Por Andréia Sadi
Um relatório parcial da Polícia Federal incluído no inquérito que
investiga a atuação do presidente Michel Temer na edição de um decreto
sobre o setor portuário inclui um e-mail da empresa Rodrimar apreendido
durante a operação de busca em 2017 na casa de Rodrigo Rocha Loures, o
ex-assessor do Planalto que ficou conhecido como "homem da mala da JBS".
A Polícia Federal quer saber por qual motivo Rocha Loures guardava uma
troca de email entre o presidente da empresa, Celso Antonio Greco, e um
advogado da Galotti Advogados, Fabio Fernandes.
A mensagem é de outubro de 2016, quando Rocha Loures exercia o cargo de assessor especial de Temer na Presidência da República.
A mensagem é de outubro de 2016, quando Rocha Loures exercia o cargo de assessor especial de Temer na Presidência da República.
A GloboNews teve acesso ao inquérito.
A investigação está em fase final e será analisada pelo Supremo Tribunal Federal.
A investigação está em fase final e será analisada pelo Supremo Tribunal Federal.
O inquérito sobre o decreto tem como alvos Temer, Rocha Loures, além de Antônio Celso Grecco e Ricardo Conrado Mesquita, executivos da Rodrimar, empresa concessionária no porto de Santos.
A polícia investiga se Temer recebeu algo em troca da edição do decreto que teria beneficiado a Rodrimar.
Rocha Loures é apontado como interlocutor de Temer junto ao setor portuário e teria recebido propina para favorecer a empresa no decreto, assinado pelo presidente em 10 de maio de 2017.
Na troca de e-mail anexada ao inquérito, a Polícia Federal afirma que o "assunto tratado refere-se a um pedido de adiantamento do referido escritório, possivelmente de valores, bem como as providências relativas ao recibo e emissão de nota fiscal respectiva.
Não consta menção ao que se referia a antecipação de pagamento".
A PF afirma que não "foi possível, com base apenas na troca de e-mail especificada, precisar o por que do referido documento se encontrar na residência de Rodrigo Rocha Loures".
Para a PF, também não é possível dizer se houve, de fato, serviços prestados pelo escritório.
Procurado pela Globonews para explicar o e-mail apreendido em sua
residência, Rocha Loures disse, por meio de seu advogado Cezar
Bittencourt, que não se lembra do documento.
A Rodrimar disse que não vai comentar.
A Rodrimar disse que não vai comentar.
O advogado Fabio Fernandes disse ao blog que presta serviços jurídicos
para a Rodrimar há cerca de 10 anos.
Ele afirmou que o e-mail trocado com o presidente da Rodrimar era para cobrar honorários atrasados da empresa por seus serviços em diferentes contratos.
Ele afirmou que o e-mail trocado com o presidente da Rodrimar era para cobrar honorários atrasados da empresa por seus serviços em diferentes contratos.
O advogado disse desconhecer o motivo pelo qual o e-mail foi encontrado durante busca da PF na casa de Rocha Loures.
No depoimento neste inquérito, Rocha Loures admitiu ter recebido
parecer jurídico com "apontamentos" do setor portuário à minuta do
decreto que, segundo as investigações, beneficiou a empresa Rodrimar.
Segundo ele, o documento foi elaborado por um escritório de advocacia e entregue em reunião com representantes do setor portuário, entre eles, Ricardo Mesquita.
Segundo ele, o documento foi elaborado por um escritório de advocacia e entregue em reunião com representantes do setor portuário, entre eles, Ricardo Mesquita.
Ele, porém, negou ter recebido dinheiro da empresa para atuar pelo
decreto, e que “não agiu a pedido ou intermediando qualquer tratativa”
de Temer nesta área.
Temer, em resposta ao interrogatório da PF também no inquérito, disse que nunca autorizou Rocha Loures a receber vantagens em seu nome.
Nenhum comentário:
Postar um comentário