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quinta-feira, junho 25, 2020

Gêmeos cearenses separados no nascimento se encontram 23 anos depois em Uberlândia


Adotados por famílias diferentes, eles já tinham se falado virtualmente este mês, mas o primeiro abraço foi dado no aeroporto de Uberlândia na noite passada. No próximo domingo (28), o Fantástico traz a cobertura completa do encontro dos dois irmãos.

Por Mariana Dias e Roberta Souza, G1 Triângulo e Alto Paranaíba e G1 CE
Gêmeos cearenses no primeiro abraço após 23 anos, no saguão do aeroporto de Uberlândia (MG) — Foto: Carol Polato/Arquivo pessoal
Gêmeos cearenses no primeiro abraço após 23 anos, no saguão do aeroporto de Uberlândia (MG) — Foto: Carol Polato/Arquivo pessoal.

"Eu não consigo explicar a sensação. 


A sensação do abraço. 


O abraço do irmão que eu até então só tinha tido contato na barriga", disse emocionado Tomaz Maranhão após encontrar o gêmeo Gabriel Ferreira na noite desta quinta-feira (25) pela primeira vez em 23 anos e comemorarem o aniversário juntos. 

  • No próximo domingo (28), o Fantástico traz a cobertura completa do encontro dos dois irmãos.


Nascidos em uma família pobre no Ceará, os dois foram adotados por pais diferentes e viveram sem notícias um do outro até este ano, quando Tomaz localizou Gabriel por meio de uma fotografia. 


O primeiro encontro virtual ocorreu em junho. 

Mas o primeiro abraço só ocorreu por volta da 0h desta quinta, no aeroporto de Uberlândia (MG), onde Tomaz, que mora em Fortaleza, desembarcou minutos antes. 


Era uma surpresa – Gabriel, que mora na cidade mineira vizinha, Uberaba, não sabia que receberia primeira visita do irmão gêmeo, justamente no dia do aniversário deles, comemorado neste dia 25 de junho. 

"Foi algo mesmo imensurável a troca de energias que aconteceu naquele momento, mas foi lindo e está sendo lindo", acrescentou Tomaz Maranhão.

A viagem e o encontro.

 

Sobre a viagem , Tomaz contou que saiu de Fortaleza às 14h50 e fez duas escalas, sendo uma em Recife (PE) e outra em Campinas (SP). 


Depois, seguiu para Uberlândia (MG). 


Para ele, este último apesar de ter tido um tempo menor, foi o que mais durou. 

"O voo que mais demorou foi de Campinas pra Uberlândia porque acho que a ficha estava caindo quando eu estava a 30 minutos do meu irmão. 


O último voo durou uma hora, mas pareceu uma eternidade, não via a hora de o avião descer", contou. 

Quando o avião pousou, Tomaz contou que não entrou de imediato no saguão de espera, ficou na pista de pouso e foi abordado por um senhor que chegou perto dele, começou a conversar e ele comentou o que estava acontecendo. 


"Eu estava nervoso, aí o senhor começou a falar muitas coisas pra mim, que o encontro seria muito lindo. 


Em seguida entrei no saguão e a primeira pessoa que vi foi a Carol [esposa de Gabriel]. 


O meu irmão Gabriel estava de costas porque ele estava conversando com um amigo dele", relatou.
Surpresa para reencontro de irmãos gêmeos nascidos no Ceará ocorreu no aeroporto de Uberlândia — Foto:  Carol Polato/Arquivo pessoal
Surpresa para reencontro de irmãos gêmeos nascidos no Ceará ocorreu no aeroporto de Uberlândia — Foto: Carol Polato/Arquivo pessoal.

Foi então que Tomaz contou como foi a "armação da surpresa". 


"Este amigo levou ele pra lá dizendo pra ele que estava indo pra fotografar uma pessoa que estava chegando de viagem. 


Só que ele não sabia que esta pessoa era eu. 


Só sabia que ele tinha de fazer um freelancer. 


Aí quando cheguei, o Gabriel estava de costas e não percebeu a minha chegada. 


Aí a Carol perguntou pra ele: 'Gabriel, quem é esta pessoa atrás de você?'. 


Foi quando ele virou e não me reconheceu de imediato, ficou alguns segundos sem entender. 


Só depois caiu a ficha e a gente se abraçou", lembrou emocionado. 

Depois, Tomaz e Gabriel pegaram estrada e foram para Uberaba, cidade a 100 Km de distância. 

"Viemos pra casa e a gente já até ganhou roupas iguais.


Roupas de dormir iguais.


E está sendo bem incrível!", concluiu.
Gêmeos idênticos não se conheciam se encontram pela primeira vez desde o nascimento, em conversa virtual — Foto: Arquivo pessoal
Gêmeos idênticos não se conheciam se encontram pela primeira vez desde o nascimento, em conversa virtual — Foto: Arquivo pessoal.
 

História.

 

Em 25 junho de 1997, a cearense Liduina deu à luz gêmeos idênticos mas não tinha condições de criá-los. 


Moradores da comunidade do bairro Padre Andrade, na periferia de Fortaleza, ela e o companheiro, pai dos dois meninos, tomaram então a difícil decisão de entregá-los para adoção poucos dias após o nascimento. 

Tomaz foi adotado por uma família no Ceará; Gabriel, adotado por uma família em Minas Gerais. 


"A gente cresceu sabendo que era adotado e que tinha um irmão gêmeo", afirmou Tomaz. 

A pista principal para unir os irmãos partiu de uma fotografia – coincidentemente, ambos atuam como fotógrafos. 


Aos 16 anos, Tomaz, adotado por Socorro Maranhão, foi apresentado a sua mãe biológica, e dela ganhou a imagem que se indicaria um caminho importante. 

“Nos encontramos na minha casa.


Foi bem forte pra mim, pois foi a primeira vez em que eu vi alguém tão parecido comigo.


Ganhei dela dois presentes: o nome e a foto do aniversário de um ano do meu irmão, que ela recebeu da pessoa que o levou.


Ela foi muito importante nessa busca, por me dar nome e rosto de quem estava com ele".

Ao longo dos anos, inúmeras foram as vezes em que Tomaz – que trabalha como assessor da coordenação geral do Museu da Fotografia de Fortaleza – recorreu às redes sociais para procurar o irmão, mas não teve sucesso em nenhuma delas. 

Até que, em 1º de junho de 2020, ele teve um estalo: atrás da fotografia que Liduina havia lhe dado, havia o nome da mãe adotiva de Gabriel. 


E foi a partir daí que ele resolveu reiniciar as buscas no Facebook. 


Em menos de 30 minutos, localizou o perfil de Vanda, após filtrar por cidade e identificação nominal. 

“Meu coração parecia saltar do peito, eu suava, até que vendo as fotos dessa senhora, me encontrei, me vi numa imagem com um senhor, do lado de um fusca.


Eu entrei em pânico, pois não acreditava que aquilo estava acontecendo e que eu era tão parecido com ele.


E ele comigo”, relata Tomaz.

O contato com a família adotiva do irmão se deu por intermédio de uma policial civil, Nivia, que falou com a mãe adotiva do irmão. 

Gabriel – que não tinha nenhuma pista do irmão até esta data – ficou sabendo que havia sido encontrado por Tomaz por meio de uma ligação da mãe adotiva durante o expediente. 

“Para mim, foi um grande choque, tive que me sentar e parar para raciocinar o que estava acontecendo.


Minha cabeça ficou a um milhão e eu não conseguia acreditar nisso.


Entrei em contato com ele pelo Facebook, e fomos para o WhatsApp”, relata Gabriel.
Gêmeos separados dias após o nascimento se conhecem pela primeira vez em encontro virtual — Foto: Arquivo pessoal
Gêmeos separados dias após o nascimento se conhecem pela primeira vez em encontro virtual — Foto: Arquivo pessoal.

Paixão comum pela fotografia.

 

A paixão comum pela fotografia foi uma das melhores descobertas. 
“Meu choque foi maior quando vi a foto dele vestido com roupa social e câmera pendurada no pescoço.


Não acreditei, e me choco até hoje.


Foi ali que realmente vi que a fotografia não estava à toa na minha vida”, detalha Tomaz.

Trabalhar com a imagem foi um escape de uma época complicada da vida de Gabriel, na qual surgiram vários questionamentos, além de alguns problemas financeiros. 


Nesse período, ele chegou a desenvolver uma marca própria para trabalhar em eventos, casamentos e fotografia de casais. 

Hoje, a fotografia é mais um hobby – ele concilia um emprego numa farmácia com alguns cursos na área automotiva. 

Já Tomaz começou a fotografar quando estava no ensino médio, e desde então fez disso seu objetivo profissional. 

Esperança.

 

O reencontro dos dois com a mãe biológica, Liduina, por videochamada, também já aconteceu. 

“Fiquei muito feliz em poder estar vendo quem me gerou e conhecer a minha raiz. 


Pedi que ela sentisse paz em seu coração, pois o ato de nos entregar para a adoção foi heroico e mostrou que realmente queria nos ver bem e com saúde, como o sentimento de qualquer mãe que ama seus filhos”, reconheceu Gabriel sobre a videoconferência com Liduina. 

Em meio à atual crise provocada pela pandemia de Covid-19, ele acredita que o irmão o ajudou a tornar este ano o melhor de toda a vida. 

“Este aniversário será inesquecível para mim, pois foi o maior e melhor presente que eu poderia receber”, concluiu.
Foto de Gabriel quando criança foi uma das pistas na busca pelo irmão gêmeo — Foto: Arquivo pessoal
Foto de Gabriel quando criança foi uma das pistas na busca pelo irmão gêmeo — Foto: Arquivo pessoal. 


COMENTÁRIO: 


História muito bonita, mas eu gostaria de fazer um apelo as autoridades do nosso país, que apesar, do ato de doação de filhos por pais desprovidos de qualquer condição financeira para criá-los, e educá-los tem como objetivo principal proteger a criança que está sendo adotada por quem tem a princípio, condições de cuidar dessa criança, meu apelo é que se tratando de adoção de irmãos gêmeos, que seja criada uma lei determinando que adoção de irmãos gêmeos, só deve acontecer com candidatos que desejam adotar os dois juntos, para que ambos cresçam, e se desenvolvam juntos, para não acontecer o que aconteceu comigo e meu irmão gêmeo que também fomos criados separados por famílias diferentes, e depois que nos conhecemos depois de 17 anos separados, não nos adaptamos um ao outro, conforme já falei na primeira matéria sobre o encontro desses dois irmãos gêmeos.


Valter Desiderio Barreto.


Barretos, São Paulo, 25 de junho de 2020.

 

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