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segunda-feira, abril 27, 2020

Procuradora diz que Bolsonaro violou a Constituição ao determinar revogação de portarias sobre armas


g1.globo.com

 

Portarias, assinadas pelo Exército, facilitavam rastreamento de armas e munição. Agora, Procuradoria da República vai decidir se abrirá procedimento para investigar a conduta do presidente.

MPF diz que Bolsonaro violou Constituição ao determinar revogação de portarias sobre armas
MPF diz que Bolsonaro violou Constituição ao determinar revogação de portarias sobre armas.
 Procuradora diz que Bolsonaro violou a Constituição ao determinar ...
A procuradora da República Raquel Branquinho afirmou em ofício que o presidente Jair Bolsonaro violou a Constituição ao determinar ao Exército a revogação de portarias que facilitavam o rastreamento de armas e munição. 

Branquinho elaborou um ofício que tramita dentro da procuradoria e agora o órgão vai decidir se abrirá um procedimento para investigar a conduta do presidente. 


O pedido de abertura de investigação foi revelado pelo jornal "O Estado de S.Paulo". 


A TV globo também teve acesso ao documento. 

 MPF aponta interferência de Bolsonaro no Exército
Caso a procuradoria acione a Justiça, Bolsonaro poderá até responder por improbidade administrativa. 

As portarias de que tratam o ofício foram publicadas pelo Exército. 


No dia 17 de abril, o presidente escreveu numa rede social que havia determinado a revogação dos textos. 


Para a procuradora, há elementos que apontam interferência de Bolsonaro em atos exclusivos do Exército. 

“Ao assim agir, ou seja, ao impedir a edição de normas compatíveis ao ordenamento constitucional e que são necessárias para o exercício da atividade desempenhada pelo comando do Exército, o sr. 


presidente da República viola a Constituição Federal, na medida em que impede a proteção eficiente de um bem relevante e imprescindível aos cidadãos brasileiros, que é a segurança pública", escreveu a procuradora. 

Os textos estabeleciam maior controle sobre as armas e munição, mas Bolsonaro alegou que iam contra as propostas que ele apresenta desde a campanha eleitoral. 

Para Raquel Branquinho, o episódio representa uma situação extremamente grave e tem o potencial de agravar a crise de segurança pública no país. 


Isso porque, diz a procuradora, não restam dúvidas de que, pela legislação, compete ao Comando Logístico do Exército Brasileiro a fiscalização de produtos controlados, como armas e munições. 

Segundo a procuradora, nessa questão, não há espaço para voluntarismo por parte do presidente, ainda que a medida seja pautada por "bons propósitos". 

“Os poderes regulamentadores do presidente da República existem e se fundamentam na Constituição da República e na lei, não havendo espaços, assim, para ideias e atitudes voluntaristas, ainda que pautadas em bons propósitos", escreveu. 

Na avaliação de Branquinho, a flexibilização das regras pode favorecer o crime organizado. 

“É fato público e notório que a ausência de condições de controle, rastreabilidade e identificação de armas e munições importadas sob a finalidade de atividades esportivas e de colecionador, dentre outras finalidades, em determinadas situações, escondem verdadeiras organizações criminosas que praticam o contrabando de armamentos e munições e abastecem milícias e outras facções criminosas. 


A cidade do Rio de Janeiro é a face mais visível dessa ausência de efetivo controle no ingresso de armamento no país”, afirmou. 


COMENTÁRIO:


Se um presidente da República não respeita e não obedece as leis de seu país, como exigir que os demais infratores respeitem e obedeçam ? 


Valter Desiderio Barreto.


Barretos, São Paulo, 27 de abril de 2020.

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