Ex-presidente foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão pela ocultação de uma cobertura triplex em Guarujá (SP).
Por Clara Velasco e Will Soares, G1
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez seu primeiro pronunciamento público nesta quinta-feira (13), um dia após a sentença do juiz Sérgio Moro
que o condenou a 9 anos e meio de prisão por corrupção.
Ele negou os
crimes pelos quais foi condenado e afirmou que ainda está "no jogo".
"Se alguém tiver uma prova contra mim, por favor, diga.
Mande para a
Justiça, mande para a suprema corte, mande para a imprensa.
Eu ficaria
mais feliz se fosse condenado por conta de uma prova", afirmou.
"Nós
vamos recorrer em todas as instâncias de todas as arbitrariedades. (...)
É preciso fazer processo contra quem mentir, contra quem não disser a
verdade nesse país."
"A Justiça não pode mentir.
Não pode tomar decisões politicas.
Ela tem
que tomar decisões baseadas nos autos. (...)
A única prova é a da minha
inocência", afirmou.
"Eu prestei vários depoimentos, e era visível que o
que menos importava era o que você falava, eles já estavam com o
processo pronto."
"O que me deixa indignado, mas sem perder a ternura, é
você perceber que está sendo vítima de um grupo de pessoas que conta
mentiras."
"Não sou dono de triplex.
Não tenho triplex."
O ex-presidente criticou a sentença de Moro, alegando que ela tem um
"componente político muito forte".
"Se o Lula pudesse ser candidato, o
golpe nao fechava.
Porque qual é a lógica de tirar esse governo e, dois
anos depois, o Lula ser candidato e voltar?"
"Obviamente que o Moro não tem que prestar conta para mim.
O Moro tem
que prestar conta para a história, assim como eu tenho que prestar conta
para a história.
A história é que vai dizer quem está certo e quem está
errado."
Lula também falou sobre as expectativas para as eleições de 2018.
"Se
alguém pensa que, com essa sentença, me tiraram do jogo, podem saber que
eu estou no jogo", disse o ex-presidente.
"Quero dizer ao meu partido
que até agora eu não tinha reivindicado, mas agora vou reivindicar como
postulante a candidato a presidente da república."
Lula afirmou que vai comprar três brigas para voltar a ser presidente:
com a Justiça, para provar sua inocência; dentro do partido, para se
tornar de fato o candidato da legenda; e a disputa democrática nas ruas e
urnas, posteriormente.
Omissões e contradições
O ex-presidente começou a falar às 12h02 e discursou durante meia hora.
Estavam no local do pronunciamento o ex-presidente do PT Rui Falcão, os
ex-ministros Jacques Wagner e Miguel Rosseto, os deputados Carlos
Zarattini, Jandira Feghalli e José Guimarães, os advogados de Lula,
Roberto Teixeira, Cristiano Zanin e Valesca Teixeira, bem como a atual
presidente do partido, Gleisi Hoffmann.
"Nós estamos analisando ainda a sentença, mas já é possível constatar
diversas omissões, contradições, que em tese permitem até um recurso
dirigido ao juiz Sérgio Moro.
Mas essa definição nós ainda vamos ter ao
longo do dia, nos próximos dias, depois de uma análise mais exauriente
da sentença", disse Zanin.
"Já verificamos omissões a diversos argumentos que foram apresentados
pela defesa sobre provas de inocência do presidente Lula.
Identificamos
incompatibilidade entre acusação e a sentença.
A acusação fala em
transferência efetiva da propriedade do triplex, enquanto a sentença
afirma que houve 'atribuição de propriedade'.
Então são diversas incompatibilidades com a própria denúncia, com a própria acusação",
afirmou.
Gleisi Hoffmann também discursou antes do pronunciamento de Lula,
falando que o ex-presidente foi condenado por "convicções".
"O Partido
dos Trabalhadores, os partidos que estão aqui prestando solidariedade e
os movimentos sociais não vão baixar a cabela.
Nós vamos enfrentar esse
momento.
Denunciar essa sentença política do juiz Sérgio Moro, que, como
já disse e como muita gente disse, carece de base legal por não ter
prova.
Estão condenando o presidente por convicções", disse.
"Nós vamos lançar Lula imediatamente a candidato a presidente da
República", disse o senador Lindberg Farias.
"Nós vamos desmoralizar
essa sentença do juiz Moro.
Não há uma prova.
(...) Eu tenho convicção
de que Lula vai ser candidato e o próximo presidente."
Condenação
O ex-presidente foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão na Operação Lava Jato
pela ocultação da propriedade de uma cobertura triplex em Guarujá, no
litoral paulista, que teria sido recebida como propina da empreiteira
OAS, em troca de favores na Petrobras.
É a primeira vez na história que um ocupante da Presidência é condenado
por um crime comum no Brasil.
A sentença foi publicada nesta
quarta-feira (12) e permite que o petista recorra em liberdade.
Na sentença, de 218 páginas, o juiz Moro resume as acusações que pesam contra Lula, relata os argumentos da defesa e
analisa as provas documentais (como documentos, fotos, imagens e-mails e
mensagens telefônicas), periciais (como documentos periciados e
testemunhais) e depoimentos.
O magistrado afirma que houve condutas inapropriadas por parte da defesa de Lula que revelam tentativa de intimidação da Justiça e, por isso, até caberia decretar a prisão preventiva do ex-presidente.
Porém, decidiu não mandar prendê-lo por "prudência".
Porém, decidiu não mandar prendê-lo por "prudência".
Veja a íntegra da sentença e perguntas e respostas sobre a condenação.
Outros processos de Lula
O ex-presidente é réu em outras duas ações da Lava Jato: uma ligada à
Operação Janus, que trata de contratos no BNDES, e outra relacionada à
Operação Zelotes, que apura venda de medidas provisórias.
Lula também foi denunciado no caso envolvendo o sítio em Atibaia, no interior de São Paulo, no âmbito da Lava Jato.
Ele é alvo ainda de dois inquéritos na Lava Jato: um sobre a formação
de organização criminosa para fraudar a Petrobras, e outro sobre
obstrução das investigações ao tomar posse como ministro de Dilma.
Na Zelotes, ele é investigado em inquérito sobre a edição da medida provisória 471, que criou o Refis.
Na Zelotes, ele é investigado em inquérito sobre a edição da medida provisória 471, que criou o Refis.
Um comentário:
Todo mundo sabe que políticos corruptos tem o queixo duro, nunca admitindo que cometem erros sempre a seu favor, e prática de corrupção em seus mandatos, seja para presidente, governador, prefeito, vereador, deputado e senador.
O Lula, o Temer, o Cabral, e todos os envolvidos na Operação Lava Jato não é diferente.
Em Parauapebas por exemplo, um ex-prefeito que ganhou as eleições municipais sem dinheiro, fazia campanha na cidade de pé no chão porque não tinha nenhuma estrutura para investir em sua candidatura, após tomar posse como mandatário daquele município, a primeira coisa que ele fez foi comprar o posto de gasolina do empresário Ernesto Almeida por 300 mil reais na época, e colocou no nome de um amigo e irmão evangélico, e ele, o ex-prefeito nunca foi punido pela justiça por esse crime do uso do dinheiro público para benefício próprio, já que em sua campanha não tinha dinheiro nem para colocar gasolina no seu veículo que era um fusquinha, e como é que no início do seu governo teve 300 mil reais para comprar um posto de gasolina ?
Ele nunca foi punido porque o posto de gasolina não estava no seu nome, mas foi punido com a perda do mesmo para a justiça federal por inadimplência com órgãos públicos, o mesmo indo a leilão sendo arrematado pelo empresário Valmir da Integral.
O Lula vai morrer negando seus crimes praticados quando estava no comando da nossa nação como presidente.
Até porque ele é muito blindado pelos seus apaniguados que se submetem até esconder os atos ilícitos do seu protegido, que eles o tem como um "deus".
Da mesma forma que eu e a maioria dos brasileiros não acreditam que o "acidente" que ceifou a vida do Ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki foi uma "fatalidade", não acreditamos em nada que o Lula fala sobre a sua inocência.
Falar no "acidente" aéreo que ceifou a vida do ministro do STF e os demais passageiros, nunca mais se ouviu falar no resultado das "investigações" sobre as causas da queda do avião no mar de Paraty.
Essa atitude é muito estranha, porque o Ministro Teori Zavascki era o relator da Operação Lava Jato, e como os maiores envolvidos nessa operação são personagens do alto escalão do governo federal, não é de se estranhar que o motivo da queda do avião em Paraty tenha sido SABOTAGEM relacionado a esta Operação que está passando o Brasil a limpo, o que não é difícil acontecer quando se deseja afastar qualquer ameaça contra alguém que esteja envolvido em atos delituosos e não deseja ser descoberto.
Qualquer especialista em mecânica de aeronaves sabe muito bem sabotar uma aeronave retirando-lhe uma peça capaz de provocar sua queda de forma imprevisível, sem despertar nenhuma desconfiança que tal "acidente" foi de ordem criminosa.
Aquele tal "acidente" está mais para uma CONSPIRAÇÃO do que outra coisa !
Valter Desiderio Barreto.
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