Chefe de inteligência saudita foi retirado do cargo e 18 pessoas foram presas, segundo comunicado apresentado por TV estatal.
Imprensa turca acusa autoridades sauditas de ordenarem tortura e morte de jornalista dentro de consulado em Istambul, em 2 de outubro.
Por G1
19/10/2018 19h04,
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Jamal Khashoggi, jornalista crítico ao governo da Arábia Saudita, desapareceu após entrar no consulado do seu país em Istambul.
— Foto: Mohammed al-Shaikh/AFP
O canal de notícias estatal saudita Al Ekhbariya transmitiu um
comunicado na madrugada deste sábado (20, pela hora local) segundo o
qual resultados preliminares da investigação sobre o jornalista Jamal
Khashoggi indicam que ele está morto.
Segundo o governo saudita, uma briga teria ocorrido entre Khashoggi e
pessoas que estavam no consulado saudita em Istambul e, por isso, ele
acabou morrendo.
O comunicado informou ainda que 18 cidadãos sauditas foram presos em
decorrência do caso.
Ahmed Al Asiri, chefe de inteligência saudita, e o conselheiro real Saud Al Qahtani foram retirados de seus cargos.
Ahmed Al Asiri, chefe de inteligência saudita, e o conselheiro real Saud Al Qahtani foram retirados de seus cargos.
O rei Salman ordenou ainda a reestruturação do comando da agência geral
de inteligência sob a supervisão do príncipe herdeiro Mohammed bin
Salman, de acordo com a agência oficial da imprensa saudita.

Arábia Saudita confirma morte de jornalista em seu consulado na Turquia.
Jamal Khashoggi, jornalista saudita crítico ao governo de Riad, era
considerado desaparecido desde o dia 2 de outubro, depois que entrou no
consulado de seu país em Istambul.
Segundo a BBC, o jornalista esteve no consulado saudita em Istambul
pela primeira vez em 28 de setembro, para obter um documento
certificando que havia se divorciado da ex-mulher, mas foi informado na
ocasião de que teria que voltar outro dia.
Ele precisava do documento para se casar com a sua noiva turca, Hatice Cengiz.
Ele precisava do documento para se casar com a sua noiva turca, Hatice Cengiz.
Khashoggi marcou o retorno para 2 de outubro e chegou às 13h14 no
horário local - o compromisso estava marcado para as 13h30.
Sua noiva ficou aguardando do lado de fora e, a pedido dele, ficou com seu telefone celular e a instrução de que deveria telefonar para um assessor do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, se ele não voltasse.
Sua noiva ficou aguardando do lado de fora e, a pedido dele, ficou com seu telefone celular e a instrução de que deveria telefonar para um assessor do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, se ele não voltasse.
Hatice esperou por mais de 10 horas fora do consulado e retornou na
manhã do dia seguinte, uma quarta-feira, e Khashoggi ainda não havia
reaparecido.
Desde o início do caso a imprensa turca acusava autoridades sauditas de
terem assassinado Khasoggi dentro do consulado, mas a Arábia Saudita
sempre negou e, até esta sexta, nunca tinha admitido que o jornalista
estava morto.
O jornal turco "Yeni Safak" inclusive publicou o que dizia ser o
conteúdo de gravações feitas no interior do consulado.
De acordo com a reportagem, Jamal teria sido torturado e decapitado por agentes sauditas.
O veículo também afirmou que o assassinato durou sete minutos e que o corpo teria sido desmembrado ainda vivo.
De acordo com a reportagem, Jamal teria sido torturado e decapitado por agentes sauditas.
O veículo também afirmou que o assassinato durou sete minutos e que o corpo teria sido desmembrado ainda vivo.
Investigadores turcos estiveram mais de uma vez no consulado e também na residência oficial do cônsul saudita, e nesta sexta fizeram uma busca na floresta Belgrado, na margem europeia de Istambul.
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O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, durante encontro com o
príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, em Riad, na Arábia Saudita, na
terça-feira (16) — Foto: Leah Millis/Pool/AFP.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que a explicação
dada pelas autoridades sauditas nesta sexta-feira é "crível", e que os
EUA irá continuar acompanhando a investigação.
Em uma declaração assinada pela secretária de imprensa da Casa Branca,
Sarah Sanders, o governo americano diz estar "triste pela confirmação da
morte do senhor Khasoggi" e oferece suas condolências à família, noiva e
amigos do jornalista.
Desde o início do caso, Trump tem defendido a Arábia e chegou a dizer
que acreditava que Khasoggi poderia ter sido alvo de "assassinos fora de
controle".
No início da semana, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, esteve na Arábia, onde se encontrou com o rei Salman e o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, e na Turquia, conversando com o presidente Erdogan sobre o caso.
Mesmo prometendo uma "punição severa"
caso algo seja provado contra o país, Trump tem ressaltado sua crença
na inocência das autoridades sauditas.
"Não estou encobrindo nada.
Eu só quero averiguar o que está acontecendo.
Provavelmente vamos saber algo até o final da semana", disse o presidente na quinta.
"Não estou encobrindo nada.
Eu só quero averiguar o que está acontecendo.
Provavelmente vamos saber algo até o final da semana", disse o presidente na quinta.
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