Entre os presos estão Guilherme Campos, filho da governadora Suely
Campos (PP), detido em Brasília, dois ex-secretários de Justiça e
Cidadania, Josué Filho e Ronan Marinho, que também é atual chefe da Casa
Militar, e o dono da empresa Qualigourmet, João Kleber Martins, presos
em Boa Vista.
Também alvo de mandado de prisão, o empresário e deputado estadual eleito Renan Filho (PRB) se entregou à PF no final da manhã após ter sido considerado foragido.
Guilherme Campos, filho da governadora Suely, foi preso em Brasília — Foto: Reprodução/TV Globo.
Para a operação, iniciada às 6h (8h de Brasília), foram expedidos 11
mandados de prisão preventiva e 20 de busca e apreensão em Boa Vista e Brasília.
As medidas foram autorizadas pelo Tribunal de Justiça de Roraima.
O G1 tenta contato com as defesas dos envolvidos na operação.
As medidas foram autorizadas pelo Tribunal de Justiça de Roraima.
O G1 tenta contato com as defesas dos envolvidos na operação.
Nas buscas foram apreendidos carros de luxo, computadores, celulares,
documentos e dinheiro.
Os envolvidos estão sendo levados à sede da PF onde serão ouvidos e indiciados pelos crimes lavagem de dinheiro, organização criminosa, fraude licitatória e peculato.
Os envolvidos estão sendo levados à sede da PF onde serão ouvidos e indiciados pelos crimes lavagem de dinheiro, organização criminosa, fraude licitatória e peculato.
Em nota, o governo estado informou que "sempre contribuiu com as
investigações e que a Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania
(Sejuc) prestou todos os esclarecimentos sobre os contratos de
fornecimento de alimentos no sistema prisional" e que todas as
informações relativas ao processo, contrato, fornecimento da alimentação
e pagamentos foram repassadas aos órgãos de controle e à CPI do Sistema Prisional.
Policiais federais foram a escritório anexo à casa da governadora Suely Campos (PP) — Foto: Marcelo Marques/G1 RR.
Logo no início da operação, a PF foi à casa da governadora no Centro da
capital, onde cumpriu mandado de busca e apreensão em um escritório
anexo ao imóvel.
Ela, no entanto, não é investigada na ação.
Policiais também foram à sede da empresa Qualigourmet, firma que cuida da alimentação no sistema prisional e é alvo da operação.
Ela, no entanto, não é investigada na ação.
Policiais também foram à sede da empresa Qualigourmet, firma que cuida da alimentação no sistema prisional e é alvo da operação.
Joaquim Neto, advogado da Qualigourmet e do proprietário da empresa,
informou que a defesa só deve se manifestar quando tomar conhecimento do
teor das investigações.
De acordo com a PF, o esquema de desvio de dinheiro aconteceu entre
2015 e 2017.
A fraude foi descoberta após um inquérito, instaurado no ano passado, apurar irregularidades em contratos de fornecimento de alimentação para presídios em Roraima.
A fraude foi descoberta após um inquérito, instaurado no ano passado, apurar irregularidades em contratos de fornecimento de alimentação para presídios em Roraima.
Os ex-secretários presos eram gestores da pasta na época dos contratos
investigados.
Josué Filho, primeiro a assumir a Sejuc no governo Suely Campos, também é sogro de uma das filhas dela.
Josué Filho, primeiro a assumir a Sejuc no governo Suely Campos, também é sogro de uma das filhas dela.
Escuridão faz referência à nona praga bíblica do Egito, que veio após aos Gafanhotos - nome do maior escândalo de corrupção investigado em Roraima - na qual o povo foi colocado sob trevas em razão das ações do Faraó.
Esquema de superfaturamento.
O esquema teve início no começo de 2015, com a contratação emergencial
da empresa Qualigourmet, constituída 8 dias antes para cuidar da
alimentação dos presos no estado.
Recentemente, a mesma empresa suspendeu entrega de comida aos detentos alegando dívidas do governo.
Recentemente, a mesma empresa suspendeu entrega de comida aos detentos alegando dívidas do governo.
As investigações mostram que a empresa, responsável pelos fornecimentos
desde 26 de fevereiro de 2015 até hoje, superfaturava o valor da
alimentação, além de informar quantitativo superior de refeições ao que
era efetivamente providenciado e de fornecer alimentos de baixa
qualidade.
O esquema já foi alvo de outra operação da PF e de investigação em CPI na Assembleia Legislativa.
O esquema já foi alvo de outra operação da PF e de investigação em CPI na Assembleia Legislativa.
Os responsáveis pela empresa, que está em nome de laranjas e teria o
filho da governadora e o deputado estadual eleito como verdadeiros
donos, realizaram saques de aproximadamente 30% do valor dos contratos,
em espécie, para o pagamento de propinas e para o enriquecimento ilícito
dos reais proprietários do negócio.
Vários saques e repasses foram constatados pela PF através de filmagens
feitas durante as investigações, a qual contou também com provas
obtidas após quebra do sigilo bancário e telefônico dos investigados.
A operação acontece em meio ao caos no sistema prisional do estado.
Em razão de fugas em massa, massacres, falta de comida para os presos e uma onda de atentados e assassinatos ordenados por detentos, a União assumiu a gestão administrativa do setor.
Em razão de fugas em massa, massacres, falta de comida para os presos e uma onda de atentados e assassinatos ordenados por detentos, a União assumiu a gestão administrativa do setor.
*Colaborou Alexandre Hisayasu, da Rede Amazônica.
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