Por Andréia Sadi
O deputado Felipe Francischini (PSL-PR), presidente da CCJ, durante
sessão do colegiado — Foto: Will Shutter/Câmara dos Deputados.
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara,
deputado Felipe Francischini (PSL-PR), disse ao blog nesta quarta-feira
(6) que "independentemente" do resultado do julgamento no Supremo
Tribunal Federal (STF) ele vai pautar na comissão discussão a respeito da possibilidade de prisão logo após condenação em segunda instância.
O STF retomará nesta quinta-feira (7) o
julgamento sobre a validade de prisão após condenação em segunda
instância.
Desde 2016, o STF entende que é possível determinar a execução da pena após a condenação pela segunda instância da Justiça, mas ações no tribunal visam mudar o entendimento.
Desde 2016, o STF entende que é possível determinar a execução da pena após a condenação pela segunda instância da Justiça, mas ações no tribunal visam mudar o entendimento.
O julgamento sobre o tema começou em 17 de outubro e sete ministros já
votaram: 4 a favor, e 3 contra a prisão.
Ainda precisam votar os ministros Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Dias Toffoli.
Ainda precisam votar os ministros Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Dias Toffoli.
Felipe Francischini afirmou que quer pautar a discussão do tema ainda este ano, e que está costurando isso com parlamentares.
"Independentemente do STF, do resultado, vou pautar.
Até porque é importante constar no texto constitucional", declarou o parlamentar.
Às vésperas da retomada do tema no STF, em meados de outubro, o assunto
voltou à pauta da CCJ da Câmara.
A deputada Caroline De Toni (PSL-SC), relatora da proposta de emenda à Constituição (PEC) que permite a prisão após condenação em segunda instância, apresentou parecer favorável à admissibilidade do texto.
A deputada Caroline De Toni (PSL-SC), relatora da proposta de emenda à Constituição (PEC) que permite a prisão após condenação em segunda instância, apresentou parecer favorável à admissibilidade do texto.
A discussão foi suspensa porque a oposição pediu vista (mais tempo para
analisar o texto) e ainda não foi retomada.
Franceschini disse acreditar que há maioria pelo relatório da deputada Caroline.
Franceschini disse acreditar que há maioria pelo relatório da deputada Caroline.
Para Franceschini discutir o tema na CCJ não gera choque com o STF,
mesmo se houver mudança de entendimento da Corte nesta quinta.
"Acredito que não [não haverá choque].
Conversei com alguns ministros, e eles me disseram que respeitam o parlamento, são poderes independentes", afirmou.
"Acredito que não [não haverá choque].
Conversei com alguns ministros, e eles me disseram que respeitam o parlamento, são poderes independentes", afirmou.
A ideia do grupo de Franceschini com a alteração constitucional é
evitar mudanças de entendimento a depender da composição dos integrantes
do STF.
A intenção do presidente da CCJ vai encontrar resistência na cúpula da Câmara.
O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já afirmou que não queria enfrentamento com o STF, e tem repetido isso a aliados.
Líderes de diversos partidos são contra tocar no tema após decisão do STF.
O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já afirmou que não queria enfrentamento com o STF, e tem repetido isso a aliados.
Líderes de diversos partidos são contra tocar no tema após decisão do STF.
Na avaliação de Maia, houve 10 meses para fazer o debate no Congresso,
sem entrar em conflito com outros poderes, mas optou-se por fazer na
véspera do julgamento do STF.
Para Maia, o tema não será prioridade no Legislativo após decisão do STF.
Para Maia, o tema não será prioridade no Legislativo após decisão do STF.
No Senado, integrantes da CCJ discutem também como avançar na proposta que discute a prisão após a segunda instância.
Senadores ouvidos pelo blog afirmam que está em costura uma proposta
alternativa para convencer o presidente da Casa, Davi Alcolumbre
(DEM-AP), a pautar o debate, já que acham difícil ele levar ao plenário
um relatório defendendo a prisão após segunda instância.
O que senadores articulam é uma emenda na proposta em discussão na CCJ
do Senado que permita a prisão após a terceira instância - tese também
levantada no STF.
Dessa forma, com um meio termo, avaliam ser possível pautar a votação
na CCJ ainda em novembro - e fazer a proposta andar no plenário.
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