'The Washington Post' publicou nesta quinta artigo enviado por Jamal Khashoggi no dia em que desapareceu em Istambul, na Turquia.
Por G1
18/10/2018 09h45.
Washington Post publica o último artigo escrito por jornalista desaparecido.
O jornal americano “The Washington Post”
publicou nesta quinta-feira (18) um texto do jornalista saudita Jamal
Khashoggi em que ele faz um apelo contundente pela liberdade de
expressão no mundo árabe.
A editora Karen Attiah disse ter recebido o texto do tradutor um dia
depois de ter sido anunciado o desaparecimento do jornalista.
O paradeiro dele é desconhecido desde o dia em que entrou no consulado da Arábia Saudita, em Istambul, na Turquia, há mais de duas semanas.
O paradeiro dele é desconhecido desde o dia em que entrou no consulado da Arábia Saudita, em Istambul, na Turquia, há mais de duas semanas.
Ela afirma que queria ter esperado para editar o texto conjuntamente,
mas decidiu publicar porque tem que “aceitar que isso não vai
acontecer”.
Conhecido crítico do governo saudita, o jornalista que vivia nos
Estados Unidos desde 2017, Khashoggi afirma, no texto publicado nesta
quinta-feira (18), que os governos árabes continuam silenciando a mídia
em um ritmo crescente.
“Houve uma época em que os jornalistas acreditavam que a Internet
liberaria informações da censura e do controle associados à mídia
impressa.
Mas esses governos, cuja própria existência depende do controle da informação, bloquearam agressivamente a internet”, afirma.
Mas esses governos, cuja própria existência depende do controle da informação, bloquearam agressivamente a internet”, afirma.
O jornalista também denuncia estratégias como prisão de repórteres e
pressão sobre os anunciantes a prejudicar a receita de publicações
específicas.
Na quarta-feira (17), o jornal turco “Yeni Safak” afirmou que o jornalista e foi torturado antes de ser decapitado dentro do consulado.
O periódico, que é ligado ao governo turco, afirma que teve acesso a um
áudio que mostra que os agentes sauditas cortaram os dedos de Khashoggi
durante o interrogatório na representação diplomática saudita.
“Depois sua cabeça foi cortada até a morte”, descreve o jornal, que não deixa claro como teve acesso à gravação.
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“Depois sua cabeça foi cortada até a morte”, descreve o jornal, que não deixa claro como teve acesso à gravação.
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Jamal Khashoggi durante evento promovido pelo Middle East Monitor em
Londres, no dia 29 de setembro — Foto: Middle East Monitor/Handout via
REUTERS.
Segundo informações do jornal, os assassinos sauditas seriam agentes
ligados ao príncipe herdeiro Mohamed Bin Salman, conhecido como MBS, um
poderoso membro da família real saudita e ator-chave nos esforços por
uma maior aproximação do reino com a Casa Branca.
O caso aumentou as pressões sobre a Casa Branca para que revise seus
laços com um aliado de décadas, ambos rivais do Irã, inimigo regional de
Riad desde a Revolução Islâmica de 1979.
O governo americano parece dar o benefício da dúvida à sua aliada,
insistindo na vontade de Riad de realizar sua própria investigação.
Porém, o presidente americano, Donald Trump, negou nesta quarta-feira (17) tentar "encobrir" sua aliada, a Arábia Saudita neste caso.
Porém, o presidente americano, Donald Trump, negou nesta quarta-feira (17) tentar "encobrir" sua aliada, a Arábia Saudita neste caso.
"Não estou encobrindo nada.
Eu só quero averiguar o que está acontecendo.
Provavelmente vamos saber algo até o final da semana", disse Trump, que nesta quinta receberá um "relatório completo" do secretário de Estado, Mike Pompeo.
O diplomata viajou a Riad para se encontrar com o rei Salman e o príncipe Mohamed Bin Salman.
Posteriormente, ele se reuniu com autoridades turcas em Ancara.
Pompeo se negou a dizer se Khashoggi estava vivo ou morto.
Ele deixou a capital turca sem falar com a imprensa.
"Não quero falar de nenhum dado".
Ele deixou a capital turca sem falar com a imprensa.
"Não quero falar de nenhum dado".
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