Ministra, que antecedeu Toffoli no comando do STF, criticou decisão do
Supremo que censurou reportagem publicada na revista eletrônica
"Crusoé"; veto a conteúdo jornalístico foi revogado nesta quinta pelo
ministro Alexandre de Moraes
Ao GLOBO, a ministra – que costuma dizer que “o cala boca já morreu" quando questionada sobre a liberdade de noticiar da imprensa – se associou às palavras de Celso de Mello e disse que “toda censura é incompatível com a democracia”, até mesmo a decretada pelo seu colega de Corte, o ministro Alexandre de Moraes.
– Concordo com o que ele (Celso de Mello) falou.
Aliás, como sempre falei, toda censura é mordaça e toda mordaça é incompatível com a democracia.
Foi muito bom o decano ter falado sobre isso.
Ele tem um compromisso enorme com estes princípios (liberdade de expressão e de imprensa) – disse Cármen.
Em comunicado divulgado nesta quinta, Celso de Mello afirmou que a censura imposta pelo Supremo aos sites é "prática ilegítima e intolerável".
Para o decano, no Estado Democrático de Direito "não há lugar possível para o exercício do poder estatal de veto (...) à transmissão de informações e ao livre desempenho da atividade jornalística".
Relator do inquérito aberto pelo presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, para investigar ataques aos integrantes do tribunal, o ministro Alexandre de Moraes determinou aos sites a retirada do ar da reportagem que reproduzia a explicação dada pelo empreiteiro Marcelo Odebrecht em um inquérito da Lava-Jato sobre um e-mail em que Dias Toffoli era tratado pelo codinome “O amigo do amigo do meu pai”.
Agora, que a questão voltou ao debate público, não poderia
ser diferente.
Por isso, ela considera importante a declaração do
decano.
Um outro ministro, ouvido pelo GLOBO, também endossou a nota de
Celso Mello, mas preferiu não participar das discussões publicamente.
Pelo menos não neste momento.
– Tenho absoluta certeza de que, se há algo que preservei (durante a gestão dela à frente do STF), foi a
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