Juiz manteve decisão da 1ª instância. Magistrado entendeu que decisão de suspender posse não acarreta 'risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação'.
Por G1 Rio
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A deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) em sessão na Câmara (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil).
O juiz Vladimir Santos Vitovsky, do Tribunal Regional Federal da 2ª
Região (TRF2), no Rio de Janeiro, negou na noite desta quarta-feira (10)
um novo recurso apresentado pela deputada federal Cristiane Brasil (PTB) contra a liminar que a impede de assumir o Ministério do Trabalho.
O magistrado manteve decisão da 1ª instância, da 4ª Vara Federal de Niterói, que suspendeu provisoriamente na noite de segunda-feira (8) a posse da deputada.
Nos termos da decisão do TRF2, a liminar que suspende a posse "não tem o
condão (capacidade) de acarretar risco de dano grave, de difícil ou
impossível reparação.
Outrossim, é prematuro afirmar estar demonstrada a
probabilidade de provimento do recurso.
Com efeito, a competência do
Presidente para escolher e indicar seus ministros é matéria
eminentemente de mérito".
Segundo informou o tribunal, "o relator do processo é o desembargador
federal Sergio Schwaitzer, da 7ª Turma Especializada do TRF2, que ainda
deverá apreciar o mérito dos agravos".
Cristiane Brasil já informou que pretende recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) por meio da Advocacia Geral da União (AGU).
A declaração dela ocorreu no mesmo dia em que o próprio TRF2 indeferiu pedido da AGU de suspensão da liminar.
No recurso, os advogados da deputada argumentavam ser "ilegal e
abusiva" a decisão judicial, e diziam que a multa pecuniária imposta
pelo juízo, de R$ 500 mil, era "escorchante".
A defesa pedia ainda que o recurso fosse distribuído para o
desembargador Schwaitzer, mas o magistrado, atualmente, está de férias.
Recurso no STF.
Conforme publicado no blog da jornalista Andréia Sadi nesta quarta-feira, o presidente Michel Temer aguardava a nova decisão do TRF2 em relação ao novo recurso de Cristiane Brasil antes de ingressar com um recurso também no Supremo Tribunal Federal (STF).
Para adiar a decisão de recorrer ao STF, Temer avaliou com seus
auxiliares dois cenários.
O primeiro seria a presidente do Supremo,
ministra Carmen Lúcia, negar de imediato a posse.
O segundo cenário, também motivo de preocupação do governo, seria a
magistrada submeter a decisão ao plenário do ST, o que prorrogaria até
fevereiro a indefinição sobre a situação de Cristiane Brasil, já que o
Judiciário está em recesso.
Nas palavras de um auxiliar, o presidente não quer "queimar etapas".
Condenação.
A indicação do nome de Cristiane Brasil para ser ministra da Trabalho foi aceita por Temer no terceiro dia deste ano.
O nome da deputada foi levado a Temer durante reunião no Palácio do
Jaburu entre o presidente e o pai da deputada, o ex-deputado Roberto
Jefferson, presidente nacional do partido e condenado pelo Supremo
Tribunal Federal no julgamento do mensalão – em março de 2016, ele
obteve o perdão da pena.
No dia seguinte, a TV Globo revelou que Cristiane Brasil foi condenada em 2016 a pagar uma dívida trabalhista de R$ 60mil a um motorista
que prestava serviços para ela e para sua família, conforme decisão do
Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT1) confirmada em segunda
instância.
De acordo com o juízo, o funcionário não teve a Carteira de Trabalho
assinada e, por isso, deveria ter ganho de causa para receber
gratificações como férias, aviso prévio e gratificações natalinas.
A carga horária do funcionário era de cerca de 15h por dia, de acordo
com o juiz Pedro Figueiredo Waib, que condenou em primeira instância.
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