Alexandre
de Moraes e seu padrinho Temer
Alexandre
de Moraes e seu padrinho Temer
Ministro licenciado da Justiça teve nome aprovado pela CCJ na noite desta terça, após sabatina que durou 11h40; para se tornar ministro do STF, Moraes precisa do apoio de 41 senadores.
Por G1, Brasília
O plenário do Senado votará nesta quarta-feira (22) a indicação do ministro licenciado da Justiça, Alexandre de Moraes, para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Moraes foi indicado pelo presidente Michel Temer no início deste mês para ocupar a cadeira deixada por Teori Zavascki, que morreu em janeiro após o avião em que ele viajava de São Paulo para Paraty (RJ) cair no litoral do Rio de Janeiro.
A indicação de Alexandre de Moraes para o Supremo foi aprovada na noite
desta terça (21) pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do
Senado, após uma sabatina que durou 11 horas e 40 minutos, na qual ele falou sobre diversos assuntos – relembre as principais respostas.
Ao longo da sessão, Alexandre de Moraes:
- Disse que não há "inconstitucionalidade" nas prisões após condenação em 2ª instância;
- Afirmou que atuará com "absoluta imparcialidade e independência" e sem "nenhuma vinculação político-partidária";
- Chamou de "criminosos" os vazamentos de delações premiadas ;
- Avaliou que o adolescente que cometer ato infracional hediondo deve ficar até dez anos internado (o atual limite é de três anos);
- Defendeu que haja uma lei que diferencie de forma "objetiva" os usuários dos traficantes de drogas;
- Defendeu que haja um prazo máximo para as prisões preventivas que, atualmente, não têm um limite estabelecido em lei;
E negou que tenha advogado para a facção criminosa PCC.
Para ter a indicação aprovada para o STF, Alexandre de Moraes precisa contar com o apoio de, pelo menos, 41 dos 81 senadores.
Pacote anticorrupção
Maioridade penal
Aborto
Lava Jato
Busca por apoio
Ao longo das últimas semanas, Moraes se reuniu com uma série de
senadores em busca de apoio, entre os quais o presidente da Casa,
Eunício Oliveira (PMDB-CE), Aécio Neves (PSDB-MG) e Renan Calheiros
(PMDB-AL).
O relator da indicação, Eduardo Braga (PMDB-AM), também recebeu
Alexandre de Moraes e, ao emitir o parecer, disse que o ministro
licenciado da Justiça tem "formação técnica adequada" para ocupar uma cadeira na Corte.
Nesse período, Alexandre de Moraes também se envolveu em uma polêmica por ter participado de uma espécie de "sabatina informal"
no barco do senador Wilder Morais (PP-GO).
Três dias após o local do
encontro ter sido noticiado, o indicado ao Supremo disse que se surpreendeu ao chegar para a reunião.
Perfil
Formado em 1990 pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo
(USP), onde também é professor associado desde 2002, Alexandre de Moraes
teve uma carreira política de ascensão rápida, tendo atuado como
secretário municipal de Transportes da cidade de São Paulo (de 2007 a
2010), e secretário estadual do governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin, em duas pastas: de Segurança Pública (2014 a 2015), e da
Justiça e da Defesa da Cidadania (2002 a 2005).
Concluiu doutorado em Direito pela USP em 2000 e atuou também como
professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e das Escolas Superior
do Ministério Público de São Paulo e Paulista de Magistratura.
Atualmente, sua inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) São
Paulo está como "inativa, sob licença".
Pouco antes de assumir a Secretaria da Segurança, em 2014, Moraes
defendeu Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-presidente da Câmara dos Deputados,
em uma ação sobre uso de documento falso em que conseguiu a absolvição
do peemedebista.
Cunha teve o mandato cassado e está preso
preventivamente em Curitiba (Paraná), no âmbito da Operação Lava Jato.
Alexandre de Moraes tem 48 anos e foi filiado ao PSDB até o início
deste mês.
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