Segundo Fernando Segovia, corporação não teme influência dos inquéritos nas eleições de 2018. Ele confirmou ampliação do número de delegados que atuam nos casos.
Por Renan Ramalho, G1, Brasília

Segóvia diz que PF pretende concluir inquéritos no STF até o fim do ano.
O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, afirmou nesta
quarta-feira (10) que a corporação pretente concluir até o fim deste ano
as mais de 200 investigações sobre políticos e autoridades em andamento
no Supremo Tribunal Federal (STF).
A meta foi anunciada à imprensa após uma reunião do diretor com a
presidente da Corte, Cármen Lúcia.
No encontro, Segovia confirmou a
ampliação, de 9 para 17, do número de delegados que atuam nos
inquéritos.
Ele informou ainda que os inquéritos da polícia em andamento no STF não são só da Operação Lava Jato.
“A gente espera no menor prazo possível concluir essas investigações.
Não são só inquéritos relativos à Lava Jato, são mais de 200 inquéritos
hoje no STF, metade relativo à Lava Jato.
Hoje já foram convocados 17
delegados para auxiliarem nessas investigações.
A gente espera não só
concluir os inquéritos no Supremo da Lava Jato, mas também todas as
outras investigações que correm.
A nossa meta é concluir todos os
inquéritos hoje que estão no STF até o final deste ano”, afirmou
Segovia.
Segundo os números mais atualizados, tramitam atualmente 273 inquéritos
no STF, sendo 124 exclusivamente da Lava Jato.
Segovia disse que foi
ampliado também o número de peritos e investigadores que atuam nos
casos, já que há muitos laudos e diligências a serem realizadas.
Segovia reconheceu “ambição” na meta de concluir todas as investigações
neste ano, e disse que o resultado também é esperado por Cármen Lúcia.
Indagado sobre eventual influência dessas investigações na disputa
eleitoral neste ano, o diretor respondeu que a apuração das denúncias é
responsabilidade da Polícia Federal.
“A Polícia Federal não teme a investigação, porque esse, na realidade, é
nosso atributo maior, que é fazer a investigação e entregar para a
sociedade, para o Poder Judiciário, todos os fatos relacionados a essas
investigações.
Qualquer conclusão que seja da investigação, tem que vir
no final, realmente para a Justiça e para o público.
Nós trabalhamos
para o povo brasileiro e a gente quer justamente a conclusão dessas
investigações, para o bem ou para o mal”, concluiu.
Na mesma reunião com Cármen Lúcia, Segovia informou sobre o andamento
das investigações da PF sobre a morte do ministro Teori Zavascki, em
janeiro do ano passado.
Até agora, as apurações indicam que não houve
sabotagem na queda do avião em Paraty (RJ).
Caso Temer
Questionado sobre a meta de conclusão de um dos inquéritos, no qual o presidente Michel Temer é suspeito de beneficiar a empresa Rodrimar na concessão de terminais no Porto de Santos, Segovia evitou estipular um prazo para o término, dizendo que isso depende do delegado responsável, Cleyber Malta Lopes.
“Está em andamento o inquérito, foram enviadas as perguntas ao
presidente Temer e a gente agora aguarda as respostas das perguntas,
para que seja tomado um novo passo na investigação”, disse.
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