Adriana Maria Moreira Borges afirma que recusou R$ 100 mil do fundo partidário porque só poderia gastar R$ 10 mil e devolver o restante em nove cheques em branco.
Por G1
Investigada por desvio de dinheiro diz ter sido aliciada por ministro do Turismo.
Uma candidata a deputada federal pelo PSL de Minas Gerais afirma ter
recebido, de um então assessor do hoje ministro do Turismo, Marcelo
Álvaro Antônio, uma proposta para repassar a outros candidatos R$ 90 mil
dos R$ 100 mil que receberia para fazer campanha em 2018.
A candidatura é uma das 7 do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro,
em Minas Gerais investigadas por suspeita de irregularidades envolvendo
dinheiro público de campanha.
O ministro do Turismo era o presidente da legenda no estado à época das eleições de 2018.
O ministro do Turismo era o presidente da legenda no estado à época das eleições de 2018.
Outra postulante, Zuleide de Oliveira, acusou o próprio ministro do Turismo de lhe ter feito uma proposta semelhante.
Antônio diz que ela "mente descaradamente".
Antônio diz que ela "mente descaradamente".
No caso de Adriana, a proposta foi feita por Roberto Silva Soares, que à
época era assessor parlamentar de Álvaro Antônio, então deputado
federal, na Câmara dos Deputados.
O esquema que a candidata relatou ao Ministério Público era o seguinte: o partido repassaria R$ 100 mil à candidatura de Adriana.
Ela poderia ficar com R$ 10 mil e, em troca, entregaria 9 cheques em branco para que fossem usados para pagar despesas de outros candidatos.
Adriana disse, no mesmo depoimento, que não aceitou as condições e que acabou recebendo do partido R$ 4 mil.
O G1 tentou falar com Roberto Soares nesta madrugada, mas não conseguiu.
O G1 tentou falar com Roberto Soares nesta madrugada, mas não conseguiu.
Ministro nega versão.
Marcelo Álvaro Antônio nega a versão da ex-candidata.
Ele esteve em Belo Horizonte, na tarde desta quinta, e disse que Zuleide de Oliveira “mente descaradamente”.
O ministro afirmou ainda que vai processá-la devido às declarações.
Ele esteve em Belo Horizonte, na tarde desta quinta, e disse que Zuleide de Oliveira “mente descaradamente”.
O ministro afirmou ainda que vai processá-la devido às declarações.
O caso veio a público em uma reportagem da “Folha de S.Paulo”.
Em entrevista ao Jornal Nacional, na TV Globo, Zuleide reafirmou as declarações e explicou os valores que lhe teriam sido oferecidos pelo então deputado federal.
Em entrevista ao Jornal Nacional, na TV Globo, Zuleide reafirmou as declarações e explicou os valores que lhe teriam sido oferecidos pelo então deputado federal.
“Ele, o Marcelo, me ofereceu R$ 60 mil, R$ 45 mil eu teria que
devolver, R$ 15 mil ficaria para eu usar na campanha contratando gente, e
eles me dariam R$ 80 mil em material”, diz.
Denúncia.
Zuleide denunciou o atual Ministro do Turismo em um e-mail enviado ao
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais em 19 de setembro de 2018.
Na mensagem, ela diz que foi induzida pelo partido a aceitar a proposta para ser candidata e que, depois de assinar vários documentos, não teve mais respaldo de Marcelo Álvaro Antônio.
Na mensagem, ela diz que foi induzida pelo partido a aceitar a proposta para ser candidata e que, depois de assinar vários documentos, não teve mais respaldo de Marcelo Álvaro Antônio.
O TRE confirmou o recebimento do e-mail e declarou que não seria o canal adequado para se apresentar uma denúncia formal.
O procedimento correto seria denunciar ao Ministério Público Eleitoral.
Investigações.
O Ministério Público Eleitoral afirmou que “considerando os indícios de
irregularidades na prestação de contas de Zuleide Aparecida de
Oliveira, que não foram declarados à Justiça Eleitoral os santinhos
mostrados na reportagem da ‘Folha de S.Paulo’, determinou a instauração
de procedimento preparatório eleitoral”.
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