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sábado, setembro 22, 2018

O pecado do adultério e a oportunidade de uma nova vida

 Evangelho de João 8: 3 a 11.

 

Jesus não condena, mas oferece a escolha de um novo caminho

O Evangelho descreve uma cena dramática: uma mulher pega em adultério está para ser apedrejada até a morte. 

O Levítico prescreve: “O homem que cometer adultério com a mulher do próximo deverá morrer, tanto ele como a mulher com quem cometeu o delito”.
O pecado do adultério e a oportunidade de uma nova vida
Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com


Os escribas e os fariseus, que se dizem justos, são os que conduzem a mulher até Jesus. 

Mas onde está o homem envolvido no mal? 

De fato, a Lei de Moisés interditava o adultério, como eles diziam. 

A pergunta deles é para colocá-Lo à prova. 

O silêncio de Jesus revela o pecado dos acusadores, os quais vão se retirando um a um. 

No face a face entre a mulher e Jesus, em que a verdade de cada um é iluminada, a palavra de Cristo liberta, mostra a misericórdia de Deus e abre um caminho novo: “Ninguém te condenou? 

Eu também não te condeno! 

Vai e, de agora em diante, não peques mais”.

Ninguém é perfeito.

 

O pecado dos fariseus e dos homens religiosos de Israel, em geral, consistia nisso: condenar os fracos; nesse caso, uma mulher pecadora, e eximirem a si mesmos da culpa e do castigo. 

Sem nos apercebermos, constituímo-nos como juízes e ditamos sentenças a torto e a direito. 

Descobrimos que, no mundo, quase ninguém é perfeito, mas pensamos em nosso íntimo que nós mesmos o somos. 

Basta escutar o tom das críticas, a autossuficiência das opiniões que expomos, as “denúncias proféticas” que emitimos, de vez em quando, para descobrir como esse toque farisaico se aninha em nós.

A solução para tudo isso não é o “vale tudo”. 

Jesus não condenou a mulher, mas também não a deixou ir embora simplesmente. 

Convidou-a a seguir, no futuro, um caminho diferente.

Jesus valorizava muito a fidelidade à aliança; Ele era um homem de palavra e compromisso. 

A mulher que estava diante dele havia rompido a aliança do casamento, havia se oposto à vontade do Criador, pois “no princípio não era assim”. 

Jesus sabia também que um homem – que estava fora do cenário – havia compartilhado com ela dessa ruptura da aliança e que ambos haviam se transformado em símbolos de um povo infiel ao amor de Deus.

Jesus a convida a um novo começo e também descobre outros rompimentos da aliança entre os acusadores: “Quem estiver sem pecado, atire a primeira pedra”. 

Ele escreve no chão várias vezes. 

Não sabemos com certeza plena o que Ele escrevia, mas, nesse gesto, podemos descobrir o dedo de Deus reescrevendo Seu compromisso de aliança na areia movediça e frágil das decisões humanas.

Que o nosso coração se abra para receber essas lições e também para nos colocar como protagonistas dessa cena descrita no Evangelho, a fim de que possamos aparar nossas arestas.

Eurico dos Santos Veloso

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