A ponte terá
aproximadamente 12 quilômetros, com um total de seis faixas de tráfego e
duas pistas de acostamento. O governo da Bahia irá contratar no início
deste ano, uma consultoria...
Por Fernanda Pires e Rita Azevedo De São Paulo
Duas gigantes chinesas da infraestrutura estudam entrar juntas na concorrência para construção e operação da ponte Salvador-Itaparica, entre os municípios baianos de Salvador e Vera Cruz em um traçado de 12,4 quilômetros.
O conglomerado China Communications Construction Company (CCCC) e a construtora China Railway 20 Bureau Group (CR20) devem ser os únicos representantes da China a fazer proposta, apurou o Valor.
O projeto bilionário é discutido desde 1960, começou a ser projetado em 2010 e deve ser finalmente licitado neste ano.
Várias companhias chinesas estavam interessadas no negócio, mas há uma articulação com representantes do governo da China para que não haja competição entre empresas do país.
A CCCC já é conhecida no Brasil.
A empresa fincou os pés no país ao comprar a companhia de engenharia Concremat e é controladora de um porto privado multicargas em construção em São Luís (MA).
A CR20 é uma das maiores construtoras de pontes, rodovias, ferrovias e túneis do mundo.
Trata-se de uma Parceria Público-Privada (PPP) para construção e operação do empreendimento, orçado em R$ 5,3 bilhões.
O governo da Bahia aportará R$ 1,2 bilhão em duas tranches: R$ 660 milhões e R$ 540 milhões nos quarto e quinto anos de construção, respectivamente.
O objeto do contrato é, na verdade, maior que apenas a ponte.
Inclui ainda acessos viários em Salvador, com extensão de 4,60 quilômetros; nova rodovia expressa a ser construída na Ilha de Itaparica, com 21,41 quilômetros; e recuperação e ampliação de trecho da rodovia BA-001.
Na sexta-feira termina a consulta pública aberta em dezembro para os interessados apresentarem contribuições que devem servir de subsídio para a confecção dos documentos finais do leilão, como o edital da concorrência e o contrato.
Portanto as condições do negócio podem mudar.
Houve pedido de empresas para prorrogar a consulta pública, o que deverá ser definido até quinta-feira.
"Não são 30 dias a mais ou 30 dias a menos que vão gerar problema.
Estamos nesse projeto desde 2010", disse ao Valor o vice-governador da Bahia, João Leão (PP), que atuou como secretário de infraestrutura do governo de agosto de 2009 a março de 2010 na gestão de Jaques Wagner (PT), quando o projeto começou a ser idealizado.
"O principal objetivo da ponte é ligar 250 municípios baianos, que vão ficar mais perto de Salvador no mínimo em 100 quilômetros", disse.
A estimativa é que o edital seja publicado no meio do ano e o leilão ocorra no segundo semestre.
Quem vencer o certame terá o direito de explorar a ponte por 35 anos.
Fontes ouvidas pelo Valor creem que a CCR também participe de alguma forma da concorrência, pois já explora o Metrô de Salvador.
Outra brasileira que sempre se interessou pelo projeto é a OAS.
É, porém, considerada baixa a chance de a empreiteira baiana integrar um consórcio, pois, como está em recuperação judicial, dificilmente conseguiria uma garantia de um banco de primeira linha - conforme a minuta do edital requer - para financiar o projeto.
Mas é permitida a utilização de acervo técnico de subcontratada, caso em que a OAS poderia participar.
Para fins de qualificação técnica, os concorrentes terão de comprovar experiência em construção de ponte com extensão mínima de 3,6 quilômetros, largura mínima de 15 metros, vão estaiado de ao menos 135 metros de comprimento livre entre os apoios e altura mínima livre de 40 metros entre a estrutura da ponte no meio do vão central e a lâmina d'água.
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