírus e a sentença foi remarcada para o dia 12 de janeiro, oito dias antes de Biden ser empossado.
Dos cinco, quatro são negros, num indício de discriminação racial nas condenações à morte.
Com 40 anos, o texano Brandon Bernard é o mais jovem, sentenciado à execução em 1999 por sequestrar e matar o casal Todd e Stacie Bagley, quando tinha 18 anos.
Ativistas alegam que cinco dos nove jurados que o condenaram se arrependeram.
Entre os defensores está Kim Kardashian, empresária e estrela de um reality show, que pediu a seus 67,7 milhões de seguidores que apoiassem a campanha para impedir a sua execução.
Numa carta aberta divulgada pelo grupo Fair and Just Prosecution, um grupo de 90 policiais, procuradores e xerifes pede às autoridades federais que interrompam as cinco execuções federais, sob o argumento de que a transição incerta e o ressurgimento da pandemia podem minar a confiança no sistema de justiça criminal e corroer a segurança pública.
A pena de morte é legalizada em 29 estados e no governo federal.
Em seu comunicado, o grupo alega que a longa experiência do país sobre o tema fracassou:
“Este presidente pode dar o exemplo, convertendo as sentenças de morte pendentes em sentenças de prisão perpétua sem a oportunidade de liberdade condicional.”
Opinião semelhante foi manifestada pelo diretor do Centro de Informações sobre Pena de Morte, Robert Durham, em entrevista à Associated Press, que classifica a lista de execuções como uma aberração histórica:
“É difícil entender por que alguém, nesta fase da presidência, se sente compelido a matar todas essas pessoas - especialmente quando o povo americano votou em outra pessoa para substituí-la e essa pessoa disse que se opõe à pena de morte.”
No último século, nenhum prisioneiro federal foi executado durante a transição de poder.
Mas este governo está aí para romper tradições e quebrar parâmetros.
A corrida contra o tempo para levar adiante a aplicação da pena capital para criminosos é concomitante à temporada de perdões presidenciais para privilegiados.
COMENTÁRIO:
“É difícil entender por que alguém, nesta fase da presidência, se sente compelido a matar todas essas pessoas - especialmente quando o povo americano votou em outra pessoa para substituí-la e essa pessoa disse que se opõe à pena de morte.”
Sem entrar na questão do mérito, o Trump quer se vingar dos americanos que não são simpáticos a pena de morte.
Valter Desiderio Barreto.
Barretos, São Paulo, 09 de dezembro de 2020.
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