O corpo do chefe do grupo extremista Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi,
foi atirado no mar por militares americanos após ele ter cometido
suicídio durante uma operação no fim de semana em seu esconderijo na
Síria, informaram fontes do Pentágono à AFP nesta segunda-feira (28).
Um oficial do Pentágono, que pediu para não ser identificado, confirmou
que o corpo foi jogado no mar, em um procedimento que visa evitar que
uma eventual tumba se torne um local de peregrinação para seus
seguidores.
Não foram dados detalhes sobre onde e quando o corpo foi lançado ao
mar, mas foi feita uma comparação com o destino dado ao corpo do então
líder da rede al-Qaeda, Ossama bin Laden, após ter sido morto em 2011 em
uma operação das forças especiais americanas.
Os restos de Baghdadi "foram tratados de forma apropriada", disse o general Mark Milley, chefe do estado-maior conjunto.
Os Estados Unidos levavam anos procurando o dirigente do EI, que semeou
o terror em um imenso território entre o Iraque e a Síria, e recebeu
informações sobre sua presença em uma casa na região de Idlib, no
noroeste da Síria, "onde vivia de forma permanente", acrescentou o
general.
Segundo Milley, o autoproclamado califa do EI detonou o cinturão de
explosivos que vestia ao ser encurralado em um túnel com três de seus
filhos.
Seus restos foram em seguida "transportados a um lugar seguro para
confirmar sua identidade, graças a um exame de DNA", acrescentou.
Milley destacou que nenhum militar dos EUA se feriu durante a operação, apesar de serem recebidos a tiros.
"Sua morte é um golpe devastador para o que restava" do EI, destacou o secretário americano da Defesa, Mark Esper.
Segundo Esper, a operação foi realizada por cerca de 100 membros das
forças especiais - transportados por helicópteros - em um complexo rural
na região síria de Idlib, em uma missão coordenada com Rússia, curdos,
turquia e o regime de Bashar al Assad.
"Executaram a operação, em todas as suas facetas, de maneira brilhante", destacou Esper.
Milley informou que "dois homens adultos foram capturados vivos" no
local e "estão sob nossa custódia em uma instalação segura".
Antes da operação, Al-Baghdadi teve sua identidade confirmada por um
agente das forças curdas que roubou uma cueca do líder do Estado
Islâmico.
"Um dos nossos agentes foi capaz de chegar à casa onde se escondia
Al-Bagdadi (...), conseguiu se aproximar dele e pegou uma de suas roupas
íntimas para a realização de um teste de DNA e verificar 100%" sua
identidade, revelou Polat Can, alto assessor das Forças Democráticas
Sírias (FDS), controlada pelos curdos.
"Nossa fonte de inteligência esteve envolvida no envio das coordenadas
(...) e participou da operação até o último minuto para que obtivesse
sucesso".
Nenhum comentário:
Postar um comentário