Hans-Adam 2º do Liechtenstein não apenas é um bilionário que controla um banco exclusivo para empresas e clientes milionários, como governa com poderes comparáveis aos de um ditador - e com grande apoio da população.
Hans-Adam 2º do Liechtenstein, de 72 anos, é o príncipe mais rico da
Europa.
Líder de uma monarquia absolutista, ele comanda Liechtenstein, país encravado entre a Suíça e a Áustria e com apenas 38 mil habitantes --população menor que o número de moradores de um bairro como Ipanema, no Rio de Janeiro, que em 2010 contabilizava 42 mil habitantes.
Líder de uma monarquia absolutista, ele comanda Liechtenstein, país encravado entre a Suíça e a Áustria e com apenas 38 mil habitantes --população menor que o número de moradores de um bairro como Ipanema, no Rio de Janeiro, que em 2010 contabilizava 42 mil habitantes.
O príncipe herdou uma fortuna que vem sendo acumulada desde a época das
Cruzadas e que cresceu com a fama de Liechtenstein de paraíso fiscal.
O monarca é dono de um exclusivo banco privado e tem poderes de nomear
juízes, de dissolver o Parlamento e até de vetar decisões aprovadas por
referendo popular.
O patrimônio do príncipe está avaliado em US$ 4,4 bilhões (R$ 14,3 bi), segundo o site da empresa de informações financeiras Bloomberg.
Ele é dono de terras, castelos, dois palácios em Viena, uma valiosa
coleção renascentista que inclui obras de nomes como Rembrandt e Rubens,
além do banco LGT, que atende clientes exclusivos como multinacionais e
bilionários.
A Bloomberg afirma que Hans-Adam 2º está enriquecendo graças ao banco,
que registrou aumento de 10% em seus ativos.
O valor de mercado do LGT subiu 64%, somando mais US$ 1,7 bilhão ao patrimônio pessoal do príncipe, que agora ocupa o 444º lugar no ranking das pessoas mais ricas do mundo.
O valor de mercado do LGT subiu 64%, somando mais US$ 1,7 bilhão ao patrimônio pessoal do príncipe, que agora ocupa o 444º lugar no ranking das pessoas mais ricas do mundo.
Hans-Adam 2º vive em um castelo erguido em um penhasco.
Logo depois de se formar em economia e negócios em Sankt Gallen, na Suíça, ganhou como missão do próprio pai reorganizar o império familiar para garantir mais eficiência à gestão.
Logo depois de se formar em economia e negócios em Sankt Gallen, na Suíça, ganhou como missão do próprio pai reorganizar o império familiar para garantir mais eficiência à gestão.
O príncipe fechou vários departamentos do banco que não geravam dividendos e concentrou a carteira de clientes em pessoas e empresas extremamente ricas.
Chamado de "Sua Alteza Serena", o chefe de Estado e monarca soberano de Liechtenstein não ostenta o título de rei porque comanda um principado.
Ele é casado com a condessa Marie Kinsky von Wchinitz und Tettau, com quem teve quatro filhos.
O herdeiro do trono é o príncipe Alois, que desde 2004 recebeu poderes do pai para tomar decisões governamentais como forma de preparar a transição.
Monarquia absoluta por voto popular
Liechtenstein é uma monarquia constitucional, na qual a soberania do
Estado é supostamente compartilhada entre o príncipe e os cidadãos.
Em um plebiscito constitucional em 2003, 64% da população votou a favor de dar amplos poderes políticos a Hans-Adam 2º.
Com o aval da população, portanto, Liechtenstein se transformou na
única monarquia absolutista europeia.
Na prática, Hans-Adam 2º ganhou poderes para nomear e remover o governo, o que gerou críticas e temores de que tanto poder nas mãos de apenas uma pessoa pudesse levar a uma espécie de ditadura.
Na prática, Hans-Adam 2º ganhou poderes para nomear e remover o governo, o que gerou críticas e temores de que tanto poder nas mãos de apenas uma pessoa pudesse levar a uma espécie de ditadura.
Uma década após o plebiscito, houve outra consulta propondo que os
poderes do príncipe fossem limitados, mas essa possibilidade foi
rechaçada nas urnas pela população.
Assim, o monarca manteve poderes como vetar resultados de plebiscitos, dissolver o Parlamento e nomear juízes.
Assim, o monarca manteve poderes como vetar resultados de plebiscitos, dissolver o Parlamento e nomear juízes.
Tradicional família de nobres
O príncipe bilionário pertence a uma das mais antigas famílias da nobreza europeia.
Um dos antepassados é Hugo Liechtenstein, cujo nome foi mencionado pela
primeira vez em 1136, período em que a família era proprietária de
terras hoje ocupadas por Alemanha, Áustria, Hungria e República Tcheca.
Atualmente, no entanto, as propriedades de Hans-Adam 2º estão apenas na Áustria e são avaliadas em cerca de US$ 100 milhões (R$ 320 milhões), de acordo com a Bloomberg.
Por anos, o principado de Liechtenstein tem sido classificado como
paraíso fiscal.
O país tem, contudo, feito esforços para mudar essa imagem e se reposicionar como centro financeiro tradicional.
O país tem, contudo, feito esforços para mudar essa imagem e se reposicionar como centro financeiro tradicional.
Trata-se de uma reação a críticas feitas a partir de 2000, quando informes internacionais criticaram a permissividade de seu controles financeiros, que permitiam que grupos de Rússia, Itália e Colômbia lavassem em seus bancos dinheiro obtido com atividades criminosas.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) começou a acompanhar as regulações financeiras de Liechtenstein desde a crise econômica de 2008.
Em busca de recursos, países afetados começaram a repatriar ativos que estavam em paraísos fiscais.
A partir de então, a exemplo do que fez o país vizinho Suíça, Liechtenstein começou a reformar gradualmente suas leis e a firmar acordos com vários países.
Com seus castelos entre vales e montanhas, Liechtenstein parece um
reino de conto de fadas.
Mas, na verdade, pode ser visto como um grande banco que abriga um príncipe bilionário e movimenta fortunas de todo o mundo.
Mas, na verdade, pode ser visto como um grande banco que abriga um príncipe bilionário e movimenta fortunas de todo o mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário