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Indicado para procurador-geral da República foi sabatinado por em comissão do Senado. Ele afirmou que, se aprovado pelo Senado, vai rever portarias assinadas pela antecessora Raquel Dodge
O subprocurador Augusto Aras durante sabatina na Comissão de
Constituição e Justiça do Senado — Foto: Pedro França/Agência Senado.
Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para chefiar a Procuradoria Geral da República (PGR), o subprocurador-geral Augusto Aras
afirmou nesta quarta-feira (25) que a ex-procuradora-geral Raquel Dodge
assinou uma série de portarias antes de deixar o cargo, no último dia
17, que, segundo ele, limitarão o poder de quem assumir o comando do
órgão.
Aras fez a afirmação durante sabatina na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado.
Ele disse que fará uma revisão das portarias administrativas assinadas por Dodge antes de deixar o cargo.
Ele disse que fará uma revisão das portarias administrativas assinadas por Dodge antes de deixar o cargo.
O G1 procurou a assessoria da PGR e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem.
De acordo com Aras, as portarias assinadas por Dodge no final do
mandato “exoneraram a elite da PGR” mas também serviram para manter nos
cargos “pessoas que eram da confiança da ex-PGR”.
Apesar das críticas à gestão de Dodge, Aras afirmou que tem "respeito" pela pessoa da ex-procuradora.
Apesar das críticas à gestão de Dodge, Aras afirmou que tem "respeito" pela pessoa da ex-procuradora.
“Distribuíram as pessoas mais amigas da PGR por órgãos que mantivessem o poder da PGR bem definido. Outras portarias limitaram o poder do futuro PGR.
Outras portarias administrativas proveram cargos para serem ocupados na gestão do futuro PGR, ou seja, inovou-se de tal forma que a ex-PGR queria simplesmente que o futuro PGR não gerisse nada, simplesmente recebesse um título e a gestão se fizesse nos termos da vontade da Sua Excelência", afirmou Aras.
Aras criticou ainda a criação de uma Ordem das Camélias por Dodge.
Em maio deste ano, a ex-procuradora-geral da República inaugurou o Jardim das Camélias, que, de acordo com o site do Ministério Público Federal, homenageou os 131 anos da abolição da escravatura no Brasil.
Em maio deste ano, a ex-procuradora-geral da República inaugurou o Jardim das Camélias, que, de acordo com o site do Ministério Público Federal, homenageou os 131 anos da abolição da escravatura no Brasil.
Na oportunidade, Dodge anunciou que lançaria a Ordem das Camélias para
homenagear quem, “no âmbito do MPF”, se dedica à causa da liberdade e da
dignidade da pessoa.
"Eu me pergunto até que ponto o MPF pode criar uma Ordem das Camélias, com que finalidade, com que intenção?
Isso faz parte do corporativismo que eu vim combater", completou o sabatinado.
Aras afirmou ainda que o Ministério Público Federal é hoje uma
“instituição com muitos sigilos, com muitos segredos” e que pretende
abrir esses segredos “doa a quem doer”.
“Não posso admitir que um pequeno grupo corporativo por 16 anos tenha
estabelecido quem pode exercer, pode gozar dos poderes”, disse Aras.
Augusto Aras é sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
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