Zuleide Silva também entregou 25 mil santinhos em dobradinha com Marcelo Álvaro Antônio que não foram declarados à Justiça; ministro do Turismo voltou a negar as irregularidades.
Zuleide de Oliveira acusa ministro de chamá-la para ser convidada laranja — Foto: Reprodução/EPTV.
Por G1 Sul de Minas
Candidata a deputada estadual por Minas Gerais nas eleições de 2018, Zuleide Aparecida Oliveira (PSL) confirmou, em depoimento ao Ministério Público (MPF) nesta segunda-feira (22), ter sido chamada para atuar como laranja pelo ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que era presidente do partido no estado durante a campanha.
Procurado pelo G1, ele voltou a negar as supostas irregularidades e afirmou que aguarda a conclusão das investigações.
Zuleide esteve na sede da Procuradoria da República de Pouso Alegre, no
Sul de Minas, e entregou materiais de campanha enviados pelo partido.
Dentre os itens, que segundo o MPF não foram declarados à Justiça, estão 25 mil santinhos de propaganda, em dobradinha com Álvaro Antônio, que foi o deputado federal mais votado em Minas Gerais.
Dentre os itens, que segundo o MPF não foram declarados à Justiça, estão 25 mil santinhos de propaganda, em dobradinha com Álvaro Antônio, que foi o deputado federal mais votado em Minas Gerais.
Além disso, foram entregues adesivos de apoio ao então candidato do PSL
à Presidência da República, Jair Bolsonaro, ao lado do atual ministro
do Turismo.
Agora, conforme o MPF, o material deve ser encaminhado para análise de prestação de contas do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MG).
Agora, conforme o MPF, o material deve ser encaminhado para análise de prestação de contas do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MG).
Ainda segundo o Ministério, os gastos com a campanha da candidata não
foram registrados pelas divisões do PSL estadual e nacional.
A intenção do MPF é apurar supostas irregularidades.
A intenção do MPF é apurar supostas irregularidades.
Candidata laranja.
A suspeita é de que Zuleide tenha atuado como candidata laranja, ou
seja, de fachada.
Ela teria sido chamada pelo PSL sem a intenção de concorrer de fato.
Nesse tipo de candidatura, os objetivos podem ser irregulares, como desviar dinheiro do Fundo Eleitoral ou cumprir a regra de destinar ao menos 30% de dinheiro desse fundo a candidatas mulheres.
Ela teria sido chamada pelo PSL sem a intenção de concorrer de fato.
Nesse tipo de candidatura, os objetivos podem ser irregulares, como desviar dinheiro do Fundo Eleitoral ou cumprir a regra de destinar ao menos 30% de dinheiro desse fundo a candidatas mulheres.
Zuleide já tinha sido ouvida pela Polícia Federal no dia 19 de março.
Durante o depoimento, ela contou que encontrou Marcelo Álvaro Antônio no ano passado em Belo Horizonte (MG) e que ele fez a proposta de que saísse candidata a deputada estadual.
Durante o depoimento, ela contou que encontrou Marcelo Álvaro Antônio no ano passado em Belo Horizonte (MG) e que ele fez a proposta de que saísse candidata a deputada estadual.
Segundo ela, caso fosse entrasse na disputa, receberia R$ 60 mil do
fundo partidário, mas só ficaria com R$ 15 mil para a campanha.
Na época, o ministro negou irregularidades e disse que a candidata "mente descaradamente".
Na época, o ministro negou irregularidades e disse que a candidata "mente descaradamente".
Outras candidatas do PSL mineiro são investigadas pela Polícia Federal e
pelo Ministério Público por suspeita de candidatura laranja nas últimas
eleições.
As investigações apuram a denúncia de que o dinheiro enviado às candidatas teria sido devolvido a assessores do ministro Marcelo Álvaro Antônio.
As investigações apuram a denúncia de que o dinheiro enviado às candidatas teria sido devolvido a assessores do ministro Marcelo Álvaro Antônio.
Denúncia.
Zuleide Aparecida Oliveira enviou, em 19 de setembro de 2018, um e-mail
ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais no qual citou o atual
ministro do Turismo e contou ter sido induzida pelo PSL a ser candidata.
Na mensagem, ela contou que, depois de assinar documentos, não teve mais o respaldo de Marcelo Álvaro Antônio.
Na mensagem, ela contou que, depois de assinar documentos, não teve mais o respaldo de Marcelo Álvaro Antônio.
Na época, o TRE confirmou o recebimento do e-mail e informou que o procedimento correto seria denunciar ao Ministério Público Eleitoral.
O caso veio à público em uma reportagem publicada pelo jornal "Folha de São Paulo" em dia 7 de março.
Após a repercussão, o Ministério Público Eleitoral afirmou que
"considerando os indícios de irregularidades na prestação de contas de
Zuleide Aparecida de Oliveira, que não foram declarados à Justiça
Eleitoral os santinhos mostrados na reportagem da ‘Folha de S.Paulo’,
determinou a instauração de procedimento preparatório eleitoral”.
O que diz o ministro.
Em nota enviada ao G1, o ministro comentou o caso.
Veja a nota na íntegra:
Veja a nota na íntegra:
"Reitero
que não houve qualquer candidatura laranja no PSL de Minas Gerais e que
o partido seguiu rigorosamente o que determina a lei.
Já apresentei ao Ministério Público provas de que tudo o que vem me atingido nos últimos dois meses é resultado de uma disputa política local.
Sigo confiante no trabalho da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça, onde as investigações estão em curso e sigo no aguardo da conclusão das investigações confiante de que a verdade prevalecerá".
Já apresentei ao Ministério Público provas de que tudo o que vem me atingido nos últimos dois meses é resultado de uma disputa política local.
Sigo confiante no trabalho da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça, onde as investigações estão em curso e sigo no aguardo da conclusão das investigações confiante de que a verdade prevalecerá".
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