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quinta-feira, fevereiro 06, 2020

Morte médico chinês que tentou alertar sobre surto de coronavírus é anunciada; hospital nega


g1.globo.com

Organização Mundial da Saúde (OMS) lamentou a morte do oftalmologista. "Precisamos celebrar o trabalho que ele fez", disse o diretor executivo Mike Ryan.

Li Wenliang — Foto: Divulgação
Li Wenliang — Foto: Divulgação.


A morte do médico chinês Li Wenliang, oftalmologista do Hospital Central de Wuhan, foi anunciada nesta quinta-feira (6) durante reunião da Organização Mundial da Saúde (OMS). 


A informação também foi divulgada pelo veículo estatal chinês CGTN em seu perfil em inglês no Twitter. 

Entretanto, mais tarde em um post na rede social Weibo, o hospital anunciou que ele está internado na UTI. 


Ao lamentar a morte, o diretor executivo da OMS, Mike Ryan, não chegou a informar a fonte da informação. 

Li Wenliang é apontado como um dos primeiros a identificar a existência do surto do novo coronavírus e alertar as autoridades. 


O médico de 34 anos foi um dos oito médicos que a polícia chinesa investigou sob acusação de "espalhar boatos" relacionados ao surto. 


Ele é casado e tem uma filha de cinco anos. 

Estamos muito tristes com a morte do doutor Li Wenliang", disse Mike Ryan, diretor executivo da OMS.


"Precisamos celebrar o trabalho que ele fez no surto de 2019-nCoV."

Em 30 de dezembro, o médico enviou uma mensagem para colegas alertando sobre um possível surto de doença respiratória com sintomas semelhantes aos da Síndrome Respiratória Aguda Grave, (SARs-CoV), que matou mais de 700 pessoas no início dos anos 2000.

O doutor Li Wenliang recomendou aos companheiros de trabalho que usassem equipamentos de segurança para evitar a infecção. 


O médico fez o alerta após perceber que, naquele fim de ano, o hospital no qual trabalhava já tinha recebido sete casos de infecção com sintomas graves. 

Junto com os colegas, ele foi convocado pela polícia e foi forçado a assinar uma carta na qual prometiam não divulgar informações sobre a doença. 

Infectado durante consulta.

 

Acredita-se que o médico tenha sido contaminado no início do ano enquanto tratava uma paciente infectada. 


Li Wenliang contou, em seu perfil de uma rede social, que em 10 de janeiro começou a tossir, no dia seguinte passou a ter febre e, dois dias depois, foi para o hospital. 


Seus pais também ficaram doentes e foram internados. 

O médico contou que os primeiros exames deram negativo para coronavírus. 


Mas, em 30 de janeiro, ele postou novamente dizendo que um teste mais específico identificou o vírus: "Hoje, o teste de ácido nucleico voltou com um resultado positivo. 


A poeira baixou, finalmente fui diagnosticado". 

No fim de janeiro, o médico publicou em uma rede social chinesa um pedido de desculpas do governo chinês, que admitiu falha na resposta à epidemia do novo coronavírus.
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