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sexta-feira, fevereiro 01, 2019

Vale sabia que estouro de barragem em Brumadinho destruiria restaurante e sede, aponta plano de emergência




Segundo mineradora, escolha do ponto que levava à rota de fuga foi equivocada. Local foi destruído por lama.

 

 

Por Jornal Nacional
Documento da Vale previa que rompimento de barragem destruiria refeitório
Documento da Vale previa que rompimento de barragem destruiria refeitório.

O Plano de Emergência da barragem I da Mina Córrego do Feijão, de 18 de abril de 2018, aponta que a Vale já sabia que um eventual rompimento da barragem destruiria as áreas industriais da mina, incluindo o restaurante e a sede da unidade, onde estavam muitas pessoas que morreram ou desapareceram. 


A informação foi divulgada no jornal Folha de São Paulo desta sexta-feira (1º). 


A Rede Globo confirmou as informações. 


No caso de Brumadinho, previa que a lama chegaria a 65 quilômetros da barragem I. 

O plano previa que "diferentes mecanismos de comunicação seriam utilizados, com o uso de acionamentos sonoros”. 


A Vale afirmou que o plano de ações emergenciais foi elaborado com base em um estudo de ruptura hipotética, que definiu a mancha de inundação. 


Que a estrutura tinha sistema de vídeo monitoramento, sistema de alerta por sirenes, que elas tinham sido testadas. 


E também havia feito o cadastramento da população abaixo da barragem. 

A mineradora declarou também que fez uma simulação em junho do ano passado, sob a coordenação das defesas civis. 


E um treinamento interno com os funcionários em outubro. 


Por fim, a mineradora citou que protocolou os planos nas defesas civis federal, estadual e municipal entre junho e setembro do ano passado. 

Ainda de acordo com a mineradora, a barragem passava por inspeções quinzenais, que não detectaram nenhuma alteração na estrutura.


O presidente da Vale, Fábio Xuartsman, admitiu, nesta quinta-feira que as sirenes não funcionaram. 


Segundo ele, porque foram engolidas pela lama. 


“A sirene, ela é uma coisa trágica acabou que, em geral pelo que o histórico de barragens mostra, ele em geral vem com algum aviso. Isso acontece aos poucos. 


E aqui aconteceu um fato que não é muito usual: houve um rompimento muito rápido da barragem e o problema da sirene é que a sirene que ia tocar foi engolfada pelo... foi engolfada pela barragem, antes que ela pudesse tocar, só isso. 

A engenheira geotécnica, Rafaela Baldi Fernandes, especialista em barragens e em planos de ação, afirma que mesmo que uma sirene tivesse falhado, a Vale, obrigatoriamente, deveria ter um outro plano. 


“A sirene podia até ter ido embora. 


Mas tinha que ter um plano B, sabe? 


No plano, a gente estabelece alguns dispositivos. 


A gente não fica só preso a um. 


E, por exemplo, a gente nunca põe uma sirene só. 


Agente põe duas, porque o dispositivo mecânico ele pode falhar. 


A gente nunca põe um telefone de uma pessoa para ligar.


A gente põe o telefone de várias pessoas, porque essa pessoa pode não atender”. 

A Polícia Federal trabalha com a hipótese de falha no plano de ação emergencial, que a Vale apresentou às autoridades para conseguir o licenciamento da barragem. 


Segundo a Vale, a escolha do ponto que levava à rota de fuga, onde funcionários chegaram a fazer treinamento em junho do ano passado, foi equivocada. 


Esse local - que deveria ajudar a salvar vidas ficou completamente coberto pela lama. 

A polícia vai investigar falha no projeto de construção de todo o complexo da Vale em Córrego do Feijão. 


A empresa construiu a área administrativa e o refeitório num terreno abaixo da barragem e no caminho da lama, já apontado como local de risco na simulação de um desastre. 

"Uma barragem, ela não cai de uma hora para outra. 


Ela não acorda num dia e fala assim: hoje eu vou romper. 


Como é uma estrutura que a gente projeta, aquilo é uma matemática tem uma física bem definida. 


Ela é projetada. 


Ela é calculada”, afirmou Rafaela.

Rangel, era um trabalhador terceirizado na mina e estava em processo de contratação pela Vale. 


Ele conta que conseguiu escapar da tragédia porque não seguiu o protocolo de segurança da mineradora. 

“Os portões estavam fechados tivemos que quebrar algumas partes que dava para quebrar para dar fuga para mim e outras pessoas. 


Devo ter corrido mais ou menos 1 km até portaria e depois mata fechada com o tempo ela passou, a barragem e voltamos para estrada principal e fomos orientados a ir para o alto”, contou.
Vídeos registram momento em que barragem da Vale se rompe em Brumadinho
Vídeos registram momento em que barragem da Vale se rompe em Brumadinho.

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