Por Henrique Coelho, G1 Rio.
30/11/2018 05h00
De janeiro de 2017 a novembro de 2018, o G1
manteve contato constante com o governador Luiz Fernando Pezão, preso
nesta quinta-feira (29) na operação Boca de Lobo, para apurar
informações sobre o legislativo e o Executivo Estadual, segurança
Pública e o processo de recuperação fiscal do Estado.
Neste período, sempre através de um aplicativo de mensagens, o governador negava ter recebido dinheiro de propina.
Neste período, sempre através de um aplicativo de mensagens, o governador negava ter recebido dinheiro de propina.
No entanto, a delação do ex-operador financeiro de Sérgio Cabral,
Carlos Miranda, foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal e utilizada como base para a operação Boca de Lobo.
De acordo com o Ministério Público Federal, Pezão teria recebido R$ 39 milhões entre 2007 e 2015, e comandado um novo esquema de corrupção após a prisão de Sérgio Cabral.
De acordo com o Ministério Público Federal, Pezão teria recebido R$ 39 milhões entre 2007 e 2015, e comandado um novo esquema de corrupção após a prisão de Sérgio Cabral.
Os advogados de defesas do governador, Flávio Mirza e Diogo Malan,
afirmaram em nota que Pezão respondeu a todas as perguntas e negou,
"veementemente", as acusações.
O "homem da mala" do ex-governador Sérgio Cabral também disse na delação que o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, guardou R$ 1 milhão em propina com um empresário do Sul Fluminense.
Ele teria recebido o dinheiro em três parcelas, de acordo com Pereira.
Em 29 de agosto, questionado sobre o conteúdo da delação, Pezão negou as acusações e escreveu:
“É a terceira vez que sai !
Requenta da requenta”, disse ele, querendo dizer que a informação era ‘requentada’.
Pezão negou, em qualquer momento, ter tido contas no exterior.
“Só tive duas contas na minha vida: uma do Banerj/Itau e agora Bradesco”, argumentou, em abril de 2017.
Requenta da requenta”, disse ele, querendo dizer que a informação era ‘requentada’.
Pezão negou, em qualquer momento, ter tido contas no exterior.
“Só tive duas contas na minha vida: uma do Banerj/Itau e agora Bradesco”, argumentou, em abril de 2017.
Uma votação da lei de um veto do governador Luiz Fernando Pezão na Alerj
na tarde de quarta-feira (28) motivou o último contato da reportagem
com o chefe do executivo estadual.
Pezão disse que, caso a venda da Cedae fosse revogada, o Rio poderia ter dificuldades no processo de Recuperação Fiscal em 2019.
A votação acabou caindo por falta de quórum.
A conversa pelo aplicativo aconteceu às 17h03.
Às 6h desta quinta (29), Pezão estava preso pela Polícia Federal no Palácio Laranjeiras, na Zona Sul do Rio.
Pezão disse que, caso a venda da Cedae fosse revogada, o Rio poderia ter dificuldades no processo de Recuperação Fiscal em 2019.
A votação acabou caindo por falta de quórum.
A conversa pelo aplicativo aconteceu às 17h03.
Às 6h desta quinta (29), Pezão estava preso pela Polícia Federal no Palácio Laranjeiras, na Zona Sul do Rio.
Em outros diálogos, Pezão comentou, a pedido da reportagem, momentos
como a prisão de Eike Batista, em janeiro de 2017 e as acusações
recorrentes contra Sérgio Cabral, e enviou links de reportagens na
imprensa para repercutir delações que não o incluíam nos esquemas de
corrupção do governo Cabral.
Sobre a prisão de Cabral, aliás, Pezão se disse ‘arrasado’.
Sobre a prisão de Cabral, aliás, Pezão se disse ‘arrasado’.
“Chegava de manhã e voltava com ele à noite, muito sofrimento!”
Pezão também foi questionado a respeito da delação de Jonas Lopes Neto,
filho do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Jonas
Lopes, em que este dizia ter pago R$ 900 mil em despesas do governador e discutido propinas com o chefe do executivo.
Segundo o delator, o subsecretário de comunicação do Estado na época,
Marcelo Santos Amorim, o 'Marcelinho', apresentou uma anotação indicando
que teria arrecadado quase R$ 900 mil junto a empresas de alimentação,
mas que teria usado a quantia para pagamento de despesas do governador.
Pezão foi taxativo e chamou a delação de “mentira deslavada”.
Nesta quinta-feira, Marcelo Santos Amorim foi preso durante a operação Boca de Lobo.
Nesta quinta-feira, Marcelo Santos Amorim foi preso durante a operação Boca de Lobo.
A
reportagem, também em abril, perguntou se o ‘cerco’ não estaria se
fechando contra ele, Pezão, e Jorge Picciani, então presidente da Alerj.
“É
ruim hein, tenho tranquilidade absoluta! ”, disse o então governador em 3
de abril de 2017, acrescentando ainda que ‘não faria julgamento de
ninguém’ entre os cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Estado
presos poucos dias antes.
Em novembro do mesmo ano, Pezão avaliava que Jorge Picciani, Edson
Albertassi e Paulo Melo, presos na Operação Lava Jato, tinham o direito
de se defender, e negou irregularidades no processo de nomeação do
deputado Edson Albertassi para o Tribunal de Contas.
No dia 20, o governador compartilhou uma reportagem da TV Globo sobre a delação de Renato Pereira, homologada no STF.
Segundo Pezão, o depoimento o livrava de acusações de continuar mantendo um esquema de corrupção envolvendo a Secretaria de Comunicação Social do Governo, conhecido como “Movimento Social”.
No dia 20, o governador compartilhou uma reportagem da TV Globo sobre a delação de Renato Pereira, homologada no STF.
Segundo Pezão, o depoimento o livrava de acusações de continuar mantendo um esquema de corrupção envolvendo a Secretaria de Comunicação Social do Governo, conhecido como “Movimento Social”.
Pereira afirmou que com a entrada do governador Pezão, essa contribuição deixou de existir.
"Ele nunca pediu para ele e nós automaticamente deixamos de pagar às outras pessoas", afirmou o marqueteiro.
Ao enviar o texto da matéria, uma frase de Pezão se seguia: “A verdade vai aparecendo aos poucos!”
"Ele nunca pediu para ele e nós automaticamente deixamos de pagar às outras pessoas", afirmou o marqueteiro.
Ao enviar o texto da matéria, uma frase de Pezão se seguia: “A verdade vai aparecendo aos poucos!”
Nesta quinta-feira (29), houve mandados de prisão e de buscas em
endereços ligados à empresa JRO Pavimentação, citada na delação que
afirmava que Pezão recebeu dinheiro entre 2007 e o fim do governo
Cabral.
Cláudio Fernandes Vidal, sócio da J.R.O Pavimentação, foi preso.
Luiz Alberto Gomes Gonçalves, outro sócio, é considerado foragido pela Polícia Federal.
Cláudio Fernandes Vidal, sócio da J.R.O Pavimentação, foi preso.
Luiz Alberto Gomes Gonçalves, outro sócio, é considerado foragido pela Polícia Federal.
Arte detalha esquema de Pezão e Cabral, segundo o MPF — Foto: Infográfico: Karina Almeida/G1
Pezão e o governador eleito Wilson Witzel na reunião nesta terça-feira
(27), em um dos últimos compromissos públicos antes da prisão — Foto:
Raoni Alves/G1
Pezão é o quarto governador eleito do RJ a ser preso.
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