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sexta-feira, março 08, 2019

Outra ex-candidata do PSL em MG diz que assessor pediu cheques em branco


Adriana Maria Moreira Borges afirma que recusou R$ 100 mil do fundo partidário porque só poderia gastar R$ 10 mil e devolver o restante em nove cheques em branco. 

 

 

Por G1
Investigada por desvio de dinheiro diz ter sido aliciada por ministro do Turismo
Investigada por desvio de dinheiro diz ter sido aliciada por ministro do Turismo.

Uma candidata a deputada federal pelo PSL de Minas Gerais afirma ter recebido, de um então assessor do hoje ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, uma proposta para repassar a outros candidatos R$ 90 mil dos R$ 100 mil que receberia para fazer campanha em 2018. 

A candidatura é uma das 7 do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, em Minas Gerais investigadas por suspeita de irregularidades envolvendo dinheiro público de campanha. 


O ministro do Turismo era o presidente da legenda no estado à época das eleições de 2018. 

Outra postulante, Zuleide de Oliveira, acusou o próprio ministro do Turismo de lhe ter feito uma proposta semelhante


Antônio diz que ela "mente descaradamente". 

No caso de Adriana, a proposta foi feita por Roberto Silva Soares, que à época era assessor parlamentar de Álvaro Antônio, então deputado federal, na Câmara dos Deputados.


O esquema que a candidata relatou ao Ministério Público era o seguinte: o partido repassaria R$ 100 mil à candidatura de Adriana. 


Ela poderia ficar com R$ 10 mil e, em troca, entregaria 9 cheques em branco para que fossem usados para pagar despesas de outros candidatos. 

Adriana disse, no mesmo depoimento, que não aceitou as condições e que acabou recebendo do partido R$ 4 mil. 


O G1 tentou falar com Roberto Soares nesta madrugada, mas não conseguiu. 

Ministro nega versão.

 

Marcelo Álvaro Antônio nega a versão da ex-candidata. 


Ele esteve em Belo Horizonte, na tarde desta quinta, e disse que Zuleide de Oliveira “mente descaradamente”


O ministro afirmou ainda que vai processá-la devido às declarações. 

O caso veio a público em uma reportagem da “Folha de S.Paulo”. 


Em entrevista ao Jornal Nacional, na TV Globo, Zuleide reafirmou as declarações e explicou os valores que lhe teriam sido oferecidos pelo então deputado federal. 

“Ele, o Marcelo, me ofereceu R$ 60 mil, R$ 45 mil eu teria que devolver, R$ 15 mil ficaria para eu usar na campanha contratando gente, e eles me dariam R$ 80 mil em material”, diz. 

Denúncia.

 

Zuleide denunciou o atual Ministro do Turismo em um e-mail enviado ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais em 19 de setembro de 2018. 


Na mensagem, ela diz que foi induzida pelo partido a aceitar a proposta para ser candidata e que, depois de assinar vários documentos, não teve mais respaldo de Marcelo Álvaro Antônio.


O TRE confirmou o recebimento do e-mail e declarou que não seria o canal adequado para se apresentar uma denúncia formal. 


O procedimento correto seria denunciar ao Ministério Público Eleitoral. 

Investigações.

 

O Ministério Público Eleitoral afirmou que “considerando os indícios de irregularidades na prestação de contas de Zuleide Aparecida de Oliveira, que não foram declarados à Justiça Eleitoral os santinhos mostrados na reportagem da ‘Folha de S.Paulo’, determinou a instauração de procedimento preparatório eleitoral”.

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